A magia da Madrugada me encanta,
E aos passos do relógio, o Silêncio a acompanha, procurando uma companhia melhor.
Mas é nessa jornada que a Verdade as encontra, e as convida para um chá.
A Madrugada e o Silêncio debatem, questionando os motivos da Verdade,
quem, certamente, beira a loucura.
Então guiados pelo Tempo, sentam-se à mesa do destino.
E também sento eu, o tal convidado, à cabeceira da mesa com um coelho me servindo.
Oh, ironia!
E do outro lado, está a Verdade,
Com o tal chapéu de conhecimento divino,
E ela me observa.
É engraçado como cheguei aqui,
nesse bueiro de contemplação,
deparando-me com os fantoches do destino.
São eles, sabia?
Eles brincam num palco mal iluminado esperando a hora de aplaudirmos.
Mas o segredo da noite é evidente.
As linhas estão a mostra, agarradas em cada taça de porcelana
e embutido nelas se escreve a palavra mágica capaz de enfeitiçar qualquer ponto do destino.
Na companhia do Silêncio e da Madrugada, contemplo a Verdade a qual só o Tempo atende.
Aceito-a e as suas loucuras iminentes
E ergo a taça, lendo a tal palavra ilícita- 'indecisão.'
Oh, ironia!
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Telegramas
PoetryEm um monólogo da mente, descobrem-se as verdades que a racionalidade não a permite conhecer. Dividido em três partes, Telegramas é uma viagem do psíquico pelo espectro do autoconhecimento. Do tormento à libertação, da condenação à esperança, da dor...