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Eu estava agora fazendo terapia duas vezes por semana, por ter sido diagnosticada com estresse, Crise de Pânico, ansiedade e princípio de depressão. O tratamento eu estava fazendo no sigilo, não contei pra ninguém, nem mesmo ao Renato.

Eu ainda estava recebendo xingamentos e agora até ameaças, mesmo meu perfil sendo trancado, depois de tantos seguidores que consegui eu não iria controlar o que cada um fala. Apenas liberei meu perfil novamente e arquivei as minhas fotos e não respondia as mensagens. Algumas eu até reportava ao aplicativo...

Já estava no final do expediente e a Paulinha tinha acabado uma edição, e estava ajeitando as próprias coisas para ir embora.

— tchau amiga, até segunda. - fala me abraçando de lado.

— tchau amiga, vai com Deus. - falo deixando um beijo na sua bochecha.

Hoje tínhamos editado bastante vídeos por causa do final de semana que os meninos não gravam, e gravam a mais para ficarem livres no final de semana.

Eu estava ainda terminando a edição do super vlog de domingo do Thiago que era quase uma hora de vídeo, mostrando tudo que aconteceu durante a semana.

Termino depois de um tempo, e noto que já tá escurecendo. Nem a Dani estava trabalhando mais.

Envio o vídeo para o Thiago e pego as minhas coisas pra ir embora. Tomo meu remédio e saio da sala, fechando a porta que dá para a sala de edição, e passo pelo escritório da Dani, que ao sair fecho a porta também.

Desço pulando os degraus como sempre faço e vejo o Renato deitado quietinho em um dos sofás brancos que ficam na parte que é com as paredes de vidro, e ele estava sozinho mexendo no celular.

— oi minha princesa, já acabou? - pergunta se sentando e eu assinto me acomodando ao seu lado e deixo as pernas em cima das suas.

— fiquei agarrada agora pouco com o super vlog de domingo do Thiago, e acabei agorinha. - conto deitando no seu peito, sentindo seu carinho na minha cabeça.

— tá muito cansada? - pergunta enquanto mexe nos meus cabelos e eu nego o abraçando.

— por que? - o olho e deixo um selinho nos seus lábios.

— dorme aqui hoje. Desde que a gente começou a namorar, você nem dorme mais aqui comigo. - fala me fazendo rir pelo pequeno drama.

— tabom vida, eu durmo aqui. Por sorte eu tenho uma troca de roupa no carro. - selo nossos lábios novamente, sentindo o mesmo intensificar o beijo, me fazendo retribuir o deixando comandar.

— hmm beijin no Renatin. - ouço a voz do Léo me fazendo parar o beijo rindo.

— vai caçar a Nath pra ocupar sua boca também. - Renato retruca me abraçando pelo ombro.

Logo o Léo estava no sofá ao lado conversando com a gente e tinha pedido o Coronado para montar um Rosh pra gente.

— a diferença meu amigo, é que a Nath não me quer. - fala com uma voz engraçada me fazendo rir e negar.

— nada haver Leonardo, tá na cara que vocês estão ficando. Não sabem nem disfarçar. - zuo a cara dele o fazendo ficar vermelho e aí sim o Renato pega no pé dele zoando.

Depois de uns minutinhos o Coronado vem até aonde a gente está e monta o Rosh certinho e pega as mangueiras, sentando ao lado do Léo.

Ficamos conversando um tempo entre a gente e quando notamos estavam todos ali com a gente, até a Manu que tinha vindo passar a noite com o Gui.

Estávamos todos conversando e os meninos riram das palhaçadas que o Eduardo fazia imitando o povo.

— Eduardo, imita a Dani. - Falo o fazendo rir.

— Renan, vamo ali pro Renato não ver. - fala imitando a voz da Dani fazendo a gente rir sem parar.

Minha barriga já estava doendo de tanto rir dos meninos. Ele já tinha me imitado, imitado o Renato, Thiago, Léo, mas o melhor foi o boquinha.

— amor, vou lá em cima tomar um banho tá bom? - cochicho no seu ouvido e ele assente.

— se quiser pode usar a minha toalha, mas tem toalha limpa no armário do banheiro.

— tá, já volto. - falo me levantando e deixo meu celular na sala mesmo e pego só a minha bolsa, subindo pro quarto.

Chego e guardo a bolsa e vou direto pro banho, não demorando muito. Saio e procuro uma roupa do Renato e fico com uma camisa da Adidas dele e uma calça de moletom. Calcei o chinelo dele e deixo o cabelo em coque mesmo.

Desço de novo cantando galopa do Pedro Sampaio. Vejo o Renato mais sério com o meu celular na mão e os meninos conversando normal, sem piadas.

— peguei uma roupa sua, bebê. - falo me aproximando e vejo que ele tinha aberto o Instagram e estava vendo as mensagens que me enviavam.

No reflexo pego meu celular da mão dele o fazendo me olhar bravo e passar a mão no rosto, visivelmente nervoso.

— vamos lá em cima Victoria. Galera, já volto. - fala me deixando nervosa.

Subo atrás dele, passando pra dentro do quarto, logo o ouvindo trancar a porta.

— quando pretendia me contar?

— eu não ia... - falo mais baixo

— foi por isso que trancou a conta e depois arquivou suas fotos? - assinto ainda de cabeça baixa.

— eu não queria ler aqueles comentários nas minhas fotos. E você não poderia fazer nada Renato!

— É claro que eu poderia ter feito algo Victoria. Da onde você tirou isso? Sabia que você pode processar cada um que ta falando essas coisas? Entenda, que as coisas que envolvem nós dois tem que resolvidas entre nós dois. Eu não tomaria uma decisão por você no nosso relacionamento.

— me desculpa não ter mostrado, mas você não pode falar nada Renato. Todo mundo gosta de você, eu tô sendo taxada a puta, interesseira, piranha, desqualificada, até mesmo me compararam a aquelas pessoas que namoram por aluguel pra ter hype. Eu tô cansada mentalmente, e não queria passar isso pra você. - falo mais baixo sentindo a voz falhar.

— amor, isso envolve nós dois e isso tudo é por causa de mim. Eu sei que a gente não é assumido para eles, mas não significa que eu te amo menos, ou que eu me importo menos. Desde quando isso Victoria?

— desde o dia que vazaram o print.

— duas semanas sofrendo isso tudo? Calada? - assinto me sentando na cama.

— eu vou tomar uma providência, pode apostar!

Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora