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𝑆𝑙𝑎𝑠ℎ 𝑃.𝑂.𝑉
O portão de embarque estava vazio, não havia mais ninguém ali para embarcar, e eu não parava de olha-lo. O fato de Ane ter ido embora me fez pensar sobre o que eu deveria fazer daqui para frente, não dá para agir como um adolescente sem teto para o resto da vida.
Eu morria por dentro querendo que ela ficasse, mas não podia pedir isso a ela, era o sonho de Ane ir para outro país e fazer seu futuro, e eu pedir para ela largar tudo o que ela conseguiu seria egoísta, muito egoísta da minha parte. Ainda mais com ela que me apoiou em exatamente todas as coisas que eu fazia, até nas burradas em que fiz ela me apoiou.
Escutava a família de Ane sussurrar sobre o futuro dela enquanto começavam a se retirar do lugar aonde se despediram dela, finalmente tirei os olhos do portão e olhei para a família de Ane que se movia rumo fora do aeroporto. Mas algo ao fundo chama minha atenção. Lana.
Lana, a prima de Ane. Ela estava sentada em uma das várias cadeiras ali, com as pernas em cima da cadeira ela fazia o mesmo que eu a segundos atrás. Enquanto ela observava o vazio do portão com os olhos vermelhos como brasa, algumas lágrimas solitárias escorriam pelo rosto dela. Assim que ela virou o seu rosto ao meu rumo, eu desvio meu olhar a sua figura.
Me virei e começo a caminhar rumo a saída do aeroporto, mas logo sinto meu braço ser puxado, levemente puxado, assim que sinto paro de andar rumo a saída e olho para trás para ver quem era. Lana.
— Ane queria que eu te entregasse algo...
Lana me entrega uma caixa de madeira preta, com um bilhete em cima. "Para o bundão do Slash. Com carinho, Ane.". Pego a caixa das mãos dela e agradeço Lana por isso, ela se moveu com uma certa rapidez para a saída e eu fiquei parado ali. Abro a caixa e vejo rapidamente o resumo dos conteúdo que havia nela, fecho a caixa e volto a andar para fora do aeroporto.
𝐿𝑎𝑛𝑎 𝑃.𝑂.𝑉
Antes de Ane me soltar com seu abraço ela sussurrou um pedido, e assim que me soltou ela tirou da sua mochila uma caixa de madeira preta e me pediu para eu entregar a seu amigo, Saul.
Enquanto Ane se despedia de seu amigo, eu me sentei em uma das várias cadeiras e me sentei confortável, as duas pernas em cima da cadeira, uma perna deitada e outra eu segurava com as minhas mãos.
Vi Ane entrar pelos portões, ela foi uma das última pessoas a passar por ele. Aquela cena se repetia várias e várias vezes na minha cabeça, a cena dela entrando ali várias e várias vezes. Minha ficha ainda não caiu.
