14_ Amor não correspondido.

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ㅡVocê está bem, Priscilão? Engoliu água salgada? ㅡFiz uma careta enquanto a encarava com uma falsa preocupação. 

ㅡ Eu estou muito bem e também estou enxergando perfeitamente. O que me permitiu ver a troca de olhares sinistra que rolou entre você e o Saulo. ㅡ Ela deu uma piscadela.

ㅡ Que troca de olhares? Ele estava na minha frente arrumando meu cabelo, para onde mais eu olharia? ㅡ Dei com os ombros. 

ㅡOutro gesto de carinho que me fez shippar ainda mais. ㅡ Sorriu mostrado os dentes.

ㅡ Shippar? Gesto de carinho? Eu também arrumei o cabelo dele mais cedo. Não significa nada! ㅡTentei explicar, mesmo sabendo que o sorrisinho que ela tinha nos lábios significava que não que não importava o que eu dissesse, ela não me escutaria. 

ㅡ Ah, então é mais sério do que pensei, já estão trocando gestos carinhosos! ㅡ Ela sorriu mais enquanto fazia corações coreanos com as duas mãos. 

ㅡ Escuta, não estávamos falando do Patrick a uns minutinhos? ㅡTentei mudar de assunto.

ㅡEu não conheço esse tal Patrick, então meu shipp ainda é Saurola. ㅡ Ela deu com os ombros e começou a jogar água no pessoal. 

ㅡ Saurola... Até nosso shipp é horrível.

Olhei em volta procurando por Saulo e acabei o vendo no meio do pessoal. Seus cabelos estavam completamente molhados, seu sorriso era enorme enquanto ele afundava Gabriel na água. O mesmo conseguiu se soltar dele e começou a jogar água em Saulo. Saulo gargalhou alto e eu acabei sorrindo com aquilo.

Espera...

Parei de sorrir quando vi que parecia uma boba admirando ele e me afastei do pessoal.

ㅡPerola? Onde vai? ㅡ Dafine gritou por mim.

ㅡVou tomar um pouco de sol. ㅡRespondi-a e voltei a ir em direção da areia. Saí da água e caminhei pela areia enquanto sentia meus pés serem acariciados. Eu passei tatos dias indo de casa para a faculdade, da faculdade para casa que não me dei conta do mundo que eu estava perdendo ali fora. Eu sempre fui uma garota que gosta de estar em contato com a natureza. Não como muitas pessoas que, se pudessem, viveriam numa floresta, mas de um jeito moderado. Eu sou urbana. Se ficasse uma semana no meio do mato morreria de tédio ou de alguma doença, porque pensa numa garota para ficar doente fácil.

Mas eu era daquelas que amava viajar de uma cidade para a outra, por exemplo, e admirar aqueles campos e morros cobertos por árvores e plantas distintas e de belezas singulares. Amava ir a lugares altos, como trilhas, só para poder admirar um pôr do sol. Amava visitar lugares repletos de flores e plantações, amava cachoeiras e, é claro, amava praias.

Esse tempo que permaneci trancada em casa me fez, de algum modo, esquecer de tudo isso. E agora tudo que eu queria era poder andar por ali e absorver toda aquela boa energia. 

Vesti o meu short novamente, peguei o meu celular, meus chinelos e comecei a caminhar na direção da calçada, a areia estava muito quente e haviam muitas pessoas. 

Quando cheguei na areia comecei a ( tentar ) arrumar o meu cabelo, apesar de que sabia que ele ficaria completamente ondulado, como sempre ficava quando eu ia à praia. Resolvi dar uma olhada no meu celular para ver se tinha uma notificação e me surpreendi quando vi que tinha uma do meu pai. Meu pai nunca me mandava mensagens. 

Pai da filha mais linda: Seja boazinha com sua priminha ; )

ㅡÉ inacreditável! ㅡ Exclamei. Ele nunca me manda mensagem e quando manda é para isso? 

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora