CAPÍTULO 6

347 68 26
                                    



As palavras de Jaqueline só pioraram a vida de Lucas! Os pesadelos  mudaram e agora ele tinha sonhos eróticos com aqueles personagens sem rosto!

Ele sentiu o corpo selvagem do índio invadindo o seu corpo debaixo de uma cachoeira numa floresta...sentiu a mão discreta do carcereiro apertando o seu pau por um tempo interminável quando fingia revistá-lo e mais tarde o havia procurado para terminarem o serviço. Na Primeira Guerra Mundial, ele e outro soldado haviam se pegado à noite dentro de uma trincheira, enquanto as bombas iluminavam o céu! Como soldados romanos, eles haviam se amado escondidos atrás de uma pilastra durante a ronda num templo sagrado!

Ao invés de Lucas amanhecer ofegante por causa dos pesadelos, ele amanhecia ofegante por perceber que havia gozado com força nos lençóis de sua cama!

_Meu filho, não precisa enfiar os lençóis dentro da água logo de manhã que eu posso buscar lá no seu quarto!_observou a mãe.

_É porque eu tenho suado demais, mamãe e aí não quero incomodar a senhora e já trago eles logo pra ficarem de molho por mais tempo._mentiu.

_Mas nem tanto calor fez na semana passada, Lucas! Tem tido pesadelos, é? Por isso tem suado muito?

_Sim...pesadelos!_mentiu._Problemas com freguês chato lá na loja...a senhora sabe como é.

_Deve ser por conta de algum pesadelo então, porque outro dia passei em frente ao seu quarto e você estava se contorcendo todo feito cobrinha no fogo e estava gemendo...Quase que te acordei, mas logo em seguida escutei você dando um suspiro longo de alívio.

A mãe estava separando as roupas pra lavar e não percebeu a vergonha do filho.

Finalmente, Lucas decidiu que não poderia mais esperar e foi procurar Cláudia.

_Sei que você deve estar surpresa por eu te procurar pra falar sobre isso..._começou ele visivelmente constrangido._Você sabe...sobre aquele dia em que eu fui lá na sua casa e aquela senhora disse aquelas coisas...

_Não...não estou nem um pouco surpresa, Lucas._ela falou compreensiva._O que você quer saber?

Ele ficou surpreso ao ver que a amiga pela primeira vez não iria reclamar do ex-marido não deixando Lucas falar...pelo contrário, esperava que ele falasse.

_É sobre aquela senhora que falou aquelas coisas comigo naquela noite em que eu fui procurar a minha carteira com você...não sei se você se lembra, pois já tem tanto tempo...

_Mais de dois meses!

Ele mesmo estranhou, pois em sua memória parecia que não tinha passado nem duas semanas!

_Pois é...Aquela senhora que conversou comigo..._gaguejou ainda constrangido.

_Dona Marlene.

_Ah, o nome dela é dona Marlene?

_Que incorporou a dona Zilda...

_Então eu falei com esta tal dona Zilda naquele dia, ou com a dona Marlene?

_Com a dona Zilda, claro.

_Pois é...eu queria falar com ela novamente...perguntar sobre as coisas que ela tinha me dito...fiquei com várias dúvidas, sabe, Cláudia?

_Deveria ter esclarecido tudo naquele dia._ela deu de ombros._Agora não tem jeito mais, Lucas.

Ele levou um susto com a expressão de tristeza no rosto da amiga. Será que a tal dona Marlene tinha morrido?

A ÚLTIMA CHANCE-Armando Scoth Lee-Romance Espírita GayOnde histórias criam vida. Descubra agora