Capítulo 72

38.3K 1.9K 257
                                    


Elize Bukovsky



- Coloquem os cintos, vamos pousar em 5 minutos.

- Nella acorda, vamos pousar.

Demorou mais de 13 horas de voou pra chegarmos em Nuuk na maior ilha do mundo, a Groenlândia.

- Que frio - murmuro cruzando os braços pra me aquecer.

Já tínhamos pousado, mais ainda estamos dentro do avião esperando que o co-piloto permitisse a nossa saída.

- A temperatura está de 5 graus - ouço uma voz disser, era o co-piloto, ele tinha ouvido meu murmuro.

Ele se aproxima de nós e pergunta se precisamos de ajuda com os cintos, mais recusados, então ele caminha em direção a porta de saída a destrancado e diz que podemos desembarcar.

Eu estava na porta de saída, quando ouço uma voz rouca perguntar se eu precisava de ajuda pra sair.

- Precisa de ajuda - pergunta me estendendo a mão pra mim usar como apoio quando saísse do avião, já que tinham três degraus de metros do chão pra mim soltar.

Balanço a cabeça em negação recusando a sua ajuda.

Eu queria aceitar, o lugar era um pouco alto pra mim descer, mais o toque das mãos dele me fariam temer, me fariam lembrar que tudo estava acontecendo de novo. Eu não consegui mais me aproximar de homens, eu estava traumatizada, uma simples aproximação me levava de volta pra aquele baile, naquele vestido azul, de volta pra aquela noite e madrugada.

Minha mente criou um sensor, se algum homem se aproximasse de mim, os tapas, os socos, os chutes voltariam como naquela madrugada, como forma de punição por causa da aproximação.

Eu sabia que não aconteceria, eu estava livre dele, estava milhares de quilômetros longe dele, mais o medo, agudo e cru me dominava com uma simples aproximação. Essa era eu, uma mulher com medo de estar perto de algum homem, de qualquer homem ou até mesmo numa sombra de um.

- Tem certeza que não quer a minha ajuda - diz o homem se aproximando.

Um lampejo de medo percorreu-me quando ele tentou se aproximar ainda mais de mim, mais Nella vendo o meu estado se colocou entre mim e ele.

- Pode deixar, eu ajudo ela - mais ele insiste - Não é necessário, eu posso ajudar ela! Eu tenho mãos - diz rindo e levantando elas fazendo assim ele recuar de perto de nós.

Aceito sua ajuda e agradeço ela com olhar.

Olho em volta olhando a paisagem, era lindo!
Parecia que tudo era um miragem de tão lindo que era, as montanhas cobertas por neves, as árvores...

Escuto um grunhido que interrompe meus pensamentos, vejo que ele vinha da Emma.

- Quando eu ver de novo Aurora eu vou mata ela, olha as roupa que ela me deu, tô parecendo um pinguim - rimos do seu drama.

Pior que estava mesmo, mais tanto eu, quanto Nella, não queríamos dizer pra não chatear ela ainda mais do que estava.

De repente um clarão de faróis nos ilumina, um carro estava parando em nossa frente.

Vejo uma silhueta de uma mulher sair do carro e parar em frente aos faróis iluminando suas roupas, mais não a sua cara, já que estava contra eles e estava de noite.

A Prometida ao Don - Livro 1 da série os Bukovsky'sOnde histórias criam vida. Descubra agora