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Acordo no outro dia com o Renato do meu lado. O afasto sem delicadeza nenhuma e vou para o banheiro, tomar um banho e me arrumar para ir trabalhar.

Durante o banho tudo que o Renato falou, ficou passando pela minha cabeça. Eu passo essa imagem ?

Acabo ficando um pouco emotiva, mas me contenho ao ouvir um barulho no quarto, e eu sabia que ele tinha acordado.

Saio do banho e vou direto para o closet. Visto uma legging preta, com um pouco de dificuldade pelo meu corpo ter crescido também e minha bunda estava imensa. Visto um Topper qualquer e coloco um moletom cinza grande, sem estampa.

Pego uma bolsa pequena da Prada e coloco só meu celular dentro e documentos. Eu iria comprar o almoço, já que não tinha feito janta ontem a noite.

— já tô indo pra mansão, vai querer carona?

— não! - saio do quarto deixando o Renato calado lá.

Desço para a cozinha e pego algumas uvas que tinha lavado e coloco em uma vasilha e vou para a garagem.

Saio com o carro e deixo a vasilha na minha perna e como enquanto dirijo até a mansão.

Assim que chego. Deixo a vasilha no carro e coloco óculos escuros e subo pela entrada de cima.

Vou para a sala de edição e abraço a Paulinha que era a única ali e começo meu trabalho, vendo que tinham onze vídeos para editar, me assustando, mas eu sabia que dava conta do recado.

Começo a editar o primeiro e de acordo que vou fazendo o meu trabalho, não noto o tempo passar, até a hora que termino e vejo que já são quatro da tarde.

Me assusto e desço pra sala para pedir o almoço.

Assim que desço vejo o Léo e o Felipe na sala e me sento ao lado do Léo, que simplesmente fica calado, me fazendo bufar e saio de lá indo pra sala de jogos.

Peço um almoço fit no Ifood e fico esperando enquanto faço umas compras para o neném em um site que achei de roupas.

A maioria dos meninos estavam no quintal gravando e conversando.

Vejo que meu pedido chegou e vou até o portão pra pegar e noto o Renato me olhando de longe e a vontade de mostrar um dedo do meio pra ele é grande, mas o ignoro e entro na casa novamente e vou almoçar na cozinha, enquanto penso no que está acontecendo.

É justo eu ser julgada por uma coisa que fiz quando estava solteira?

Tento comer um pouco, mas era como se a comida não descesse.

Deixo a comida na geladeira, já que mal toquei na mesma e subo para a sala de edição, sentindo o Henri bastante agitado.

Me sento no meu lugar e fico pelo menos uma hora esperando alguém mandar vídeo ou thumb para editar.

Na próxima semana eu faria os oito meses e por mais que eu não quisesse, essa situação está chata e eu preciso. Eu vou pedir a Dani para trabalhar de casa.

Respiro fundo e me levanto da cadeira com cuidado, já que o Henri estava dando uns chutes fortinhos.

Vou até a sala da Dani e bato na porta, chamando sua atenção.

— oi Dani, a gente pode conversar?

— oi Vivi, claro. Senta aí ! - fecho a porta atrás de mim e a da frente, logo me sentando na poltrona na frente da Dani.

— então, você sabe que eu vou entrar no oitavo mês, na próxima semana e era suposto eu entrar de licença maternidade, mas eu disse que não queria, só iria parar quando ele fosse nascer e afins. Só que eu tô querendo começar a trabalhar de casa mesmo, tem como?

— opa, tem sim. Mas aconteceu alguma coisa? Era suposto você continuar trabalhando aqui porque ficaria ao lado da gente e poderíamos te ajudar em caso dele nascer.

— ah, teve uma situação chata com seu irmão e eu tô muito chateada com ele pra ficar aqui. Prefiro ficar em casa sozinha pensando, do que aqui ganhando algumas caras feias por uma coisa que fiz quando estava solteira.

— tá, o que você fez?

— aquele dia do pub, eu fiquei com o Felipe. Mas não sabia que a reação do seu irmão fosse me chamar de vagabunda e interesseira.

— pera, que Felipe? O Coronado?

— hm, é ele mesmo! - a vejo parar me olhando.

— tá, eu já sabia. - da de ombros rindo.

— mas enfim, teria como eu trabalhar de casa?

— ter até tem, mas você tem certeza?

— Dani, até o Léo tá me olhando estranho. Como se eu fosse a pior pessoa do mundo, você sabe como eu sou. - nego começando a chorar, mas de desespero.

— o meu Deus, calma Vivi. Logo os meninos vão ver que não tem nada demais nisso e vão pedir desculpas por estarem agindo assim. É certeza que quer começar em casa né? - assinto pegando um lenço e limpando o rosto.

Na hora vejo o Léo e o Renato entrando na sala, na pretensão de falar com a Dani.

— é isso Dani. Eu já acabei meu trabalho lá, posso ir? Tô um pouco cansada e com as costas doendo.

— pode sim, fica tranquila. - assinto me afastando rápido deles e volto na sala de edição pegando a minha bolsa e meu óculos.

Confirmo se os vídeos estão enviando para cada um e limpo minha mesa, rapidamente.

Saio da sala, notando que eles param de falar assim que passo por lá.

Saio pela entrada de cima mesmo e vou até o meu carro. Dou ré no mesmo e saio da propriedade acelerando para casa.

Assim que chego, deixo estacionado de qualquer jeito e subo para casa.

Tiro a roupa e fico com um short de malhar e de topper, calço um chinelo clássico de dedo e começo a arrumar a casa sem parar. Pelo menos uma coisa que vai me distrair...

Assim que termino a faxina, começo a lavar as roupinhas do Henri, do jeito que a Irene e a Dri me ensinaram e aproveito para dar uma faxina no quarto dele também, que tinha um pouco de poeira.

— Victoria vamos conversar? - me assusto com a voz do Renato, atrás de mim me fazendo deixar cair um dos enfeites de madeira no pé.

— ai caralho, sai daqui. Não quero conversar com você Renato, eu tô com raiva da sua cara.

— a mas você vai me ouvir.

— me obriga. - me viro de frente o olhando com raiva.

Foi como se faltassem palavras na sua boca, uma vez que ele só abria e não saia nada.

— acho bom, me dá licença. - saio do quarto com o enfeite na mão para concertar.

Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora