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- cadê o amor da minha vida? - procuro no quarto, olhando nos cantos e o latido da sky me faz rir e o Renato que estava no closet me acompanha.

Levanto devagar e vou até o closet vendo o Henri tentando se esconder aonde o Renato guarda os sapatos.

- achei você! - o seguro pela fralda o fazendo rir e engatinhar para perto do pai dele que estava sem camisa e gravando um storie.

- é galera, eu estou indo para uma viagem com os caras e eu já estou com uma saudades desse dois. Você tá com saudades, vida? - pergunta se aproximando enquanto pego o Henri no colo para evitar que ele puxe o rabo da sky.

- eu não, você ainda tá aqui homen. Não seja dramático. - falo o fazendo rir, e o Henri leva algum cadarço que tinha pego no chão para a boca, me fazendo tirar na hora.

- boba. - fala embolado me fazendo ficar chocada e o Renato ter uma crise de risos.

- Renato do céu, quem ensinou isso pra ele? - olho chocada para o bebê que sequer prestava atenção em mim e sim na Sky que mordia o próprio rabo.

- eu que não fui. - fala ainda rindo e estica as mãos para o nosso filho que já se estica querendo o colo do pai.

- Henri, muito feio falar isso, não pode. - o repreendo, fazendo com que ele me olhe e finge que nem ouviu e se vira pro pai dele.

- ouviu a mamãe? Não pode! - fala olhando o nosso bebê que na hora começa a fazer biquinho para chorar.

- o meu Deus...

- não amor, ele tem que aprender que quando é errado, é errado e ele não vai ganhar carinho se ficar chorando, ou ele vai ficar manhoso e vai sempre fazer isso de novo. - fala

- tem razão, desculpa. - peço e pego uma blusa dele e coloco na mala, conferindo se estava tudo certo.

- tudo certo amor, não tem que desculpar. Só não quero nosso filho mimado e chato. Vou lá embaixo com ele pra dar água pra ele, depois desce se quiser. - deixa um beijo na minha testa me fazendo sorrir e desce para a sala.

Estávamos na casa de gravação, como de costume. Mas hoje a correria era maior, já que eles começariam uma temporada de viagens, e o Renato queria ficar com o Henri o tempo inteiro...

Depois de um tempo reorganizando a mala do Renato, desço mexendo no celular.

- VICTORIA! - me assusto com o grito e deixo meu telefone cair.

- AAAAH MISERICÓRDIA!. Que isso Leonardo? - coloco a mão no peito, nervosa pelo susto.

Me abaixo e pelo meu celular vendo que apenas a película que trincou.

- é nada não, só queria te assustar. - fala rindo e logo vejo os meninos rindo da minha cara.

Estavam todos sentados conversando, e o Henri no colo do boquinha, dormindo tranquilo.

- haha panaca. - vou até aonde estavam todos e cumprimento o Victor e o Caio, que eu não sabia que estavam aqui.

- você que anda distraída por aí.

- vai cagar Leonardo. - falo me sentando ao lado do meu marido e deixo um beijo na sua bochecha. - boquinha, quer me entregar ele?

- que isso Vic, precisa não. Ele tá dormindo tão tranquilo aqui, depois de ter aprontado com todo mundo, cansou e deitou aqui e dormiu. - conta me fazendo sorrir e negar.

- amor você tinha que ver ele querendo correr atrás do Bruno e do Teco, ele engatinhando e gritando pra eles. - Renato conta me fazendo rir.

- só Bruno mesmo, toda vez que vê o Henri faz o coitado do menino correr e ele nem sabe correr ainda. - passo a mão devagar na cabeça do meu neném, sentindo o cabelo completamente soado.

- ele gosta do tio Brunão.

- ele gosta porque você brinca com ele, isso sim!

- aí meus sentimentos. - fala rindo e eu apenas nego.

Enquanto todos conversam, fico observando o Henri que estava se mexendo e resmungando demais, ou seja... Ele iria acordar e pedir pra mamar.

- mamã. - fala manhoso enquanto abre os olhos me fazendo sorrir e esticar os braços pra ele que se senta no colo do boquinha cossando os olhinhos.

-ai titio, se não é o neném mais lindo da minha vida. - Gui fala chegando pra pegar o mesmo e ele apenas assente que não e se joga nos meus braços.

- ele tá chatinho porque quer mamar, Gui. Daqui a pouco ele melhora o humor. - explico e ele assente arrumando o cabelo do Henri que estava todo na testa.

Levanto com o meu neném no colo e subo para o quarto do Renato.

Me sento na varanda em frente e pego uma fralda de boca dele, já abaixando a minha blusa e o mesmo já pega sozinho, me fazendo sorrir fraco.

Passo a mão devagar pelos seus cabelos escuros no tom do meu cabelo e tão lisos quanto o do pai.

Suspiro fraco olhando para o céu completamente limpo e apenas uma brisa fresca passa por mim, me trazendo a lembrança da minha avó.

- é vozinha, a senhora me disse uma vez que eu encontraria o amor da minha vida e que iria aprender sobre o amor e aprender a amar. Também me ensinou que não é só de medo do que não conhece, que não se vive. Me ensinou tantas coisas, e eu queria muito mesmo que estivesse aqui para poder ver aonde cheguei, com quem estou. É vó, eu me casei com o Renato, o garoto que a senhora sempre falou que ficava me olhando. Hoje eu tenho meu filho e eu não falhei como falharam comigo, eu não desisti dele porquê o amor de mãe, eu aprendi com a senhora. Não sabe o quanto me faz falta e como eu queria poder te abraçar agora, sentir o seu cheiro e deitar no seu colo para receber o melhor cafuné e ouvir as melhores histórias de quando era mais nova. A senhora foi a mãe que Deus mandou pra mim e era meu destino ser criada pela senhora e mesmo tendo me ensinado tanto sobre o amor e o perdão, se esqueceu de me ensinar como perdoar de verdade sem ser da boca pra fora. Quando eu tive raiva dos meus pais e a senhora me contou sobre eles e me disse para não guardar rancor deles por terem feito o que fizeram, a senhora disse que eram muito jovens, mas eu também sou jovem e também tenho um filho. As vezes eu só nasci para não ser amada por eles, eu tenho uma família agora, que me ama. O Henri é a prova de que eu aprendi tudo ou quase tudo que me ensinou. Ah vozinha, que saudades da senhora. - falo baixo sentindo por fim uma lágrima cair.

- Vic, tava conversando com quem? - Meu marido pergunta, me fazendo virar para vê-lo assustada.

- ah, com a minha vó. Eu ainda sinto falta dela, mas sei que ela está em um lugar melhor e cumpriu a missão dela, não é?

- com certeza! A sua vó era o ser humano mais justo, amoroso, humilde que eu pude conhecer e ela te criou com tudo que podia, ela era uma mulher incrível e com certeza ela está no melhor lugar que poderia estar agora.

- eu te amo viu, bebê? - faço biquinho e selo nossos lábios.

- chamou de bebê tem que pegar pra cuidar. - fala malicioso me fazendo rir e volta para dentro do quarto

Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora