A Prometida ao Don - Livro 1 da série os Bukovsky's

Capítulo 77

Elize Bukovsky

A verdade, dizem que o tempo ajuda a entende-la melhor e se acostumar com ela, uma mentira e como ela mesma, uma verdade. Mais na real é como um machucado, podemos deixar cicatrizar ou ficar remoendo até infeccionar ou deixar, não sabendo se vai melhorar ou piorar, mais talvez cicatrize ou bom, talvez nunca.

A minha armadura tinha quebrado e cabia a mim uma reconstruir uma nova e mais resistente...

Me olhar no espelho é uma tarefa difícil, eu não sei quem eu sou, o que é irônico, porque antes eu não sabia quem eu era, agora muito menos.

As revelações foram um baque pra mim, estava em negação, por mais que naquele momento eu acreditei, acreditava que eu estava tendo um pesadelo e que logo acordaria. Tola! Porque aquele era um pesadelo que não se tornaria real, porque ele já era.

Os pesadelos se tornaram piores de quando cheguei aqui. Eu não conseguia mais dormir, comer, beber, nada! Aquilo parecia me sugar, me consumir. Eu não tinha forças, eu estava vivendo pelo passado e não pelo futuro, porque eu estava perdida em mim.

Meus bebês! Eu os sentia chutarem dentro de mim cada vez menos, eu sabia que estavam morrendo por causa da minha fraqueza, mais a tristeza era mais forte e me levava até ela, então eu sucumbia...

Eu e as meninas ficamos mais próximas, elas cuidavam de mim, me obrigam a comer, tudo! Elas eram verdadeiras guerreiras, lutavam comigo hora por hora pra mim comer, e quando conseguiam eram de 5 a 10 coletes de sopa, mais era suficiente pra mim não desmaiar de fome, a minha nova amiga.

Nesses dias que foram escolhidos por Nikolai se aproximava de mim aos poucos, ele sabia dos meus traumas, então respeitava meu tempo. Com certeza Emma lê contou sobre eles e também sobre a minha gravidez..

Ele conversava comigo quando eu dava abertura, eram assuntos panais. Ele sabia o quanto frágil e fraca eu estava, então não tocava naquele assunto, por mais que eu quisesse, ele sempre achava um jeito de mudar de assunto ou fugir.

- Como está se sentindo hoje Elize - pergunta Anna, a minha psiquiatra.

Eu tinha parado com as minhas sessões com ela, não me sentia capaz, mais Nikolai a fez vir até mim. Segundo ele:

"- Se você não for até ela, ela vai vir até você - me encara - E não tem nada que você possa fazer pra me fazer mudar de ideia"

E cá estamos nós, eu deitada na cama encarando o teto e ela na poltrona no canto do quarto me encarando.

No momento que ela entrou pela porta ela repara em tudo e depois foca em mim. Eu não sabia que ela viria, foi uma supresa. Mais foi naquele momento eu soube que Nikolai era um homem de palavra.

" - ela vira até você..."

E lá estava ela, e o seu grande companheiro também, o seu caderno de anotações.

Com certeza ela escrevia que eu era louca nele...

- Eu não sei...

- Hoje você se sente melhor do que a sessão anterior - me faz outra pergunta.

- Eu não sei..

- Vamos começar por outra forma, pelo os pesadelos, me diz uma palavra que os define.

- Inferno.

- Uma palavra forte assim dizer, mais por que não outra Elize - questiona.

- Porque outra não significaria o que ela significa pra mim - falo encarando o teto.