19_ Fingi ser meu namorado?

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Não me pergunte quanto tempo fiquei ouvindo minhas tias reclamarem do meu peso comigo ou por eu não ter um namorado, pois não vou saber dizer, mas tipo assim, foi muito tempo! Eu desejei ter continuado dormindo pelo resto do dia.

Quando finalmente Paulo percebeu o quanto eu estava incomodada com aquela atenção toda delas, ele disse que tinham umas plantas da mamãe do outro lado da casa que elas iriam amar ver, o que, por incrível que pareça funcionou. 

Pedro? Pedro ficou rindo da minha cara o tempo inteirinho. Podemos notar facilmente a diferença entre meus irmãos.

ㅡ Obrigado, Paulo. ㅡ Suspirei aliviada e ele me abraçou de lado.

ㅡ Vem, vou te apresentar pra ela. ㅡ Ele me direcionou até a garota que conversava com a minha mãe perto da mesa posta ali fora. Ambas estavam colocando as comidas ali. ㅡ Thalia? ㅡ Paulo chamou por ela que rapidamente olhou para nós, abriu um sorriso, limpou as mãos em um dos guardanapos e estendeu a mão para mim. ㅡ Essa é minha irmã, Perola. ㅡ Apertei a mão da garota e abri o sorriso mais simpático que consegui. Dafine e Priscilão costumavam dizer que meu sorriso era de deboche, o que já fez garotas querem arrumar confusão comigo na escola por pensar que eu estava debochando delas. 

ㅡ É um prazer finalmente te conhecer, Perola. O Paulo falou tanto de você, você nem imagina. ㅡ Analisei-a e, por enquanto me pareceu simpática. 

ㅡ Já que foi ele, eu fico de boa. Se fosse o Pedro, teria certeza que teria me descrito como uma bruxa manca. ㅡ Ela riu e Paulo me soltou rindo também. 

ㅡ Perola, essa é a Thalia. ㅡ Ele a apresentou e eu fiz uma careta esperando que ele dissesse " minha namorada ", mas ele não disse, o que cagou com todo meu plano de livro clichê. Ele apresenta ela como namorada e eu esnobo ele dizendo que ela é bonita demais pra isso. Paulo, estraga prazeres.

ㅡ É um prazer, Thalia, você chegou na semana de teste. ㅡ A garota pareceu confusa, Paulo também, na verdade, ele pareceu com medo do que eu fosse falar para a garota. Não sei porque, se ela já conheceu o Pedro, ele não tem que ter medo de mais nada. 

ㅡ Teste? Como assim? ㅡ Ela perguntou com uma careta.

ㅡ Testar o quão você gosta do meu irmão, porque veio na semana em que minhas tias estão aí, em que a Jurema está aí e que o Pedro ainda está vivo. Quer teste mais forte que esse? Se eu fosse você saía correndo dessa casa. ㅡ Ela começou a rir de novo. 

ㅡ Para de assustar minha futura namorada. ㅡ Paulo falou rindo e Thalia olhou para ele com aquele sorriso de apaixonada que ouve a palavra " namorada " sair da boca do cara que gosta pela primeira vez. 

O pai acabou chamando o Paulo para ajuda-lo na churrasqueira e ele nos deixou para ir até lá.

ㅡ Vem, vou te mostrar a casa. ㅡ Fui na direção da porta e Thalia me seguiu. 

ㅡ Você disse o nome Jurema, quem é? E por que ela é um teste para mim? ㅡ Thalia perguntou me seguindo pela cozinha.

ㅡ Jurema é uma prima minha que está passando as férias aqui em casa. Já teve alguma prima que faz de tudo para te ferrar? Do tipo que fica com todos os caras que você gosta e inventa absurdos pros seus pais? ㅡ Thalia negou parecendo assustada com tudo que eu disse. ㅡ Pois eu tenho, e s chama Jurema. Também conhecida como Rabanete.

ㅡ Por que? ㅡ Thalia riu e no instante seguinte Jurema apareceu na nossa frente. A careta que Thalia fez assim que a viu foi impagável! ㅡ Entendi. ㅡ Ela sussurrou.

ㅡ Quem é essa? ㅡ Jurema cruzou os braços.

ㅡ Namorada do Paulo. ㅡ Respondi. Jurema olhou-a dos pés a cabeça e fez uma careta.

ㅡ Essa família tem cada gosto esquisito. ㅡ Jurema resmungou e passou por nós para ir até o jardim onde todos estavam. 

ㅡ Eu não preciso ficar os crushs da minha prima para ter atenção, pelo menos. ㅡ Abri um sorriso enorme quando ouvi Thalia respondendo ela e rapidamente me virei para elas. 

Jurema, que estava de costas, virou-se devagar e encarou a garota com aquele seu nariz empinado. 

ㅡ Foi para mim isso? ㅡ Jurema tocou o próprio peito.

ㅡ Acho que você se identificou. ㅡ Thalia retrucou olhando para ela enquanto eu apenas apreciava a treta atrás dela.

ㅡ Escuta aqui, garota... ㅡ Jurema apontou o dedo para Thalia.

ㅡ Espera, antes de você começar o seu barraco... ㅡ Thalia olhou na direção da porta onde minha tias passavam e com uma das mãos atrás do corpo ela fez sinal para um me esconder. Me escondi atrás da parede e fiquei apenas observando. ㅡ Senhoras? ㅡ Minhas tias olharam. ㅡ A sobrinha de vocês está morrendo de saudade de vocês! ㅡ Thalia falou para elas que assim que viram Jurema entraram na cozinha. 

ㅡ Não... ㅡJurema resmungou fazendo uma careta, mas já era tarde. 

ㅡ Jurema! ㅡ Elas começaram a cumprimentar Jurema do mesmo modo que fizeram comigo. ㅡ Nossa, você está magricela...

ㅡ E ela ainda está solteira, acreditam? Nessa idade já devia estar casada! ㅡ Thalia falou com as mãos na cintura e eu coloquei as mãos na boca para segurar minha risada. 

A mesma discussão que elas tiveram comigo começou com a Jurema e Thalia veio até mim. Logo ambas corremos para o andar de cima para podermos rir. Não demorou que eu soltasse uma gargalhada.

ㅡ Meu Deus, eu amei você, o Paulo tem que casar com você! ㅡ Entrei no meu quarto e me joguei na cama, Thalia entrou logo depois. 

ㅡ  Talves eu tenha exagerado, mas tenho grande defeito que é não conseguir me segurar se me insultam ou insultam alguém que eu gosto. Viu como ela me olhou? 

ㅡ Aquilo não foi nada comparado com tudo que ela já fez comigo. ㅡ Resmunguei.

ㅡ O seu quarto é tão lindo... ㅡ Ela olhou em volta. ㅡ Agora entendi o porque que ela seria um teste. E o das suas tias também, essa coisa de namoradinhos é tão chata. Não temos culpa se elas casaram aos quinze e tiveram filhos aos dezessete. 

ㅡ É sobre isso. ㅡ Bufei. ㅡ O pior é que elas vão ficar uma semana inteira aqui!

ㅡ Passei por algo parecido esse ano. Minha tia, que é exatamente assim, passou DOIS MESES lá em casa.

ㅡ E como você sobreviveu? ㅡ Sentei-me na cama. 

ㅡ Eu fingi que tinha um namorado. ㅡ Thalia deu com os ombros. 

Aquilo foi como um estalo na minha cabeça. Como eu não havia pensado nisso?? 

ㅡ Faz sentido. ㅡ Assenti. ㅡ Se elas pensarem que eu namoro, vão parar de me encher o saco! ㅡ Sorri empolgada. ㅡ Mas como você fingiu? Pediu para alguém?

ㅡ Sim, um colega meu da faculdade. Ele fingiu ser meu namorado enquanto minha tia não ia embora e... deu certo. ㅡ Comecei a pensar em todos os amigos que eu tinha. Maicão? Não, Pedro conhece ele e desmentiria tudo. Gabriel? Não, Pedro também conhece. Caraca, Pedro conhece todos os meus amigos! ㅡ Então, tem um amigo que possa fingir?

Eu ia dizer que não, mas meu celular começou a tocar ao meu lado na cama. O nome de Saulo apareceu na tela e eu o peguei e atendi imediatamente.

Perola- Alô!

Saulo- Oi, Perola, eu sei que eu não sou de ligar pra você, mas queria...

O interrompi. 

Perola- Fingi ser meu namorado para a minha família? 

•••
Continua...

Ps: adicionei Patrick e Thalia no capítulo da foto dos personagens, vão lá, please❤️

As Regras do Amor Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora