11_ Eu sou o Patrick.

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O pagode se seguiu até chegarmos à praia. Os caras agradeceram ao Saulo, nos cumprimentaram e desceram do ônibus com seu ânimo contagiante.

ㅡ Vamos? ㅡ Ouvi a voz de Saulo e assenti ansiosa. Fazia tanto tempo que eu não ia à praia.

Nos levantamos dos bancos e seguimos em direção à porta do ônibus. Agradecemos ao motorista e assim que pisei na calçada um sorriso se formou instantaneamente no meu rosto.

O sol quente, o vento que vinha do mar, aquele céu azul sem uma nuvem sequer, o cheiro dos churrascos e camarões vendidos pelos ambulantes, músicas diferentes vindas de todos os lugares, pessoas de biquínis, sungas e chinelos havaianas passando, som de ondas quebrando e gritos vindos dos vendedores de picolé.

ㅡ Ai, eu to em casa. ㅡ Ergui meus braços para espreguiça-los e olhei para Saulo. ㅡ Tudo bem?

ㅡ Na verdade, eu to com fome. ㅡ Saulo passou a mão na barriga. ㅡ Você vai ligar pro pessoal pra saber onde eles estão?

ㅡ Não, você liga e eu vou ali comprar alguma coisa pra comer, também to com fome. Me arrancaram de casa sem eu ter comido nada. ㅡ Entreguei meu celular para ele e olhei em volta. ㅡ Tu come espetinho, né? ㅡ Perguntei depois de ver uma daquelas barraquinhas de espetinhos. Deviam ser umas onze da manhã agora e se conheço meus amigos, eles vão ficar na praia e só vamos almoçar umas duas da tarde, então vou comer algo de sal agora logo.

ㅡ Aham. ㅡ Saulo assentiu enquanto segurava meu celular em seu ouvido. ㅡ Maicão?... Não, não é a Pérola não... Para de cantar e me escuta! Ces tão aonde? A gente já chegou... Maicão, merda, para de cantar!... Perto do ponto de que? ㅡ Saulo começou a falar e eu me afastei dele para ir comprar os espetinhos.

Puxei a carteira da minha mochila e parei na frente do balcão. Só o cheiro já me deixou com mais fome.

ㅡ Olá, bom dia, mocinha! ㅡ O homem de pele negra, chapéu de palha e regata branca perguntou com um sorriso. ㅡ O que vai querer?

ㅡ Bom dia, eu... ㅡ Olhei na direção da placa que continha os tipos de espetinhos e olhei para trás na direção de Saulo que ainda parecia discutir com Maicão. ㅡ Saulo?? ㅡ Gritei por ele e lhe perguntei qual iria querer. O mesmo gritou que queria de carne e eu me virei para o homem de novo. ㅡ Um de carne e um de camarão, por favor.

O homem virou-se para sua churrasqueira e eu me virei para a praia para observar. Eu amava tanto a vibe de uma praia carioca.

ㅡ Um de frango, Zeca! ㅡ Alguém falou do meu lado parando perto do balcão, mas não me virei para olhar. Estava ocupada demais tentando encontrar o pessoal na praia, o que era quase impossível, já que a praia estava lotada.

ㅡ Fala, Patrick! ㅡ O homem saiu de perto da churrasqueira e pude ouvir o som das mãos dos dois batendo uma na outra. ㅡ Tava sumido em.

ㅡ Eu sei, eu sei... A faculdade tava acabando comigo. ㅡ A voz do tal Patrick soou novamente.

ㅡ Mas, ta indo bem, né? Tem que dar orgulho pra Dona Valdinha. ㅡ O homem falou de novo.

ㅡ Claro, claro. Estou me dedicando ao máximo para não decepcionar a minha veinha. ㅡ Ouvi ele dar uns tapinhas no balcão.

ㅡ Isso mesmo. Tenho certeza que vai ser um advogado e tanto. ㅡ Apenas nesse momento eu parei de encarar a praia e resolvi olhar para o Patrick. Se fala sobre advocacia, fala comigo.

Me virei para o balcão novamente e virei meu rosto para o rapaz que olhou para mim instantaneamente. Sua pele era escura, seus cabelos eram cacheados, seus olhos negros como a noite. Ele não estava de camisa, apenas vestia uma bermuda. Seus pulsos tinham pulseiras praianas e ele era alto.

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora