40_ Travesseiro.

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ㅡ Ah, Pedro, eu agradeço essa sua... Sua consideração repentina por mim, já que nunca ligou e, na verdade, torcia para que eu morresse atropelada. ㅡ Pedro riu. ㅡ Mas eu preciso de um plano.

ㅡ Que plano?

ㅡ Um plano pra conseguir escapar do meu pai sem ele saber. Fingir que estou obedecendo essas ordens malucas dele, mas na realidade estarei com o Saulo e odiando a Jurema. ㅡ Me levantei da cama e comecei a andar pelo quarto tentando pensar em algo.

ㅡ Ué, finge. ㅡ Pedro deu com os ombros e eu o encarei com as sobrancelhas arqueadas.

ㅡ Pedro, sai daqui. ㅡ Apontei para a porta e ele se sentou na cama.

ㅡ Não, você não entendeu. É só fingir mesmo. A gente chama seus amigos aqui e combina isso com eles. Dentro dessa casa você é uma garota solteira que está fazendo de tudo pra se dar bem com a prima esquisita e até tenta algo com o Patrick para ajudar seu papai, mas lá fora você é simplesmente você. Não podemos correr o risco de você enfrentar o pai, porque ele ta bem loucão e pode fazer algo do tipo... trancar você aqui. ㅡ Pedro se colocou de pé. ㅡ Vamos fazer isso. Você finge que termina com o Saulo e finge tentar se dar bem com a Jurema na frente do pai aqui em casa, tenta mostrar que você tá bem deprê pra ficar mais real. Aí lá fora você sai com o Saulo escondido para não correr de alguém ver e contar pro papai.

ㅡ Você acha que isso pode dar certo? ㅡ Toquei minha cintura em aflição.

ㅡ É o único jeito. A mãe vai viajar e vamos ficar só com ele, do jeito que ele está doidão, pode nos manter em cárcere privado. Também não quero contar pra mãe, não agora, pelo menos. Ela não tem estado nada bem com isso tudo. Acho que essa viagem pode até fazer bem pra ela.

ㅡ Concordo. ㅡ Assenti. ㅡ Então... sugere que eu engane o pai?

ㅡ É, tem algum problema com isso?

ㅡ Problema? ㅡ Gargalhei. ㅡ Minto até meu nome pra ele, to nem aí. ㅡ Dei com os ombros. ㅡ Eu só... eu só não aguento mais. Eu quero poder ser livre pra fazer o que meu coração desejar. Será que eu vou ter que ir morar sozinha pra isso? Sinceramente, to pensando muito nisso.

ㅡ Não precisa disso, você ainda está na faculdade, começar a trabalhar pra manter uma casa sozinha vai te tirar tempo pros estudos e... você é a pessoa mais dedicada nos estudos que conheço. A gente vai conseguir dar um jeito nisso. ㅡ Observei Pedro com certa estranheza. Eu nunca imaginei que um dia teríamos uma conversa decente que não envolvesse xigamentos e que não terminasse em guerra.

ㅡ Por que está fazendo isso? ㅡ Encarei-o com o olhar desconfiado.

ㅡ Porque... porque você é minha irmã e eu me importo. ㅡ Ele respondeu com o olhar mais sincero que eu já havia visto naquele olhos de tonto. De repente, ambos rimos. ㅡ Eu devo ter bebido.

ㅡ Você é tão besta. ㅡ Ri balançando a cabeça.

ㅡ Eu vou voltar praquele almoço chato e você pede para seus amigos virem aqui, incluindo o Saulo. Faz todo mundo entrar pela porta dos fundos e depois sobe com eles pra cá. Me faz um sinal lá da sala de jantar pra eu saber que eles chegaram e eu dou um jeito de subir.

ㅡ É hora de almoço, Pedro, não posso simplesmente tirá-los da casa deles. ㅡ Questionei-o e Pedro arqueou uma sobrnacelha.

ㅡ Eles aparecem aqui e te tiram daqui a hora que querem, manda eles virem logo. ㅡ Ele caminhou na direção da porta. ㅡ Não esquece de me dar o sinal pra eu subir.

Concordei com ele e peguei o meu celular. Abri o grupo que tínhamos no WhatsApp e vi que eles estavam todos online falando sobre um tal clube que iria inaugurar hoje a noite.

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora