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Olho atônita para Dani, pensando se era isso mesmo que eu tinha entendido.

— Dani, o que você quer dizer? - pisco lentamente a olhando.

— você sabe bem Victoria. Eu te amo como minha irmã, mas eu amo quando você está com o Renato. Vocês dois longes ficam tão abatidos. - fala me fazendo assentir devagar.

— depois eu vou lá Dani. Agora ele está trabalhando. - falo baixo.

A vejo dar de ombros e suspirar, me fazendo voltar ao que estava fazendo por ela.

Passamos algum tempo fazendo as coisas da loja, até dar a hora de ir embora e a Paulinha passa por mim, se despedindo da gente.

— pode ir Vic, eu termino tudo aqui.

— não amiga, eu te ajudo. sem problema nenhum, só preciso de um café. Vai querer? - pergunto me levantando e faço um coque alto no cabelo.

— hm, vou querer sim. - fala enquanto olha o computador.

Saio da sala e desço para a cozinha, não vendo a garrafa de café, me fazendo bufar.

Pego nossas xícaras e vou na sala pegar café pra gente. Vejo os meninos comendo e cumprimento eles. Já que não tinha visto ninguém hoje.

— que foi que tá toda quietinha pitica? - Gui pergunta me abraçando de lado.

— nada Gui, coloca um pouco de café aqui pra mim, por favor? - peço e ele assente colocando café nas xícaras.

— Victoria, quero conversar com você. Depois fala com a Dani que vou subir lá. - ouço a voz do Renato, me fazendo gelar no lugar.

Me viro com as xícaras em mãos e o olho. Sua expressão era de cansaço e uma noite não dormida, sem contar a palidez.

— tá bom. - falo baixo e subo pra sala de edição novamente e a entrego a xícara com o café quente ainda.

Me sento ao seu lado e pego o notebook que estava fazendo as anotações para a loja enquanto ela escolhia. Ela me passava e eu anotava tudo para passar para os fornecedores.

— Renato falou que depois vai vim aqui conversar comigo e é pra você ficar aqui. - falo a fazendo parar estranhando e me olhar.

— ué, será porquê? - me olha e da de ombros.

— também não faço idéia. - dou de ombros a imitando e voltamos a fazer as coisas para a loja.

Depois de alguns minutos e duas xícaras de café vazias, ouvimos uma batida na porta e o Renato parado nos olhando.

— oi, Dani, a Victória te falou que eu queria uma reunião? - pergunta já entrando e fecha a porta atrás de si.

— falou sim. Aconteceu alguma coisa? - para  e pega o notebook para eu me sentar direito.

O vemos se sentar na nossa frente e passar a mão no rosto, coisa que só faz quando está estressado.

— bom, aconteceu né. Eu tô querendo fazer um corte na equipe e eu analisando, vai ter que ser você Victoria. - fala me olhando.

Olho pra Dani sem entender e para ele, um pouco perdida na situação.

— mas o que eu fiz para ser cortada? - o questiono ainda sem entender.

— só não dá mais.

— ou, espera aí Renato. Como assim, você chega na minha sala e corta minha funcionária do quadro, sendo que só ela sabe me ajudar nessas coisas, além de ajudar vocês?

— Ué Dani. Eu preciso disso. - fala mais baixo, evitando me olhar.

— você precisar é uma coisa bem diferente de querer fazer isso. Tudo tem que ser pautado com todo mundo da casa, Renato. Eu sei bem porque você quer fazer isso e não te reconheço. Você tá querendo tirar a Victória da equipe porque tá morrendo de ciúmes, mas quem vai se prejudicar sou eu que vou ficar sem uma funcionária e trabalho à mais, eu já faço coisa demais aqui, e você vem e joga essa bomba. Eu não aceito, se quer fazer um corte, vai ter que chamar a equipe toda!

Paro ainda em choque os olhando. A Dani estava com o rosto um pouco vermelho, enquanto o Renato fingia que eu não estava aqui.

— Daniela, eu que mando aqui e ponto. Vai ter esse corte na equipe, infelizmente. Mas a vida que segue, depois contrato outra pessoa pra te ajudar.

— isso não é justo Renato. Tá fazendo isso por ciúmes? A troco de quê? Só porque eu segui minha vida?. Achei que vida particular e vida profissional não se misturavam, a gente tinha combinado assim... - falo a última parte sentindo a minha voz falhar.

— ciúmes? Se enxerga Victoria, acha que tudo gira em torno de você? Não consegue ver que está tão desesperada por atenção que até os meus amigos você tá ficando? Isso tudo é pra chamar minha atenção? Parabéns, tá se saindo como um lixo de pessoa.

— cala a boca pra falar assim comigo. Eu posso ser funcionária aqui, mas sei dos meus direitos e se você está falando como meu chefe, eu devo te falar que não aceito assédio moral. Mas acima de tudo, eu sou uma pessoa que tem sentimentos e que agora, a única coisa que estou sentindo por você é raiva!

— vai em frente. Não precisa nem cumprir aviso prévio.

— tá, depois não vem com crise de consciência atrás de mim. Seu doido! - levanto nervosa e pego a minha bolsa na outra sala, pegando as minhas coisas trêmula.

— eu não vou admitir vocês dois brigando por ciúmes e ego aqui dentro. Querem resolver seus problemas pessoais, resolvam lá fora. Victória, você é minha funcionária e vai continuar trabalhando aqui sim e Renato, vai dormir e descansar! - ouço a Dani falar alto nos assustando.

Fungo rapidamente, segurando o choro e a olho sem muito o que fazer.

— a gente se vê Dani. Me manda mensagem. - falo saindo da sala e acabo esbarrando no ombro do Renato saindo nervosa.

Vejo o Gui e o Renan conversando na escada e ambos me olham estranhando quando saio nervosa.

Vou até o meu carro e entro, já batendo as portas e acabo dando uma ré perfeita e logo saio de lá cantando pneu.

Na raiva que eu estou sentindo dirigia rápido, até demais para casa.

Chego em casa nervosa e subo para tomar um banho e acabo chorando de raiva durante o banho. Assim que saio, ouço a campainha tocar e me visto rápido e desço bufando para ver quem era.

Abro o portão, estando de roupão por cima do pijama que tinha vestido, e paro estranhando a pessoa na minha frente.

Caralho, não pode ser...

Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora