06_ Undererê.

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Aquela poderia ter sido a minha morte. Eu poderia ter batido com a cabeça no fundo da piscina, o pessoal entraria em Pânico, minhas amigas teriam uma crise de choro, Saulo se sentiria culpado, Paulo mataria ele, meus pais ficariam arrasados, o parque da caixa d'água teria uma lenda da garota que morreu na piscina e o Pedro faria uma festa em comemoração.

Ele mesmo já disse que no dia que eu morresse, ele ia dançar ao som de undererê.

E, realmente, aquele poderia ser o meu fim se não fosse pelo fato de Saulo ter me puxado para sua frente e segurado minha cintura quando caímos na água. Como ele fez aquilo tão rápido? Eu não sei, mas ele tinha planejado aquilo detalhadamente.

Risadas soaram quando saí com a minha cabeça para fora d'água e eu quis socar o Saulo. Mas seu cabelo completamente molhado que tampava sua cara me fez aproveitar a oportunidade.

Como ele não estava enxergando, dei um impulso para cima e toquei a ponta de sua cabeça com minhas duas mãos, logo depois afundei-o na água.

Os minutos seguintes se resumiram em guerrilhas de água, não só entre nós dois, como de todos que estavam ali dentro. Água voava por todos os lados, Zezé de Camargo e Luciano tocava de fundo e os garotos que estavam lá em cima desciam as escadas.

Maicão pulou na água seguido de Gabriel e logo fui puxada para o canto da piscina.

ㅡ O que seu irmão ta fazendo aqui? ㅡ Priscila perguntou depois de me puxar para a borda da piscina. Dafine também estava ali com Maria Clara.

ㅡ Perturbando a minha paz, o que mais você acha? ㅡ Revirei os olhos e olhei em direção à ele. Ele estava fora da piscina conversando com Yngrid, uma das garotas que estava lá, mas que não havia estudado com a gente, havia estudado no outro terceiro ano.

ㅡ Eu não sabia que ele conhecia a Yngrid. ㅡ Priscila comentou num tom desanimado enquanto observávamos os dois conversando. Ele estava encostado em uma das pedras vestindo apenas sua bermuda e ela estava ao lado dele com um copo na mão, apenas de biquíni, como a maioria das garotas ali.

ㅡ Eu também não, mas ele conhece todo mundo mesmo. ㅡ Dei com os ombros. ㅡ Ele veio pra cá porque a Jurema está lá em casa. ㅡ As duas começaram a rir na hora fazendo Maria Clara tomar um susto.

ㅡ Desculpa... ㅡ Dafine erguei o dedo indicador enquanto tentava segurar o riso. ㅡ Não consigo levar o nome dessa garota a sério.

ㅡ Espera, a Jurema está na sua casa? ㅡ Priscila fez uma careta.

ㅡ Sim. ㅡ Bufei. ㅡ Minha mãe me ligou aquela hora para me avisar. Pedro disse que ela chegou lá em casa cheia de malas.

ㅡ Iii gente, ta achando que a casa dos outros e pensão agora? ㅡ Dafine perguntou num tom insatisfeito.

ㅡ Pedro disse a mesma coisa. Eu não sei o que essa garota tem que quer vir pra cá todo fim de ano.

ㅡ Aposto que os pais dela que mandam. Ninguém aguentaria ficar com ela em casa o dia inteiro, aí nas férias mandam ela pra cá. ㅡ Priscila falou nos fazendo rir.

ㅡ Credo gente, por que estão falando mal da garota assim? ㅡ Maria Clara nos encarou. Ok, Maria não era tão chegada a mim como Dafine e Priscila, nós éramos um trio desde muito tempo, mas ela era muito gente boa e sempre que conseguíamos arrastávamos ela para onde íamos. Ela não costumava ir tanto, pois não gostava de sair. De nós quatro, ela era a amiga responsável que já nos impediu de fazer muita merda.

ㅡ Se conhecesse a Jurema, entenderia. ㅡ Assenti observando o pequeno espaço entre as árvores que conseguíamos ver a cidade, mas algo agarrou os meus pés.

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora