48_ Amante?

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1 semana depois...

Ali estava eu, chorando na minha cama após ver a briga mais feia entre meus irmãos e meu pai que eu já havia visto na vida. Minha vida estava um caos e os únicos momentos de paz que eu tinha era quando estava com Saulo.

Até agora eu não sabia explicar direito como minha vida havia virado de cabeça para baixo em tão pouco tempo.

Eu continuei saindo com Saulo sempre que podia com a desculpa de que estava saindo com o Patrick, porém, meu pai acabou descobrindo que eu não estava saindo com ele. Por sorte, os meus amigos estavam junto comigo e esconderam o Saulo no momento que meu pai apareceu no parque onde estávamos, então levei bronca por não estar com o Patrick, e não por estar com o Saulo.

Ele fez uma baita escândalo no parque e me trouxe pra casa como se eu fosse uma adolescente que saiu escondido. Eu cheguei em casa com tanto ódio que comecei a discutir com ele sem me importar com plano algum.

Ele brigou ainda mais comigo, o que fez Pedro e Paulo intervirem na discussão. O que apenas gerou uma discussão ainda maior. Eu nunca havia visto meus irmãos daquele jeito.

Peguei o meu celular e disquei o número da minha mãe. Fazia uma semana que eu não falava com ela e eu não conseguia esconder tudo o que estava acontecendo.

Ela me atendeu no terceiro toque.

Mãe- Oi, filha!

A voz doce e calma da minha mãe apertou ainda mais o meu peito. A última coisa que eu queria era chatear a minha mãe, mas eu não conseguia pensar em nada naquele momento.

Perola- Mãe?

Minha voz de choro denunciava para minha mãe o quão destruída internamente eu estava.

Mãe - Pérola? O que foi? O que aconteceu? Seu pai te fez algo??

Apertei os olhos permitindo que mais lágrimas saíssem.

Perola- Mãe... Ele ficou louco! Ele ta doidão! Ele fica me obrigando a sair com um garoto que eu nem gosto pra facilitar o trabalho dele, quer que eu termine com o Saulo e ameaça de me trancar em casa! Ele parece outra pessoa, virou a cabeça! Eu não... Eu não aguento mais!

Eu desabei em choro. Minha saúde mental estava a ponto de entrar em colapso, eu não conseguia me reconhecer.

Eu sempre fui uma garota... Feliz. Eu tinha amigos incríveis, eu conhecia todo mundo da minha escola, eu saía todos os dias, eu morava numa casa linda e sempre amei minha rotina. Eu era do tipo que conseguia ficar feliz só de admirar um dia bonito de sol e de ouvir o canto dos pássaros de manhã.

Eu conseguia admirar detalhes simples dos meus dias e ficava muito feliz com aquilo. Mas agora... Agora eu não era nada disso. Agora eu não conseguia admirar nada e nem ficar feliz por esse tipo de coisa.

Eu vivia triste me perguntando o que raios eu faria para não ser pega pelo meu pai. Ele destruiu a minha vida!!

Mãe- Filha... Eu sinto muito.

Minha mãe desabou em choro juntamente comigo.

Perola- Mãe, eu não aguento mais. Eu não aguento mais isso...

Um estrondo do outro lado da linha me assustou.

Pérola- Mãe?? Mãe??

Comecei a ouvir a voz da assistente da minha mãe chamando por ela num tom preocupado e logo depois gritou para alguém chamar uma ambulância.

A dor me consumiu por dentro junto com o arrependimento e a culpa.

Perola- MÃE??? MÃE????

Vanessa- Pérola? Aqui é assistente da sua mãe. Ela desmaiou e estão levando ela pra fora do prédio, já chamei a ambulância.

Perola- Meu Deus, me mantenha informada, Vanessa, pelo amor de Deus!

Meu coração se apertou ainda mais quando a chamada foi encerrada. Pulei do sofá num ato só e corri para fora do quarto.

ㅡ PEDRO!! PAULO!! ㅡ Gritei pelos corredores e desci as escadas sentindo que meu coração sairía pela boca. Paulo saiu da sala com o olhar mais preocupado que eu já o via visto. Pedro desceu atrás de mim nas escadas.

ㅡ O que aconteceu?? ㅡ Paulo perguntou. Meu olhar se fechou assim que vi meu pai sentado sobre a mesa bebendo algo que não parei para prestar atenção.

ㅡ A mãe... ㅡ Tentei respirar, o choro não estava me permitindo falar. ㅡ Ela... Ela passou mal enquanto eu falava com ela pelo telefone e a Vanessa disse que vai levar ela pro hospital.

ㅡ O QUE?? ㅡ Os dois arregalaram os olhos e não demorou para que chorassem. Já o idiota a mesa, não disse e nem teve reação alguma. Ele apenas subiu as escadas.

ㅡFoi tudo culpa minha. ㅡ Falei entre soluços.

ㅡ Não foi culpa sua, Perola. ㅡ Paulo se aproximou de mim e me abraçou. Pedro estava encostado na parede. Eu nunca o tinha visto com a expressão tão arrasada antes.

ㅡ Foi sim... Eu... ㅡ Solucei ㅡ Eu contei pra ela tudo que o papai tava fazendo comigo e ela desmaiou. Foi culpa minha! Eu tinha que ter ficado com a minha boca calada!

ㅡ Não foi culpa sua!! ㅡ Pedro exclamou me fazendo olhar para ela. ㅡ Você não teve culpa de nada! O único culpado dessa confusão toda é o desgraçado do nosso pai que está lá em cima como se nada tivesse acontecido!! Ele é o culpado!!

Por um momento, toda minha dor se transformou em ódio. Imaginei minha mãe num leito de hospital por causa daquele nojento e subi as escadas correndo. Fui até o último corredor e parei na frente da porta do quarto dele. A porta estava fechada, mas pude ouvi-lo falar baixo.

ㅡ Sim, minha filha disse que ela foi pro hospital, talvez esse seja o sinal de que nossa vida juntos finalmente vai começar, meu amor. ㅡ Sua voz fez o meu estômago se revirar por completo. ㅡ Eu não sei direito não, mas vamos torcer para que nesse desmaio ela tenha batido a cabeça e não se recupere. Assim sua bela fortuna fica para nós dois. ㅡ Meu pai tinha uma amante, por que isso não me deixava tão horrorizada? Acho que se eu descobrisse que ele era o chefe da boca de fuma da cidade, eu não ficaria surpresa. ㅡ Que isso, vou te levar aonde quiser, minha gata.

ㅡ SEU DESGRAÇADO!!! ㅡ Invadi o quarto com toda fúria que eu tinha e tentei partir para cima dele sem me preocupar com o que aconteceria comigo, porém Paulo me segurou a tempo. Ele e Pedro adentraram o quarto.

Meu pai abaixou a tela do celular assustado e olhou para nós. Encarei Paulo para pedi-lo que ele me soltasse, mas suas expressão horrorizada olhando para meu pai me assustou.

Olhei na mesma direção que ele estava olhando e notei que meu pai falava com a amante pelo whatsapp, o que significava que podíamos ver a foto da mulher.

ㅡ Thalia? ㅡ Paulo perguntou com a voz embargada.

•••
Continua...

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora