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— então quer dizer que não namora porquê ninguém te quer? - me assusto com a voz atrás de mim que me faz virar mesmo já sabendo quem era.

— eu não menti Renato. - falo e aproveito para dar uma garfada na minha comida, enquanto o mesmo me abraça por trás e deixa um beijo na lateral da minha cabeça.

— mentirosinha, você tá bem? - pergunta enquanto pega água na geladeira.

— estou, e você nego?. - como mais um pouco da comida, perdendo o apetite em seguida, por motivo nenhum.

— eu tô bem demais, tá fazendo oque aí? - para bebendo a água.

— comendo, não tá vendo? - paro o olhando como se fosse óbvio.

— aí cavala, eu vi que tá comendo né. Mas além disso. - senta do meu lado pra me irritar, como sempre faz.

— nada, eu perdi o apetite e tô guardando a marmita pra comer na hora de jantar. - dou de ombros

— ah tá, tem mais quantos minutos livre?

— acho que uns quarenta, por quê? - termino de fechar a marmita e paro para o olhar.

— bora fazer alguma coisa lá fora, tô entediado e ninguém quer fazer nada comigo. - segura meu braço.

— eu estava pensando em tirar um cochilo né, mas vamos lá Renato. - pego a marmita colocando na geladeira novamente.

— te pago sorvete depois gata. - saímos da cozinha pela porta da sala de sinuca.

O que eu não esperava era ver todos os meninos lá jogando, até porque não ouvi ninguém conversando.

— hmm, gata. Gente o Renato tá assanhado pela nossa amiga. - Thiago fala enquanto grava e eu nego não querendo aparecer no vídeo e o Renato apenas manda ele ir pastar enquanto eu ia na frente, pra justamente não aparecer.

— vamos lá, oque quer fazer? - ouço o mesmo me perguntar enquanto se aproxima de mim ofegante.

— você que me chamou pra fazer alguma coisa, me diga você. - falo descendo as escadas da casa parando na parte de baixo da piscina.

— vamos só sentar e conversar, tenho que tratar umas coisas com você e já falo de uma vez.

— cê não vai me demitir não né? - paro o olhando.

E por alguns momentos surgiu um desespero dentro de mim, e a sensação de medo se apossou de mim. Pensando em mil possibilidades de como pagar as minhas contas.

— demitir? Por quê eu faria isso? Deixa de ser doida, mas não é isso que eu quero falar pra você. - nega rindo.

Assinto ainda nervosa caminhado com ele e seguimos até aonde fica a piscina vazia que o Thiago queria montar uma pista de bmx.

Sento no degrau e o Renato se senta ao meu lado balançando os pés enquanto o sol batia em nós dois.

— fala aí...

— é que eu estou apaixonado por você tem anos e eu não sei como te dizer isso, mas é que sabe, eu tô nervoso calma. - para e respira fundo me fazendo segurar o riso. — é que isso é mentira, eu tenho que te falar é outra coisa.- fala já rindo me fazendo rir.

Tá aí uma coisa que nunca vai rolar, eu e Renato, ou eu e alguém da casa. É fora de cogitação...

— para de enrolar mongol. Fala logo. - esbarro no ombro dele fazendo graça.

— como deve saber o Miguel saiu da equipe hunters e estamos com um lugar em aberto, a Dani já foi com a gente, o Bruno tá cotado para entrar no Elite e o Gui quem sabe um dia, é complicado. Mas eu estou querendo fazer uma mudança e preencher a vaga do Miguel, e eu pensei em você. O Salário seria um pouco maior, porque seria à parte da sua função na casa, com a função caçadora de lendas. O que você acha? - me olha enquanto fala.

Eu realmente não esperava por esse pedido, como eu havia dito eu já gravei muito pra ele e para os meninos, mas nunca imaginei participar nas câmeras. Mesmo a proposta sendo boa, mas também tem os prós e contras.

— olha Re, eu vou ser sincera com você. Eu já fui com você em algumas lendas antes, mas eu não me vejo tanto assim nas câmeras. Mas eu sei também que você nunca faz nada sem um propósito grande, eu posso pensar direitinho e amanhã eu te dou a resposta? - seguro a sua mão enquanto falo o olhando nos olhos.

— claro, já foi conversado com os meninos e por incrível que pareça não foi só eu que sugeri que você entrasse não hem, mas pensa direitinho tá bom? - fala me abraçando.

— pode deixar, eu penso sim. - sorrio e deixo um beijo na bochecha dele.

— que bom então. Mas me fala como anda sua vida ultimamente hem? - pergunta puxando assunto.

Eu gosto tanto daqui e de estar aqui com as pessoas. Principalmente com o Renato, o Gui e a Dani, eles me fazem me sentir da família deles, o carinho que a Irene tem comigo e sempre fazendo questão de mim, é algo que me deixa feliz.

— ah anda como sempre tem estado, sempre as mesmas coisas. - falo e respiro fundo.

— tá precisando dar uma agitada hem mulher.

— eu sei. Mas eu não tenho lá muito ânimo pra ficar saindo não. - nego e olho as horas no meu celular. — vou ter que voltar, acabou meu horário.

— ah mas já? - assinto e me levantando, batendo a sujeira da minha calça.

— bora editar mais alguns vídeos. - sorrio e vou andando pra dentro da casa novamente.

Passo atrás do Léo que gravava um vídeo com o Coronado e os dois estavam rindo de alguma coisa.

Entro na casa e subo para a sala de edição novamente vendo a galera toda ali já e a Dani não estava.

Sento na minha cadeira, e vejo que tem um vídeo do Léo pra editar e já começo meu trabalho.

Como o vídeo era um pouco maior, levei mais tempo para editar acabando umas cinco da tarde, quase na hora de ir embora. Na verdade já era pra ter ido, mas eu tinha que terminar de editar e enviar pro Léo ainda.

Assim que o vídeo termina de enviar pro Léo, já me estico na cadeira esbarrando sem querer na Dani atrás de mim.

— calma amiga, tá passando mal aí? - pergunta rindo.

Nego enquanto bocejo e me levanto deixando o PC ligado, caso a Dani ou os meninos precisassem de fazer alguma coisa.

— tô é com sono. Tô indo pra casa já, dar uma arrumada naquela bagunça e vou capotar hoje. - falo enquanto pego a minha bolsa e meu celular que estava em cima da mesa.

— tá bom, vai com Deus amiga. - fala olhando algumas coisas no computador dela.

— fica com ele. - saio da sala mexendo na minha bolsa e acabo trombando no Renan no caminho.

— oi Vic, já tá indo embora? - assinto rápido.

— aí sim, tô morrendo de cansaço. - sorrio passando por ele e aceno rápido descendo as escadas pulando os degraus.

Não vejo ninguém na sala e nem no deck, apenas dou de ombros e saio vendo os meninos gravando corrida de motos.

Espero um pouco eles descerem um pouco e passo para o estacionamento e vou até o meu carro.

Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora