A ÚLTIMA CHANCE-Armando Scoth Lee-Romance Espírita Gay

CAPÍTULO 4

Lucas aproveitou para arrumar  as roupas na prateleira da loja onde ele trabalhava, enquanto o movimento estava tranquilo.

Ali, no silêncio das prateleiras mais ao fundo, longe dos olhos dos fregueses, ele tentou analisar  o sonho curioso que tivera naquela noite.

Aquele tipo de sonhos estranhos haviam se tornado constantes em sua vida. Na maioria das vezes, eram  pesadelos que mostravam épocas antigas...cenas que envolviam lutas violentas,  sanguinárias e era tudo tão real que Lucas  costumava acordar passando mal ao sentir-se atingido por espadas...tiros...flechas!

Naquela noite, ele voltara a sonhar com algo recorrente...Ele era  um soldado romano dos tempos de Cristo e o seu nome era Petrônio, ele se lembrava muito bem.

O nome lhe fora dirigido quando, antes de ser perfurado por uma espada, um homem havia berrado tentando alertá-lo do ataque covarde de um soldado que o surpreendeu por trás:

_Petrônio, cuidado! Atrás de você!

_Fídio!_Lucas  havia pronunciado num lamento impotente  antes de ser tragado pela escuridão.

Como das outras vezes, o pobre rapaz havia acordado suado e assustado e não conseguira dormir novamente.

Antes de sair para o trabalho, ele tivera a curiosidade de pesquisar em seu celular para verificar se aqueles nomes realmente eram nomes romanos e a confirmação o deixou intrigado.

Lucas estava cansado daquilo! Suas noites aos poucos iam se tornando um período de ansiedade e de  temor!

Os sonhos ficavam impressionantemente gravados em sua memória, com riquezas de detalhes. Seriam memórias de outras encarnações? Ele acreditou que não haveria outra explicação...

Comentou o assunto com uma colega de trabalho:

_Jaqueline, você acredita nesta coisa de reencarnação?

_Por quê? Tem visto espíritos de mulheres nuas  por aí?_ela ironizou.

Ele odiava quando as pessoas respondiam uma pergunta com outra!

_Tenho tido sonhos estranhos...com épocas antigas...guerras...São tão reais! Chego a sentir as coisas!

Ela o interrompeu, confirmando, tarde demais, que Jaqueline não era a pessoa certa pra ele comentar algo que pra ele estava tomando uma seriedade enorme.

_Manuele acredita que já foi Cleópatra...Alcides jura que já foi Tomás Edson...Marilene afirma que era a Madre Teresa de Calcutá...Bruno veio falar que já foi rei! Já viu que ninguém fala que já foi escravo, gari, faxineiro,  balconista de loja?_ela começou a debochar dos colegas._Bonito deste jeito, se você me disser que foi Elvis Presley, juro que acredito!

_Estou falando sério!_ele fechou o semblante._Esta noite, por exemplo...tive um sonho que sempre se repete. Eu era um soldado romano e era atingido pela ponta de uma espada...Juro que senti a dor e até acordei!

_Misericórdia! Você sentia a dor da espadada, belo? Sério isso?

Ele continuou:

_No sonho, alguém me chamava...Petrônio!

_Credo! Que nome horroroso!

_Ao que eu respondia, antes de cair com o ferimento mortal...Fídio!

_Vídeo?

_Fídio!_ele a corrigiu.

_E isso é nome de  gente?

_Pesquisei e vi que os dois...tanto Petrônio, quanto Fídio são nomes romanos!