CAPÍTULO 25

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Joaquim Francisco estava voltando de viagem da Alemanha, onde fora experimentar mais um tratamento que não havia dado certo e deveria chegar, segundo haviam ficado sabendo, no final da tarde do dia seguinte.

Cientes de que o tempo se esgotava, Lucas e Otávio foram, mais uma vez, passar a noite fora.

Dentro da banheira do motel e depois de fazerem amor, sentavam-se encaixados um no colo do outro e olhavam-se carinhosamente, quando Otávio falou:

_Estranhei você não vir me perguntar por que não lhe falei a verdade sobre Aldo.

Lucas continuou a fazer carinho no rosto do homem amado.

_Eu entendi as suas razões, só isso. Você não queria me assustar com seja lá que história horrendas aquele homem lhe contou em seus momentos finais. Eu agradeço por isso e lhe dou a liberdade de não cumprir o nosso acordo, amor, quando achar que deve. Não precisa me contar o que achar  que eu  não gostaria de saber.

Otávio sorriu emocionado diante de tanta doçura e compreensão do parceiro.

_Você é muito lindo, meu querido. Tenho vontade de te colocar dentro do carro e te levar para o mais longe de todo o inferno que se anuncia no horizonte de nossas vidas!

_A gente vai dar conta deste rapaz, você vai ver.

_Tenho muita fé na proteção e amparo de dona Zilda e de Marlene. Elas prometeram nos ajudar.

Lucas olhou fundo nos olhos do homem amado e sorriu com adoração:

_Estava lembrando do dia em que mataram os meus pais...quando eu levei a facada. Eu havia acreditado que o meu fim havia chegado quando, de repente, alguém se aproximou, me tocou, examinou o meu ferimento...Era você! 

Otávio sorriu timidamente.

_Mesmo antes de nos encontrarmos oficialmente, você já cuidava de mim...Foi lá, me socorreu, chamou a ambulância e eu estou aqui, porque você salvou a minha vida._respirou fundo._Sua voz, assim como agora, me deixou tão bem amparado, seguro, me passou uma tranquilidade...cheguei a achar que era a voz de Deus, sabia? Claro que logo depois percebi o quanto estava sendo insano, já que não merecia a presença do todo poderoso. Acreditei que você seria capaz também de salvar os meus pais...tive esperanças, Otávio...

_Eles já haviam desencarnado quando cheguei. Não havia mais nada a se fazer, pois era a hora deles, já te falei. O passe era só pra você e tudo foi feito justamente  pra estarmos aqui, neste momento, fazendo justamente isso...nos amando..._Otávio sorriu apaixonado.

Lucas baixou a voz:

_Fazendo isso o quê? Estarmos nós dois deliciosamente encaixados um no outro depois de fazermos amor tão gostoso?

Otávio riu de maneira prazerosa, quando Lucas enfiou a mão na água e começou a acariciar o membro do homem amado, fazendo com que ele novamente ficasse excitado.

_Você está muito assanhado hoje, mocinho!_brincou Otávio.

_Eu estou muito afoito para recarregar as minhas energias antes da guerra que está por vir...

Ficaram por um momento em silêncio e Lucas arrependeu-se por ter lembrado que Cassius chegaria no dia seguinte.

_Dar o passe...como é isso? Paranormalidade? Um dom?_Lucas quis saber.

_Vou explicar como dona Zilda me explicou: o passe é a transferência de energia de pessoa pra pessoa. Todos os seres humanos são capazes de fazer isso e muito mais, ao que alguns chamam de paranormalidade, um dom,  outros de nomes que não vêm ao caso...O que ela me explicou é que somos todos capazes de fazermos isso, mas que só algumas pessoas estão dispostas a ceder, a aprender...a se doar. 

A ÚLTIMA CHANCE-Armando Scoth Lee-Romance Espírita GayOnde histórias criam vida. Descubra agora