Era início de tarde quando voltei pra casa com Jurema. Ela já não estava mais tão falante e interativa como antes, apenas sugava o refrigerante pelo canudo do copo diversas e curtas vezes, como se quisesse que ele durasse muito para não termos que conversar. Mas eu não estava preocupada e falar ou perguntar nada à ela. Na minha casa o Patrick já me esperava e eu precisava tentar convencê-lo a me ajudar.
ㅡ Ele está ali na sala. ㅡ Pedro me disse assim que pisei dentro de casa. Jurem passou reto em direção as escadas e Pedro fechou a porta atrás de mim. ㅡ E aí? Como foi? Tentaram se matar no meio do shopping?
ㅡ Não. ㅡ Balancei a cabeça deixando as bolsas de loja sobre a mesa. ㅡ Ela... ela foi super legal comigo, isso não é esquisito? Parecia que realmente era uma grande amiga minha.
ㅡ Sério? Tipo... a rabanete?
ㅡ Pedro... nós fizemos uma trégua. Fizemos condições e... uma delas é que você não chame mais ela de rabanete. Bem, nem eu e nem o pessoal.
ㅡ Ah, por que?? Por que você faz acordos em meu nome?? Eu não assinei nada! ㅡ Ele balançou a cabeça como o teimoso que ele era.
ㅡ Qual é, Pedro? É só parar de chamar ela de rabanete.
ㅡ E de criatura radioativa?
ㅡ Também não.
ㅡ Cara chupada?
ㅡ Não!
ㅡ Ah, então qual é a graça de morar com ela? ㅡ Ele caminhou na direção das escadas.
ㅡ E para de fingir que toma susto quando vê ela!
ㅡ Não é fingimento. ㅡ Ele responde antes de subir as escadas e seguir para o andar de cima. Respirei fundo parando na frente da porta da sala e logo entrei. Patrick estava ali no sofá junto com Paulo e... meu pai??
ㅡ Pai? O que faz aqui? Não devia estar no trabalho? ㅡ Ou seja lá onde ele fica quando diz que vai trabalhar.
ㅡ Estou apenas conversando com seu amigo que você marcou mas não estava quando ele chegou. ㅡ Ele me encarou com um olhar de repreensão.
ㅡ Tudo bem, senhor, ela deve ter seus motivos para ter se atrasado, não tem problema não. ㅡ Patrick sorriu para mim.
Caminhei até ele e me sentei ao seu lado, porém, diferente do que eu esperava, meu pai não se levantou, ele simplesmente continuou ali olhando pra nossa cara. Fiz uma careta para Paulo que rapidamente entendeu e saiu da sala. Uns segundos depois Pedro apareceu.
ㅡ Pai, me ajuda com uma parada lá no meu quarto. ㅡ Ele pediu pra meu pai que o encarou.
ㅡ Agora? ㅡ Perguntou sem interesse algum.
ㅡ É, pai, é importante. ㅡ Meu pai abriu um sorriso interesseiro para Patrick dizendo que já voltava e seguiu Pedro. Paulo voltou a sala logo em seguida e eu me preparei mentalmente para falar com Patrick.
ㅡ Então, Patrick, o motivo por eu ter chamado aqui hoje foi... ㅡ Parei de falar quando ouvi passos descerem correndo as escadas. Pedro apareceu ofegante na sala.
ㅡ Tranquei ele no meu quarto. ㅡ Ele respondeu respirando fundo e repondo a postura.
ㅡ O QUE??? ㅡ Eu e Paulo o questionamos ao mesmo tempo.
ㅡ Como assim você trancou ele no quarto? ㅡ Paulo perguntou com os olhos arregalados.
ㅡ Você é idiota, Pedro??
ㅡ Eu te pedi para enrolar ele enquanto falávamos com o Patrick. ㅡ Paulo balançou a cabeça negativamente.
Ouvimos meu pai bater e gritar para Pedro abrir.
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As Regras do Amor Vol. 1
RomanceCom 19 anos eu não sabia muito sobre amor. Já havia assistido centenas de filmes, visto centenas de séries, lido centenas de livros e ouvido centenas de músicas, e todos sempre acabavam falando sobre amor. Eu não me lembrava de já ter realmente sen...