Sinto meu pé doer enquanto me sento no sofá e vejo o celular do Renato na mesa vibrando sem parar.
Olho o visor vendo que a Dhara estava ligando por vídeo pra ele, o que faz meu sangue até ferver de ódio.
Pego o telefone e atendo a chamada vendo ela sorrindo pra câmera.
- o que é, tô com cara de dentista agora? - atendo a olhando e vejo seu sorriso ir diminuindo.
- ih, mas ja voltaram? - fala levantando uma sombrancelha me olhando.
- é da sua conta? Eu acho que você deveria tomar vergonha na sua cara e parar de ligar para homem comprometido, ou parar de tentar atormentar a minha vida. Você não se toca o quão ridícula está sendo?. Tá vendo isso aqui? - mostro a minha barriga. - é meu filho e dele, e você tá se portando como uma mimada ridícula que não aceita um não. Dhara sinceramente viu? Você está me fazendo tão mal e tão mal para minha família. O que você ganha com isso, meu Deus! Para com isso. Eu sei que foi você que enviou a foto e ó parabéns, só mostrou o tipo de caráter que você tem. Me diz aqui, seus pais estão orgulhosos das coisas que você anda fazendo e falando? Você deveria me respeitar e acima de tudo se respeitar como mulher por estar se sujeitando a isso.
- com quem tá falando Victoria? - me assusto novamente com o Renato atrás de mim.
- com a sua amiga. - sorrio falsa pra ele e volto a olhar a tela que mostrava ainda a imagem da Dhara. - dito isso. Espero não ter que sair de casa com quase oito meses de gestação só pra falar tudo isso cara a cara ou colocar na sua cabeça que o que vocês tinham já acabou e você nunca vai conseguir nada com ele. - desligo o telefone e o entrego com raiva.
Deixo o enfeite no sofá com raiva e subo para o quarto.
Entro no mesmo e tranco a porta, tirando a roupa e entro na banheira para tomar um banho relaxante enquanto ouço alguma música para me acalmar.
Todo esse estresse que eu tenho passado esses dias tem deixado o Henri muito agitado e tem me causado náuseas e umas dores no pé da barriga.
Não consigo ficar muito tempo na água por me sentir incomodada e logo saio.
Visto um sutiã e uma calcinha e deito na cama, sentindo uma dor local do lado direito na barriga e doía. Muito...
Fecho os olhos me encolhendo e rezando para o meu filho ficar bem.
Fico alguns minutos sentindo essa dor, ponderando se iria ao hospital ou não. Mas não vou deixar nada acontecer com o meu filho, não mesmo!
Levanto e pego uma blusa social branca grande e a visto e visto um short jeans e calço meu chinelo mesmo. Pego minha bolsa, sentindo a dor ficando mais forte e agacho para ver se passa um pouco a dor.
Espero um pouco e logo me sinto um pouco melhor para levantar, pego todos os meus papéis dos pré natais e destranco a porta.
- Renato, me ajuda aqui! - grito da porta do quarto o ouvindo correr pela escada.
- oi, aconteceu alguma coisa? - vem até mim, um pouco ofegante pela recente corrida.
- eu tô sentindo uma dor muito forte na barriga, tenho que ir na clínica falar com meu obstetra, isso não está normal. - nego o vendo pegar a minha bolsa da minha mão e a pasta com os documentos.
- por que não chamou antes? - coloca o braço na minha cintura, me ajudando a descer pelas escadas.
- eu tô com cara que quero falar com você? Eu te chamei pelo bem do meu filho e eu não conseguiria dirigir até lá, e esperar Uber está fora de cogitação.
- nosso filho.
- ah cala boca. - respondo irritada entrando na porshe dele, com uma certa dificuldade.
- meu Deus, deixa de grosseria. Eu não queria ter falado aquilo, me desculpa!
- mas falou!. Me chame de tudo, menos de interesseira. - esbravejo sentindo a dor um pouco mais forte.
- ê, o que tá acontecendo? - coloca a mão na minha barriga, me fazendo tirar a mão dele.
Não demora muito, e logo chegamos na clínica aonde faço o pré natal.
No caminho eu tinha ligado para o meu obstetra e ele disse que estaria me esperando de prontidão.
Me identifico na recepção e mandam eu já entrar que o Dr. César estaria me esperando.
Seguimos até a sala dele, entrando após bater na porta e a ajudante dele falar para mim entrar.
- o que aconteceu Victoria?
- eu estou sentindo a minha barriga muito dura de um lado só e tá doendo muito na minha pelve, uma dor horrível.
- a gente vai fazer o ultrassom, vamos colocar alguns aparelhos na sua barriga para saber o que está acontecendo com o Henri, tá bom? - assinto e levanto com a ajuda da Camila e deito na maca e abaixo um pouco o short.
O dr.Cesar vem até mim com algumas máquinas e o Renato fica ao lado quieto.
O Dr. Liga o monitor e coloca um pouco de gel no aparelho de ultrassonografia e passa na minha barriga, mostrando o Henri sentado e bem encaixado.
- olha Victoria, o Henri não está querendo virar. Já era pra ele estar virando e pelo o que estamos vendo, você está tendo algumas contrações e não são de treinamento, você teve algum estresse recente ou algo assim?
- tive, passei por umas coisas. - respondo enquanto olho o Henri no monitor e ele estava com o dedo na boca, ele é tão lindo e perfeito, tem o nariz do pai dele e as bochechas também.
- nós vamos ter dar uma medicação e queremos repouso absoluto. Na semana que vem, tem uma consulta marcada para o oitavo mês, você vai ficar em observação constante, sem estresse e sem esforço físico nenhum. Se sentir essa dor de novo, você vai voltar e vamos internar até ele estar completamente pronto para nascer, e vamos tentar virar ele para não termos dificuldade em um parto prematuro e pélvico. Não é brincadeira, é para ficar quieta e não fazer movimentos bruscos nenhum, tá bom?
Pisco atônica com essa informação. Meu Deus do céu...
- pode deixar Dr. César, eu vou garantir que a Victória faça repouso absoluto. - Renato fala me olhando e eu consigo ver preocupação na sua feição.
- ótimo, até a próxima consulta!
Me levanto com a ajuda da Camila e limpo minha barriga. O Dr. César me encaminha para uma sala e aplicam o remédio na minha veia, me fazendo ficar umas três horas deitada de molho e em seguida vou embora.
- vamos para a casa da minha mãe, eu conversei com ela e vamos contratar uma enfermeira particular para te ajudar quando não estivermos perto.
- eu não preciso de babá.
- para com isso, é pelo bem do Henri e pela sua saúde. - responde grosso.
Fico calada o resto do caminho, até chegarmos na casa da Irene e vermos ela nos esperando com a Mika.
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Uma Nova Vida
FanfictionTudo bem que a minha vida não era normal, e estava bem longe de ser, ainda mais vivendo com as pessoas que eu vivo. Nós tentamos não deixar subir a cabeça, mas algumas coisas passam dos limites e podem sim afetar todo nosso cotidiano. Isso só é con...