Ao tom da modernidade, serei sincero- me fizestes odiar o sonhar.
Somos anacronismos soltos no mar do pensamento, navegando à beira do intelecto.
Somos almas na época errada, debruçadas sobre uma mesa antiquada.
Somos jogadores de um simples jogo de falácias com um baralho manchado pelos segundos que não deixamos passar.
Apostamos promessas escancaradas que nos recusamos a coletar
e nos responsabilizamos pelas inseguranças no nosso próprio modo de se olhar.
Me fizestes odiar o viver em meio à minha felicidade embriagada como hoje odeio o teu humor, o teu pensar, o som da tua risada.
Pena de quem se molda a caber a esse teu niilismo obsoleto,
Invalidando a imaginação em nome da racionalidade.
Ao tom da modernidade então, ergo a taça a ti, e a esse teu jeito de viver, tão engraçado.
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Telegramas
PoetryEm um monólogo da mente, descobrem-se as verdades que a racionalidade não a permite conhecer. Dividido em três partes, Telegramas é uma viagem do psíquico pelo espectro do autoconhecimento. Do tormento à libertação, da condenação à esperança, da dor...