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⚠️ATENÇÃO.⚠️
O CAPITULO SEGUINTE CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA, AGRESSÃO FÍSICA A MULHER, ASSÉDIO E INSINUAÇÃO DE SEXO SEM CONSENTIMENTO. CASO SEJA UM GATILHO, ACONSELHO PULAR !

— oi, tá me reconhecendo? - o homem parado no meu portão pergunta.

Eu achei que era o Renato ou alguma amiga minha que tinha vindo aqui. Só vinham eles em casa, mas pelo visto me enganei...

Meu corpo estava trêmulo e paralisado no lugar encarando o mesmo homem que me fez muito mal, a um ano atrás.

— saí daqui. - falo rápido tentando fechar o portão, sendo impedida por ele que tem o dobro da minha força.

— não. Você fudeu a minha vida, sua vagabunda! - o mesmo homem que tinha me assediado no ônibus e tinha sido preso está agora mesmo na minha frente.

Nego nervosa andando pra trás devagar. Eu precisava. Correr e pegar o meu telefone.

— co...como você?

— como eu te achei? Ah lindinha, uma bela história sabe? Você é uma figura pública, foi só te seguir. Você tem noção do que me fez passar? - pergunta entrando em casa e fecha o portão com o pé.

— não sei e não quero saber. Sai agora, ou eu vou chamar a polícia! - falo trêmula

— chama, você acha mesmo que estou ligando, sua puta? Você fudeu a minha vida, minha esposa foi embora, eu não vejo mais os meus filhos e estou completamente falido por causa de você e sua boca grande. Aquele dia eu fiz pouco, deveria ter te arrastando para um beco e ter te comido igual uma cadela no ciu. - fala me olhando de cima a baixo.

Minhas pernas doíam de tanto tremer, e eu sentia a crise de Pânico vir.

Ok, eu estou de roupão e pijama. Eu tenho que me preparar mentalmente para o que vai acontecer...

Ele vai me estuprar, é isso.

Ando devagar pra trás e por um segundo durante suas falas, saio correndo pra dentro de casa.

— volta aqui sua cachorra, você não vai escapar dessa vez não!

Entro no meu quarto e pego meu telefone em cima da cama, sentindo suas mãos nas minhas pernas me puxando.

Tinha a discagem rápida que era o Renato e se eu ligasse para a polícia, ele iria notar a ligação por eu estar passando endereço e essas coisas.

Disco na ligação de emergência enquanto o mesmo me puxa, me fazendo cair de barriga no chão, fazendo o meu celular cair para debaixo da cama.

Olho para o lado desesperada, na esperança de achar alguma coisa para me defender.

— tava ligando pra polícia, é ninfeta? Ninguém vai vim. - sinto meu couro cabeludo doer com seu puxão me fazendo chorar.

Estico a mão tentando pegar o telefone e acabo vendo que o Renato tinha atendido. É agora ou nunca.

— SOCORRO. ELE INVADIU AQUI, SOCORRO! - grito desesperada sentindo um tapa forte na cara me fazendo gritar de dor.

— cala a merda dessa boca, vadia desgraçada. Eu posso ser preso, mas eu vou acabar com você filha da puta. - fala me virando de barriga pra cima.

— pelo amor de Deus, eu te dou dinheiro. Mas vai embora, por favor. - imploro sentido os tapas fortes na minha cara.

— eu não quero dinheiro, sua desgraçada! - fala cuspindo na minha cara.

Fecho os olhos querendo que isso acabe logo e que alguém me ouça, que o Renato chame a polícia pra mim.

O seguinte corte na minha boca dói, após o primeiro soco ser desferido no meu rosto, fazendo meus dentes cortarem a minha boca por dentro, fazendo eu cuspir muito sangue na hora.

Grito desesperada ao sentir suas mãos sujas arrancando minha blusa de pijama e o mesmo morder o meu seio com força, me fazendo gritar mais ainda de pavor.

Victoria, você é forte e nada disso é sua culpa!

Repito mentalmente sentindo outro soco do outro lado do rosto, me deixando completamente zonza.

Pisco devagar vendo o homem de longe tirando a sua calça.

Coloco as forças que me restam nos braços e me arrasto para longe dele. Ouvindo sua risada ao fundo.

Tudo parece tão desfocado e distante, eu não consigo ouvir direito e a minha visão estava tão ruim que tudo era como um vulto.

Eu estava me sentindo presa, pois só conseguia gritar, mas não via ninguém me ajudando.

Deus, sei que sou falha, mas sou tua filha. Por favor não deixe que esse homem me faça mais mal do que já está fazendo.

Fecho os olhos ao ver seu vulto chegar perto de mim, segurando meu cabelo com força, fazendo a minha cabeça bater no chão com força me fazendo engasgar com todo o sangue da boca.

— olha pra mim desgraçada, enquanto eu te fodo, igual fizeram comigo.

Sussurra no meu ouvido, me obrigando a abrir os olhos.

Mesmo não enxergando tão bem e nem ouvindo, consegui ver vultos diferentes de pessoas entrando no quarto e tirando o homem de cima de mim.

Me encolho com medo de quem quer que fosse que estivesse se aproximando. Eu não podia deixar continuar acontecer.

Escorrego a mão para debaixo da cama procurando meu telefone para ligar para o Renato novamente.

— Victoria, sou eu calma. Vic, sou eu, Renato. Eu tô aqui com você, calma! - ouço perto do meu ouvido.

E nesse momento eu chorei como uma criança. Eu estava salva!

Deus, sou eu de novo. Obrigada por me enviar seu anjo!

O abraço apertado, sentindo seu perfume inconfundível me sentindo segura.

Tudo que passou nos minutos seguintes foram meros vultos e pessoas estranhas falando ao mesmo tempo.

Sinto Renato se afastar fazendo meu coração acelerar com medo.

— calma Victoria, a gente tá aqui. Calma, vamos te ajudar. - ouço uma voz calma de uma mulher enquanto colocam uma máscara no meu rosto me fazendo notar que estava dentro de uma ambulância.

Como eu parei aqui dentro?

Pisco algumas vezes confusa sentindo a dor na parte de trás da minha cabeça piorar e alguns pontos de luz na minha frente me deixando mais zonza do que já estava.

— hey, fica com a gente Victoria. Fica com a gente, você já está a salva! - a voz fala novamente.

Viro o rosto um pouco tentando ver da onde vinha essa voz tão calma, mas tudo foi escurecendo e eu consegui ver a minha vó segurando a minha mão e me olhando...

Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora