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Tinha acabado de chegar em casa, e vim numa calma que tinha levado o dobro do tempo para chegar.

Ligo pro Renato, pedindo para ele vim em casa para conversarmos. E em meio tempo fiz um brownie com recheio e arrumei o andar de baixo da casa.

Ouço a campainha e vou atender o porta e dou passagem para ele entrar com a moto.

Entro em casa com ele no encalço cantando a flor e o beijar flor. Ele estava tão alegre, meu deus...

— Re, eu fiz brownie se quiser pode pegar. Tá recheado com doce de leite. - falo me sentando no sofá nervosa.

— hm, quero sim. - fala indo na cozinha e pega um pedaço pra si.

Ele já sabia aonde ficava tudo, então não precisou de muita cerimônia para ir lá e pegar.

— Renato, temos que conversar. - falo com a voz falhando e logo faço um barulho com a garganta para melhorar.

— pode falar vida. - fala enquanto come e me olha. — hm, esse brownie tá maravilhoso.

— obrigada, era receita da vó. Lembra que ela fazia quando a sua mãe vinha aqui e trazia vocês?

— lembro, nossa tem tanto tempo que não como desse brownie.

— é que eu achei recentemente o caderno dela de receitas de sobremesas. - falo pegando o caderno e o mostro.

— você bem que podia um dia fazer um canal de receitas.

— ah, você sabe que vontade eu tenho. Mas eu sou tímida demais pra essas coisas.

— que tímida, você já cativou um público seu. Tem gente que gosta de você e você sabe que se você fizer, eu e os meninos vamos te divulgar para ajudar.

— vou pensar ok? - sorrio fraco o admirando.

Os espero parar de comer e respiro fundo, me sentindo tensa.

— princesa, o que quer conversar?

— bom. É um assunto que me dói, mas que eu acho que no momento seja necessário.

— você não vai falar o que eu acho que vai falar, não é? - respiro fundo e o olho nos olhos, vendo uma tristeza nos seus.

— Renato, eu não te faço bem. Desde o dia que eu apareci, já notou o tanto de comentário ruim que tem nos seus vídeos? A minha vida é um drama tão chato e eu tô te arrastando pra isso. Eu tô doente, e não quero te deixar doente também. O primeiro passo pra isso é te afastar. Se for pra ser, o destino vai se encarregar de nos unir novamente.

— não fala isso Victória. Eu te amo demais para te deixar ir. Eu sei de todo o comentário ruim, mas eu não ligo, e esse sou eu, amor. Eu quero cuidar de você, enxugar suas lágrimas. Eu sei que não sou nenhum médico, ou remédio, mas eu sei que posso te fazer sorrir e isso me enche de alegria. O que aconteceu foi uma fatalidade, não era pra ser agora, mas quem não nos garante que no futuro vamos ter um time de futebol?

— esse é o ponto Renato. Isso te afetou mais que tudo, você está magro, abatido e eu vi que você sequer está dormindo. Doeu meu coração te ouvir chorando baixinho. Eu não quero continuar te retribuindo todo seu amor com tristeza. Eu não te faço feliz. Eu tenho que me tratar, para saber ser feliz e poder fazer os outros felizes, fazer você feliz. Me desculpa, mas eu não posso estar com você e te machucar, não mais que do estou fazendo. Eu estou dando um tempo na nossa relação para que quando eu for sua novamente, eu vou estar inteira e vou te dar o mundo que merece. Me perdoa, por favor não chora. - falo me segurando enquanto ele abaixa a cabeça e eu vejo uma lágrima pingar na sua calça.

— Vivi, eu não posso te prender pra mim. Eu só posso te deixar voar, eu te amo viu? - levanta a cabeça me olhando.

Seus olhos estavam vermelhos e marejados, ele tinha um beicinho que partiu meu coração, me fazendo soluçar prendendo o choro.

— eu te amo. - falo mais baixo o vendo se levantar cabisbaixo e pegar o capacete na mesa.

Por um instante ele volta, fazendo o meu coração acelerar quando seu rosto chega bem próximo ao meu. Seu olhar sob o meu e o toque dos seus lábios sobre a minha bochecha me fez finalmente liberar as lágrimas.

O sigo pela casa enquanto ele vai embora. Vejo ele subir na xj6 dele e acelerar de casa.

Tranco o portão e entro em casa me segurando.

Eu estava fazendo o melhor pra mim e o melhor pra ele. Tudo que vem acontecendo o sobrecarrega, seu cansaço é visível. Tudo que aconteceu e ele se culpava. Doía ouvir seu choro e doía saber que eu sou a culpada de tudo.

Se um dia eu errei com ele, foi tentando acertar. Eu o amo, mas amo a pessoa feliz que ele era. E eu acabei o deixando doente como eu sou, e eu não posso deixar meus problemas o afetarem. Não é certo com ele, nem com ninguém que convive com a gente.

Deito na minha cama após um banho e abraço o seu travesseiro. Com seu perfume inconfundível. Fungo o perfume e abraço o travesseiro tentando passar um pouco desse sentimento de solidão que estou sentindo.

Fecho os olhos lembrando de tudo que a gente construiu até agora. Essa foi a decisão mais dolorosa da minha vida. Ver seu rosto de choro me matou. Eu não ia conseguir dormir tão cedo...

Viro para o outro lado da cama e vejo na minha mesa uma foto nossa no dia dos namorados e pego a mesma, sentindo um aperto no peito por ter deixado o meu amor ir embora.

Passo o indicador lentamente pela imagem dele sorrindo pra mim, me fazendo sorrir junto e admirar o quanto a gente era lindo junto.

Eu não posso e não devo ficar fazendo isso comigo mesma. Eu estou me torturando!

Se levanta Victoria Gallardo. Bate a poeira e vai à luta, você merece conquistar tudo que almeja e você vai ter o seu amor de novo um dia...

Ah eu vou!

Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora