As Regras do Amor Vol. 1

07_ Foi... incrível.

ㅡ Você não vai me fazer passar por isso, vai? ㅡ Encarei Saulo desacreditada de que ele realmente estava falando sério. O besta apenas assentiu com aquele sorriso bobo.

ㅡ É só virar pra lá. ㅡ Ele comentou enquanto eu me levantava e ele já abria o botão de sua bermuda.

ㅡ Calma, calma aí! ㅡ Virei-me de frente para a porta e balancei a cabeça negativamente. Eu realmente não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo.

O som de água caindo começou a soar e eu toquei minha testa na madeira da porta com uma careta.

ㅡ Ta tão constrangida por que? Nunca esteve num banheiro enquanto um cara mijava? ㅡ Saulo perguntou com deboche.

ㅡ Não??? ㅡ Fiz outra careta erguendo as sobrancelhas. Saulo gargalhou. ㅡ Acaba isso logo.

ㅡ Ei, não se apressa algo assim. É no tempo dele. ㅡ Saulo respondeu e eu fiz uma cara de nojo.

ㅡ Fica quieto, Saulo. ㅡ Cruzei meus braços e aguardei até que ele terminasse.

ㅡ Pronto, já pode sair do castigo. ㅡ Abaixei meus ombros em alívio e me virei para ele que agora lavava suas mãos.

ㅡ Abaixa essa tampa e dá descarga. ㅡ Apontei para a privada. ㅡ Por que vocês homens deixam a tampa aberta? É preguiça ou só por implicância mesmo?

ㅡ Eu esqueço. ㅡ Ele puxou a tampa com o pé, o que fez um barulho bem alto quando ela bateu na privada.

ㅡ Eeee, a coisa ta boa aí dentro? ㅡ Ouvi a voz de Maicão do outro lado da porta.

ㅡ Sai daqui!! ㅡ Bati na porta e ouvi umas risadas logo depois. Não era só ele que estava atrás da porta.

ㅡ Pode sentar. ㅡ Ele voltou a se sentar no chão e apontou para a privada. Caminhei até a mesma e me sentei abraçando meus próprios braços.

ㅡ Foi assim que você imaginou seu aniversário? Trancado no banheiro comigo? ㅡ Me curvei para a frente e apoiei meu queixo na minha mão.

ㅡ Na verdade, não. ㅡ Saulo forçou uma expressão pensativa. ㅡ Eu imaginei você no meu quarto. ㅡ Arregalei meus olhos.

ㅡ Saulo?? ㅡ Ele começou a rir. ㅡ O que ta acontecendo com você? ㅡ Acabei rindo junto dele. ㅡ Você não era assim.

ㅡ Ai, eu sei. ㅡ Ele passou as mãos no rosto até chegarem no cabelo e logo puxou os fios para trás. ㅡ É que eu fiquei muito tempo sem te ver e sem provocar você. Agora tenho que fazer em dobro.

ㅡ Por isso ta safado desse jeito? ㅡ Ri mais. ㅡ Eu to lascada então, se for me provocar o dobro.

ㅡ E você? Sentiu a minha falta? ㅡ Ele abriu um sorriso convencido.

ㅡ Saulo, a faculdade sugou toda a minha energia e tempo. Eu não tive tempo nem de lembrar do meu nome. ㅡ Bufei.

ㅡ Esse é seu modo educado de dizer que nem se lembrava mais de mim? ㅡ Ele ergueu as sobrancelhas.

ㅡ Não. ㅡ Na verdade, era. ㅡ Eu realmente não tive tempo para nada, e se não fosse pelas garotas, eu estaria estudando em casa agora.

ㅡ Credo. ㅡ Fez uma careta.

ㅡ E você? O que fez durante esse ano?

ㅡ Fiz o mesmo que fazia antes. Trabalhei com meu pai na oficina dele e... Tentei escrever. ㅡ Ele deu com os ombros.

ㅡ Você ainda escreve?? ㅡ Me acheguei mais para frente ficando mais perto dele. Saulo olhou nos meus olhos.

ㅡ Eu ainda tento. Mas as coisas que eu escrevo não servem para nada. De que adianta eu gostar de fazer algo que não vai me render nada? ㅡ Ele perguntou com desânimo no olhar.