16_ Você sente algo por mim?

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ㅡ Ta louco? ㅡ Empurrei Saulo com minhas mãos e ele riu quando caiu ao meu lado na areia. ㅡ Você ta mais abusado do que o de costume.

ㅡ  Ta com medo do que eu possa fazer, Pérola? Você me conhece. ㅡ Ele se colocou de pé e estendeu sua mão para que eu me levantasse. ㅡ Eu não te faria mal. ㅡ Me levantei e parei em sua frente. ㅡ Ou tem medo do que você poderia fazer? ㅡ Ele abriu um sorriso ladino.

ㅡ Tipo te matar e esconder o corpo? ㅡ Perguntei voltando a caminhar na direção da calçada. Ouvi uma risada dele e, de repente, um flashback de lembranças me veio a mente. Cada momento em que as meninas diziam que Saulo gostava de mim e a cada vez que elas me colocaram numa cilada só para que eu ficasse sozinha com ele. Também momentos em que ele mesmo jogou piadas e indiretas tão diretas que pareceram ironia.

ㅡ Saulo? ㅡ Me virei para ele. ㅡ Você sente algo por mim? ㅡ Fui direta como eu sempre costumei ser. 

Porém, ao contrário da reação que eu esperava ( uma risada ), Saulo engasgou. Tipo, do nada! Ele começou a tossir freneticamente como se estivesse se afogando com própria saliva. 

ㅡ Saulo?? Você está bem?? ㅡ Me aproximei dele e o vi acalmar-se aos poucos e respirar.

ㅡ Ai... ㅡ Ele respirou fundo. ㅡ Eu engasguei.

ㅡ Engasgou com o ar? ㅡ Fiz uma careta.

ㅡ Não, acho que um bicho entrou na minha boca, um mosquito ou sei lá, mas... por que ta me perguntando isso? ㅡ Ele fez uma careta enquanto esfregava a mão no peito. 

ㅡ Porque todo mundo fala isso e, se for verdade, gostaria de saber. ㅡ Expliquei despreocupada. Saulo, porém, me encarava sem dizer nada. ㅡ E então?

ㅡ Não. ㅡ Respondeu de maneira breve.

ㅡ Não? ㅡ Para falar a verdade, eu não estava surpresa, sempre achei que isso era coisa das meninas. Essa mania de shippar as fizeram acreditar que isso era real, de alguma forma ou de alguma parte.

ㅡ Digo, sim. ㅡ Arregalei meus olhos. ㅡ Bem, não como está pensando. Eu gosto de você como... como amiga! ㅡ Eu não sabia o motivo dele estar praticamente gritando. ㅡ Eu adoro você, você é divertida, é legal, é uma ótima... amiga. ㅡ Sorriu torto. ㅡ Eu gosto de você assim e não.. não como " quer ser minha esposa ". ㅡ Saulo riu e se afastou de mim enquanto ajeitava o cabelo. ㅡ Gosto de você como minha amiga, apenas.

ㅡ Ta bom. ㅡ Respondi estranhando totalmente aquela reação esquisita. Fiz uma pergunta e ele me contou uma história. ㅡ Vamos voltar? Aquele povo não se pode deixar sozinho. 

Saulo apenas assentiu e nós seguimos na direção na calçada. Voltamos para a área onde o pessoal estava e eu me sentei junto das meninas. Quase todos estavam de volta a areia e apenas Gabriel e Maria Clara ainda estavam na água.

ㅡ Onde vocês estavam? ㅡ Dafine perguntou depois de parar de tirar fotos de si própria com o meu celular.

ㅡ Andando. ㅡ Dei com os ombros e só aí notei que Jurema também já estava ali. A mesma estava tomando sol deitada sobre uma toalha azul. ㅡ Acredita que a Jurema deu em cima do Patrick só porque me viu conversando com ele?

ㅡ Quem é Patrick mesmo? 

ㅡ O carinha que conheci hoje, Dafine, que memória é essa? ㅡ Ri.

ㅡ Aí, Perola, Maicão ficou cantando pagode no meu ouvido até agora. Não lembro nem como voltar pra casa. ㅡ Ela começou a fazer círculos com seus dedos em sua cabeça. ㅡ Mas respondendo ao que você disse: Sua prima é uma desocupada que merece dois tapas na fuça. Quer que eu dê? 

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora