Me encanta o seu modo melódico de falar.
Me encanta o som da sua voz, como ela soa com a fluidez de um córrego,
como se cada palavra sua fosse o meu ouro.
Me encanta a timidez da sua risada, que desconfio que mesmerize qualquer ouvinte.
E o seu modo de pensar é fascinante, como se o seu tempo fosse contado por ideias, saltando no tal córrego como uma escola de peixe.
Os traços que faz sobre a minha pele deixam rastros de eletricidade, atravessando o meu corpo como veias, se espalhando a cada célula mais e mais a fundo até a parte do meu ser que os olhos não veem.
Quero sentir te ali.
Quero que me toque de novo.
Quero que fale o meu nome.
Quero que ria e me embriague com esse som, sem moderação, sem juízo.
E talvez a minha escolha de palavras não me traga justiça, esforçando mais uma vez, o prejuízo da linguagem.
Pois entre o querer e o precisar há uma fina linha, invisível ao olho nu,
e lá estou eu, me equilibrando nela como um acrobata, enquanto ela traça no dicionário, uma palavra em penumbra.
Uma emoção não informada,
apenas sentida.
E eu a sinto, em todo lugar,
navegando a corrente das minhas veias, como eu navego o seu corrego do ser,
mergulhando como uma sereia no mar aberto, e entre o possível do irreal, eu te pergunto-
Você me sente?
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Telegramas
PoetryEm um monólogo da mente, descobrem-se as verdades que a racionalidade não a permite conhecer. Dividido em três partes, Telegramas é uma viagem do psíquico pelo espectro do autoconhecimento. Do tormento à libertação, da condenação à esperança, da dor...