E como numa peça teatral
Vivo, canto, sonho tudo aquilo que não é.
Sou tudo aqui que jamais serei, pois naquele lugar, a racionalidade não me serve.
Entrego-me à beleza do sentir a fim de saturar as cores ao meu redor
Desse mundo real e apagado.
Sento-me à beira do palco e contemplo o cenário que se passa em minha imaginação,
E dirijo-me de volta ao vácuo da minha plateia, igualmente desesperada.
Entre as diversas vidas que vivem em mim, alguma é menos real?
Penso que não, pois em meio à minha imaginação,
Vejo tudo aquilo que o físico não me permite,
E o sinto
Como sinto o frescor da chuva na pele, o cheiro de pão fresco, o gosto suavizante de uma refeição.
No limbo entre o sonho e o físico, passeia a minha mente,
E junto vai o irreal do meu corpo,
Estirando-se sobre as histórias não menos reais de um palco composto de sonhos.
Obrigando-me a vivê-los e a acreditar em sentimentos que nunca me ocorreram.
A sentir a vida como ela não é, afundando-me mais na melancolia dos sonhos.
Não é justo o que as minhas emoções fazem comigo!
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Telegramas
PoetryEm um monólogo da mente, descobrem-se as verdades que a racionalidade não a permite conhecer. Dividido em três partes, Telegramas é uma viagem do psíquico pelo espectro do autoconhecimento. Do tormento à libertação, da condenação à esperança, da dor...