Aos meus amores passados, peço-vos as minhas mais sinceras desculpas.
Percebo que usei-vos a fim de encontrar aquilo que faltava em mim.
Percebo que entre as inúmeras lacunas da minha mentalidade precoce existe um pedaço de alguém que eu nunca fui.
Vos exonero do cargo da minha salvação,
e como uma esponja, exauro-me das suas qualidades emprestadas e presenteio-me à minha próxima obsessão.
Agradeço-vos pelas lições, pela vivência, pelo amor que me proporcionaram,
Mas em meio a tanto desperdício que a minha saudade ocasionou,
Vejo que é hora de libertar-me dessas memórias atormentadas que preencheram-me uma vez.
E em meio à nostalgia de tantos desejos que nunca foram meus, admito:
Temo a melancolia.
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Telegramas
PoetryEm um monólogo da mente, descobrem-se as verdades que a racionalidade não a permite conhecer. Dividido em três partes, Telegramas é uma viagem do psíquico pelo espectro do autoconhecimento. Do tormento à libertação, da condenação à esperança, da dor...