Não é justo o que as minhas emoções fazem comigo.

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E como numa peça teatral

Vivo, canto, sonho tudo aquilo que não é.

Sou tudo aqui que jamais serei, pois naquele lugar, a racionalidade não me serve.

Entrego-me à beleza do sentir a fim de saturar as cores ao meu redor

Desse mundo real e apagado.

Sento-me à beira do palco e contemplo o cenário que se passa em minha imaginação,

E dirijo-me de volta ao vácuo da minha plateia, igualmente desesperada.

Entre as diversas vidas que vivem em mim, alguma é menos real?

Penso que não, pois em meio à minha imaginação,

Vejo tudo aquilo que o físico não me permite,

E o sinto

Como sinto o frescor da chuva na pele, o cheiro de pão fresco, o gosto suavizante de uma refeição.

No limbo entre o sonho e o físico, passeia a minha mente,

E junto vai o irreal do meu corpo,

Estirando-se sobre as histórias não menos reais de um palco composto de sonhos.

Obrigando-me a vivê-los e a acreditar em sentimentos que nunca me ocorreram.

A sentir a vida como ela não é, afundando-me mais na melancolia dos sonhos.

Não é justo o que as minhas emoções fazem comigo!

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