ㅡ Eu sei que você basicamente não me conhece, então não precisa me contar o que ta rolando. ㅡ Patrick quebrou o silêncio. Nós dois havíamos caminhado pela reta e bela rua da minha casa. Sim, eu chamo de bela e não é só pelo nome dela ( Bela Vista ), mas porque eu realmente sempre gostei daquele bairro.
Eram duas ruas, cada uma os carros iam para um lado, naturalmente. O que dividia as ruas eram um gramadinho fino que tinham palmeiras do início ao fim. Era uma rua muito bonita e eu sempre gostei de morar ali. Seguindo por ela na direção do centro da cidade havia uma pracinha de maneira bem grande. Era cercada por madeiras escuras e as árvores tampavam a mesma permitindo com que houvesse sombra por toda ela em dias de sol.
Patrick e eu sentamos em um dos bancos dela. Era noite, pessoas caminhavam, corriam, passeavam com cachorros, lanchonetes estavam cheias e tinham algumas crianças ali com seus pais. Também tinham uns casais. A pracinha também era conhecida por ser um ponto de adolescentes ficarem escondidos de seus pais, já que era perto de uma escola, a escola que estudei.
ㅡ Mas fiquei realmente surpreso de ver você. ㅡ Patrick me sorriu. ㅡ Você mora por aqui?
ㅡ Moro na casa branca ao lado da lanchonete que você estava. ㅡ Ele arregalou os olhos.
ㅡ Você mora naquele casarão?? Também não me disse que era rica. ㅡ Patrick riu e eu acabei rindo também.
ㅡ Não sou rica, minha mãe é. ㅡ Dei com os ombros. De fato, 70% da grana que tínhamos na família era da parte da minha mãe. Ela tinha uma empresa que inicialmente era apenas de perfumes, mas agora vai de hidratante corporal à maquiagens para todo tipo e tom de pele. Ela é, com certeza, a minha inspiração, já que quando começou, todos os seus irmãos machistas diziam que ter empresa era um peso demais para mulheres que são tão fracas e emotivas.
Os outros 30% vem do meu pai que até hoje eu não entendi direito no que raios ele trabalha.
ㅡ E você mora aqui a muito tempo?
ㅡ Minha vida toda. ㅡ Sorri. ㅡ Eu cresci brincando aqui nessa pracinha, fui àquela escola... ㅡ Apontei para o colégio. ㅡ Minha vida se passa aqui.
ㅡ Pelo seu olhar você tem muitas memórias boas. ㅡ Patrick sorriu e eu assenti.
ㅡ E você? O que faz aqui? Pensei que morasse em Saquarema. ㅡ Perguntei me referindo à cidade em que nos conhecemos, na praia.
ㅡ E moro. ㅡ Concordou. ㅡ Eu faço faculdade lá e moro com a minha avó desde os doze anos.
ㅡ Aí veio passar as férias aqui?
ㅡ Sim. Meus pais moram aqui. Decidi vir passar uns dias aqui com eles. Mas não sabia que você morava aqui. Um belo de um destino, como eu disse. ㅡ Ele sorriu. Seria possível?
Encarei Patrick que agora observava as crianças brincarem e me perguntei se seria ele o rapaz que o destino me reservou. A pessoa que finalmente me permitiria descobrir como o amor realmente funciona. Esse sentimento tão louco.
Patrick era muito bonito e parecia muito legal... mas eu ainda não conhecia.
ㅡ Por que não mora com seus pais? ㅡ Continuei o observando.
ㅡ Eu era novo demais para ficar ouvindo eles brigarem todos os dias. Meu pai decidiu que seria melhor eu morar com a minha mãe.
ㅡ Eles ainda brigam?
ㅡ Não tanto quanto antes. ㅡ Patrick me olhou. ㅡ Por que? ㅡ Suspirei.
ㅡ Eu já sou de maior mas ainda me acho nova demais para ficar ouvindo meus pais brigarem. ㅡ Encarei meus pés.
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As Regras do Amor Vol. 1
RomanceCom 19 anos eu não sabia muito sobre amor. Já havia assistido centenas de filmes, visto centenas de séries, lido centenas de livros e ouvido centenas de músicas, e todos sempre acabavam falando sobre amor. Eu não me lembrava de já ter realmente sen...