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Volto para a festa após conseguir disfarçar a cara de choro e vejo o Henri no colo das primas do Renato.

Continuo conversando com todo mundo, até o Renato voltar e ficar com a galera também, a gente não se falava tanto, mas também não demonstramos para ninguém que sequer houve uma discussão minutos antes.

Passamos o dia nos divertindo e deu para todos pegarem o Henri um pouco e conhecer ele, a maioria falava que ele era meu xerox.

[•••]

O Henri estava com quase um mês já é já tínhamos nós adaptado aos horários dele, que não eram nada flexíveis, já que ele acorda a noite inteira, mas não chora, só chora por fome e fralda. O Renato estava super estranho comigo depois da nossa conversa e estavam falando por aí que ele estava ficando com uma conhecida em comum da galera, se eu conhecia, provavelmente ele tentaria esconder, mas eu não estou com raiva e nem ciúmes, quero que ele seja feliz, ele merece acima de tudo.

Hoje eu precisava ir na mansão ajudar a galera com alguns vídeos na edição e iria levar o Henri no Sling mesmo.

Prefiro andar um pouco com ele na rua, já que é bom para nós dois e eu estava perdendo peso da gravidez. Obviamente trouxe o carrinho dele e as bolsas estavam dentro do mesmo.

Caminho por uns vinte minutos e assim que chego na casa os seguranças me ajudam a entrar com o carrinho e o Eltom que estava por lá, me ajuda a entrar em casa com o carrinho enquanto conversava comigo.

— mas ele já está dormindo mais Vivi?

— nada, esse é o único bebê que eu conheço que fica acordado quase oitenta por cento do tempo, e pior que a gente conversa com ele e ele fica prestando atenção.

— ele é demais, é o titico do vovô é? - mexe na mãozinha dele que estava quietinho no Sling.

Ficamos mais alguns minutos conversando e ele deixa o carrinho na sala de edição pra mim. Coloco o Henri dentro do carrinho e começo o meu trabalho, enquanto empurro o carrinho com o pé devagar.

— Vic, não quer deixar ele lá em baixo não? - Dani pergunta enquanto mexe com ele que estava querendo dormir.

— não acho bom não, ele está morrendo de sono e eu não quero atrapalhar ninguém a gravar. - falo enquanto edito um vídeo do Thiago que sairia hoje ainda.

— que atrapalhar, eu vou lá em baixo quer que eu levo ele?

— ele acabou de dormir, quando ele acordar eu desço, obrigada Dani. - sorrio fraco e olho o Henri dormindo chupando o dedo.

— é melhor deixar ele dormindo mesmo. Vou lá, quer alguma coisa?

— não Dani, relaxa. Que depois eu desço pra almoçar. - a tranquilizo e volto as minhas edições...

Já estava na minha quinta edição quando vejo que é horário de almoço e o Henri ainda dormia.

Saio da sala de edição com ele no carrinho e dou a volta, entrando pela porta que dá na sala e vejo os meninos comendo.

— Victoria, nem sabia que estava aqui! - Renato levanta e vem até mim, pegando o carrinho com o Henri.

— eu vim trabalhar hoje.

— eu te avisei irmão, deixa de ser doido. - Dani fala rindo.

— posso almoçar com vocês? - pergunto me aproximando.

— tá perguntando por quê, claro que pode. Senta aqui! - Thiago fala batendo na cadeira do lado dele e eu me sirvo enquanto o Renato deixa o carrinho do Henri no canto da sala enquanto ele dorme tranquilo.

Como a comida e intervalo a olhar o Henri toda hora, vendo se ele vai acordar para mamar, já que está na hora.

Assim que termino, tomo meu suco de laranja e ouço o Henri resmungando no carrinho.

— oi vida, que soninho gostoso você tirou hem! - vou até ele e tiro ele do carrinho, sentindo a fralda dele cheia. — hm mamãe, que fraldinha cheia.

Me afasto com ele, trazendo junto uma fralda e as coisas que precisava para trocar ele.

Vou no banheiro e forro o balcão grande que tinha ali, com o trocador dele.

Troco a fralda dele bem rápido e visto um short, após tirar a calça dele, já que estava bastante calor e tiro a blusa de frio dele também, deixando só as meias nos pés dele, vestido de camiseta e short e ajeito o boné dele.

Volto pra sala e entrego as coisas dele para o Renato que vinha mexer com ele.

— hm, é pra colocar onde?

— na parte de baixo do carrinho. Vou dar de mamar pra ele, aí se quiser ficar com ele aqui embaixo.

— tá, vou gravar um vídeo com ele, acha uma boa ideia? - mexe na mãozinha do Henri.

— por mim tudo bem. Se ele chorar, sabe o que fazer. Vamos lá almoçar meu amor? - vou no lado de fora que tinha um pouco de vento e me sento no sofá ali e pego a fraldinha de boca do Henri e cubro meu seio enquanto coloco ele pra mamar, sentindo ele pegando rápido meu peito.

Fico olhando a paisagem enquanto penso em tudo o que está acontecendo e sobre minhas decisões.

— oi Victoria, posso sentar do seu lado? - Léo pergunta e eu assinto ainda olhando a paisagem.

— o que manda?

— eu vim pedir desculpas, por ter tomado as dores do Renato e ter te ignorado e até tratado mal. Mas eu fiquei chateado de ver meus dois melhores amigos quase brigando por sua causa e.

— opa, por minha causa nada. Foi uma coisa que eu e o Felipe quisemos, eu não obriguei ele a fazer nada. Vocês tem que entender isso, porque do que adianta ficar se desculpando, de você só vê a culpa em mim. Eu estava solteira, o Renato estava praticamente esfregando na minha cara que estava namorado. Eu quis me divertir de verdade sem pensar no que vocês iam pensar de mim. Já parou pra pensar que tudo que eu faço aqui é sempre errado? Mas se tem outra pessoa envolvida, eu continuo sendo errada. Isso foi machista sim Leonardo. Eles não estavam brigando por minha causa, eles estavam brigando por causa de ego ferido e pra disputar espaço pessoal, você se envolveu em uma história que nem sua era. Eu considerava você um irmão, mas será que você me considerava também, ou sequer cogitou a ideia de me perguntar se eu estava bem naquela época? - paro de falar sentindo meus olhos marejados.

Eu sequer o olhava, falava tudo olhando a brisa e quando me virei, vi que seus olhos estavam marejados também e ele estava de cabeça baixa.

— eu sei Vic, me desculpa de verdade. Eu sinto sua falta. - fala e eu assinto.

— desculpo, mas eu tenho que ir entregar meu filho pro pai dele. - ajeito a minha roupa novamente ao sentir o Henri soltar meu peito e me levanto saindo de lá após deixar um tapinha no ombro dele.

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