13_ As Regras do amor.

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Será? Será que Patrick se encaixava nas minhas regras do amor?

Você talvez esteja se perguntando que raios de regras são essas, afinal, quem em sã consciência estipula regras para um sentimento tão confuso e imprevisível quanto o amor? Pois é. É exatamente por esse motivo que eu estipulei regras para esse sentimento que me amedronta tanto.

Como quase todas as garotas, eu cresci assistindo filmes e séries, lendo livros e ouvindo músicas que sempre falavam sobre o amor. Porém, enquanto minhas amigas choravam assistindo O primeiro amor ou Cartas para Julieta, eu era a garotinha que ficava com uma careta o filme inteiro.

O amor sempre pareceu um sentimento sinistro para mim. Eu tinha medo. Pelo que eu ouvia e via, você não escolhe por quem vai sentir isso e quando você se apaixona, a pessoa praticamente se torna o mundo para você. Imagina se eu começo a sentir um negócio desses por algum idiota? Imagina se um babaca qualquer se torna o meu mundo? Um cara que só brinca com os sentimentos das pessoas e só pensa em si? Deus me defenda!

Para evitar esse tipo de situação, decidi criar regras baseadas no que eu havia vistos em todos os encontros que eu já tive. Sim, foram vários, mas não porque eu gostos de ter dates, mas sim porque todos que já me chamaram para sair eram grandes amigos meus e eu não conseguia dizer não. Então, mesmo tendo quase 90% de certeza que daquele encontro não sairia nada, eu aceitava.

Eu tinha uma lista de regras aberta para adicionar ou retirar, caso fosse preciso.

Regra número um: Tinha que trabalhar ou estudar;

Saí com um cara uma vez e no fim eu tive que pagar tudo porque, segundo ele, a mãe tinha bloqueado seus cartões de crédito. Ps: Ele era filho de pais ricos. Acontece que o carinha não trabalhava e dizia que só esperaria e herança dos pais. Pelo que entendi, seu pai estava com uma doença terminal, o que me fez terminar com aquele " date " no mesmo momento. Ele falava da morte do pai com um sorriso tão empolgado que parecia um psicopata.

Na escola ele também não se dedicava a nada. Eu sempre me perguntei como ele conseguia passar com as melhores notas sempre e naquele dia eu perguntei. Não para a minha surpresa, seus pais pagavam a direção da escola para que ele passasse. Ou seja, o moleque só existia enquanto seus pais pagavam tudo o que ele queria.

Imagina me apaixonar por alguém assim? Se essa história de herança não desse certo, quem o sustentaria seria eu.

Eu queria um cara que se dedicasse a algo. Que lutasse pelo que quer, que fosse atrás dos seus sonhos e os realizasse por mérito próprio.

Regra número dois: Ser sério;

Eu não era muito de piadinhas. Se fosse para ter alguém do meu lado, alguém que eu fosse compartilhar tudo e entregar o meu coração, tinha que ser alguém que leva as coisas a sério. Saí com um cara uma vez e no dia eu estava com um mau humor horrível. Tinha ido mal na escola, discuti com meus pais por causa de uma das mentiras da Jurema, tinha perdido cinquenta reais que estava no meu bolso e meu cabelo estava horroroso. Eu não descontei essa raiva nele, obviamente, o garoto não tinha culpa de nada, mas expliquei toda a minha situação para que ele já soubesse que minha falta de animação aquele dia não era por causa dele. Contudo, o idiota só ficou fazendo piadas com a minha situação.

" Ta oleoso? Deixa eu ver. Nossa! Dá pra fritar batatas nesse óleo. O que acha de ao invés de irmos ao McDonald's nós comprarmos umas batatas no hortifruti, cortá-las e fritar na sua cabeça? "

" Foi mal na escola? Mas você só está no segundo do ensino médio, é uma série tão fácil. Você deve ser muito burra. "

" To brincando, to brincando. É só uma piadinha de leve. "

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora