Comecei a rir comigo mesmo. Eu só podia estar num universo paralelo.
ㅡ Espera, espera... ㅡ Ri de novo. ㅡ O senhor está dizendo que se eu não me der bem com aquela coisa que ta lá fora... vai me manter em cativeiro?
ㅡ Se prefere ver dessa forma. ㅡ Ele deu com os ombros com os braços cruzados.
Parei de rir e balancei a cabeça negativamente observando o meu pai.
ㅡ O senhor mudou.
ㅡ Todos mudam com o tempo. ㅡ Ele passou por mim para voltar ao jardim.
ㅡ Espera! ㅡ Virei-me para ele e ele me olhou. ㅡ Eu faço isso com uma condição.
ㅡ Que condição?
ㅡ Me deixa namorar o Saulo.
ㅡ Nem pensar!
ㅡ Se não me deixar namorar com ele, fico trancada em casa pelo resto da minha vida, mas faço questão de eu mesma ir na casa da Jurema mandar o pai dela dar o rego. ㅡ Meu pai arregalou os olhos.
ㅡ Que tipo de palavreado é esse, Perola???
ㅡ Posso falar coisas muito piores na frente do pai dela. E ainda falo que você que mandou. ㅡ Cruzei meus braços com um sorriso de canto enquanto meu pai me encarava com uma expressão nada satisfeita. ㅡ Então? Me deixa namorar o Saulo?
ㅡ ... Ta! ㅡRespondeu depois de tanto relutar. Ele virou as costas para mim e seguiu na direção do jardim. Segui-o. ㅡ Saulo? ㅡ Ele chamou por Saulo que estava ao lado de Pedro. Todos olharam para ele. ㅡ Bem-vindo à família. ㅡ Sorri ao escuta-lo e Saulo sorriu também enquanto Pedro sacudia um de seus ombros comemorando com ele.
ㅡ Parabéns, querida. ㅡ Minha mãe tocou meu ombro com um sorriso. ㅡ Tenho certeza que será muito feliz com o seu princeso.
ㅡ Ah. ㅡ Comecei a rir quando me lembrei daquele dia e acabei parando meus olhos em Jurema. A mesma não parecia nada satisfeita, o que me fez sorrir mais. Caminhei na direção de Saulo e o abracei de lado. Paulo e Thalia se aproximaram. Thalia sorria enquanto Paulo encarava Saulo seriamente.
ㅡ Felicidades, maninha. ㅡ Paulo me abraçou e logo depois parou na frente de Saulo. ㅡ Se magoar a minha irmã... foge do país, porque eu te caço.
Saulo olhou para mim com os olhos arregalados e eu ri novamente.
ㅡ Já que faz parte da família, vai lá dentro com a Perola e trás os refrigerantes. ㅡ Meu pai mandou olhando para nós dois. Balancei a cabeça, peguei a mão de Saulo e o puxei para a cozinha.
ㅡ Ta tudo bem? Seu pai brigou com você por minha causa? ㅡ Saulo perguntou enquanto eu tirava os refrigerantes da geladeira.
ㅡ Não. ㅡ Coloquei três sobre a bancada do armário. ㅡ Discutimos sobre a palhaçada de eu ter que ser amiga da Jurema.
ㅡ Ele ainda está com isso? ㅡ Saulo se apoiou na bancada.
ㅡ Sim, mas eu pedi que ele deixasse você namorar comigo como condição para que eu continuasse levando essa palhaçada. ㅡ Saulo me olhou.
ㅡ Mas, por que? O que estamos fazendo é de mentira, mas a Jurema te irrita de verdade.
ㅡ Eu não suportaria ficar trancada em casa com minhas tias estando solteira. Sem contar que esse " namoro " vai me distrair dessa palhaçada toda. Ainda bem que é você. ㅡ Sorri para ele.
ㅡ E por que? ㅡ Seu olhar curioso me fitou.
ㅡ Porque... ㅡ Lembrei do que Thalia havia dito sobre não iludi-lo, mas eu não iria mentir. ㅡ Eu não me sentiria muito confortável tendo que fingir namorar algum outro cara. Você também é bonito... o que facilita um pouco.
ㅡ Ah é? ㅡ Saulo riu cruzando os braços.
ㅡ Não to mentindo. ㅡ Dei com os ombros com um sorriso. ㅡ E você beija bem.
ㅡ Aquele beijo foi... ㅡ Saulo tentou se explicar, mas eu o interrompi.
ㅡ Foi ótimo. ㅡ Ele olhou nos meus olhos. ㅡ Eu gostei, o que eu nunca pensei que diria para você, já que nunca imaginei que nos beijaríamos um dia.
ㅡ Eu imaginei. ㅡ Saulo riu. ㅡ Um dia acabaríamos fazendo isso por pressão ou alguma brincadeira dos nossos amigos.
ㅡ Ah, verdade. ㅡ Ri junto dele. ㅡ Mas, foi melhor assim.
ㅡ Por atuação?
ㅡ Pra você foi? ㅡ Olhei em seus olhos e ele me encarou sem dizer nada.
ㅡ Er... ㅡ Saulo coçou sua cabeça e eu abaixei a minha.
ㅡ Pra mim não foi. ㅡ Deixei escapar e ergui meu olhar para ele. Saulo me encarou parecendo surpreso, mas segundos depois seu sorriso ladino apareceu em seus lábios.
ㅡ O que ta querendo dizer, Perolazinha? ㅡ Saulo deu uns passos na minha direção. Seu sorriso abusado estava ali.
ㅡ Você ouviu bem, mas e pra você? ㅡ Eu dei uns passos até ele e parei em sua frente. ㅡ Foi apenas atuação? ㅡ Pendi meu rosto para o lado e cruzei os meus braços.
ㅡ Eu acho que você sabe a resposta. ㅡ Seu tom foi diferente. Seus olhos, que estavam focados em meus olhos passaram para meus lábios e, por mais que eu sentisse que eu deveria achar muita loucura, eu não achava. E por que não?? Eu estava sentindo atração pelo Saulo?? Tipo, de verdade? Meu Deus, eu estava atraída pelo Saulo!! ㅡ Mas, caso tenha dúvidas... ㅡ Saulo voltou a falar me tirando de meus loucos pensamentos.
Seu rosto começou a se aproximar do meu e eu, sem nem pensar, fiz o mesmo. Meu desejo de sentir os lábios dele nos meus falou mais forte do que qualquer pensamento racional que eu poderia ter.
Não houve pausa dramática, nós dois apenas nos unimos num beijo novamente. Nossos corpos se uniram assim que Saulo puxou minha cintura com suas mãos. Levei as minhas até sua nuca e deixei que meus lábios acariciassem os dele.
Aquele beijo fez o meu coração acelerar de novo e novamente as borboletas dançaram no meu estômago. Nossos lábios estavam numa sintonia tão incrível que parecia que haviam sido feitos para aquele momento.
Ambos sorrimos antes de darmos um selinho e separarmos nossos lábios.
ㅡ Isso não estava no combinado, estava? ㅡ Saulo perguntou e eu ri ainda com meus braços sobre seus ombros.
ㅡ Eu acho que não. Mas somos namorados, certo? ㅡ Arqueei uma sobrancelha com um sorriso ladino.
ㅡ É claro. ㅡ Saulo assentiu e logo rimos.
ㅡ Arg... ㅡ Jurema apareceu na porta da cozinha e fez uma careta quando nos olhou. ㅡ Então isso é sério? Pensei que fosse só uma palhaçada para irritar o seu pai ou sei lá.
ㅡ Ta triste, é? ㅡ Sorri para a mesma.
ㅡ Eu não, posso ter quem eu quiser. ㅡ Ela deu com os ombros. ㅡ Mas, poxa, Saulo... Você poderia ter tido a mim e escolheu essa garota?
ㅡ Pois é, né? ㅡ Saulo olhou para mim com um sorriso. ㅡ Eu escolhi bem.
•••
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Regras do Amor Vol. 1
RomanceCom 19 anos eu não sabia muito sobre amor. Já havia assistido centenas de filmes, visto centenas de séries, lido centenas de livros e ouvido centenas de músicas, e todos sempre acabavam falando sobre amor. Eu não me lembrava de já ter realmente sen...