𝐧𝐞𝐰 𝐠𝐢𝐫𝐥𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 𝐈𝐈 • 𝐛𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐞𝐢𝐥𝐢𝐬𝐡

Capítulo 2

Jade Bittencourt On

Eu estava me sentindo a pior pessoa do mundo, mas não tinha outra escolha. Não tentei conversar, e estou sendo totalmente infantil, eu sei. Mas agora não tinha escolha, eu já estava dentro do avião a caminho de São Paulo.

- Sofia, sua irmã só faz merda. - murmurei baixinho para que só ela escutasse, mesmo que não entendesse.

Além de fazer burrada sozinha, decidi trazer minha irmãzinha para viajar comigo e tentar me distrair. E por sorte minha mãe está atolada de trabalho no hospital e precisava que Sofia se divertisse, mesmo que fosse em outro país. Ontem nos despedimos e prometi que em menos de duas semanas traria minha irmã inteira de volta.

Meu celular está no silencioso, por estar cheio de ligações perdidas de Claudia, Isabela e até da Zoe.

Tudo o que eu precisava agora era de um cigarro.

Billie Eilish On

"Eu vou me sentir a pior pessoa do mundo após te mandar isso, mas sinto que vai ser o melhor para mim e para você. Nosso relacionamento estava péssimo, então quero um tempo, preciso de um tempo. Me desculpe, mas preciso disso. Não precisa se preocupar, estou bem. Com carinho, Jade."

- Porra! Eu conto que queria um filho e que a amo mais do que tudo, e a garota simplesmente termina comigo por mensagem e viaja pra São Paulo?!? - praticamente gritei ouvindo o suspiro de meus amigos e de Finneas.

- Ela não terminou com você, Billie. Ela pediu um tempo pra pensar. E você sabe que também precisa desse tempo. - Claudia falou voltando da cozinha para a sala, onde estávamos.

Eu estava em pé, andando de um lado a outro querendo chorar e quebrar minha casa toda no mesmo instante.

- Isabela me ligou, dentre os dez minutos que conversamos, sete deles ela passou xingando a Jade em português. - Claudia contou. - Ela disse que ontem estava dando um sermão na Bittencourt, disse que ela tinha que tomar vergonha na cara e resolver com você, e não fugir para outro país.

- Ela ainda levou a Sofia. - Zoe diz, me fazendo arregalar os olhos e olhar para o celular, onde tinha um stories da Sofia no avião assistindo Moana.

Depois de alguns minutos, respirei fundo e me despedi de todos, dizendo que iria pra casa. Eu precisava ficar sozinha, na minha cama, na minha casa.

Dirigi calmamente até em casa, me segurando para não chorar e ser pega pelos paparazzis insuportáveis.

A única coisa que se passava em minha cabeça era que eu não teria mais ela comigo, que deixei com que atitudes e coisas passadas atrapalhassem meu relacionamento dessa maneira. Jade era tudo o que eu tinha, e agora me sentia perdida por não ter ela ao meu lado.

Em casa, coloquei uma de suas camisas longas que estavam lá e me deitei. Peguei meu celular e fui olhar o instagram, me deparando com sua publicação recente. Onde ela estava com Sofia, sorrindo.

Seu sorriso estava diferente, cansado. Como se tudo o que ela precisava fazer era descansar.

Ainda não entrava na minha cabeça que tínhamos acabado assim, sem mais nem menos. Sem conversa e sem um final feliz, como ela sempre dizia que terminaria.

Para mim teríamos nossa família e seríamos felizes para sempre.

E com o latido de Shark, sai dos meus inúmeros pensamentos e peguei o celular, que agora estava com a tela desligada.

Liguei rapidamente e em menos de dois toques ela me atendeu.

- Me recuso a acreditar que terminou comigo por mensagem. - suspirei.

- Billie... - tentou falar, mas a interrompi.

- Eu não mordo. Você sabe que poderia ter falado pessoalmente.

Eu tinha tantas perguntas.

- O tanto que dói em você, dói em mim. - ela sussurrou.

- Porque terminou comigo, Jade? - disse firme, tentando não chorar.

Jade Bittencourt On

- Porque terminou comigo, Jade?

A pergunta a qual eu tinha tanto medo de responder, e eu simplesmente travei. Não ouvia nem ao menos o desenho a qual Sofia estava assistindo, ou ao menos a respiração pesada de Billie.

- Não terminei, apenas pedi um tempo. - tentei encerrar o assunto, mas foi em vão.

- Tanto faz. Apenas me responda, por favor. - ouvi Billie chorar baixinho.

Um silêncio totalmente desconfortável se instalou na chamada, o que fez com que eu me perdesse totalmente em meus pensamentos, e só voltei a realidade com Sofia chorando. Tinha me esquecido totalmente da comida dela.

- Eu preciso ir, Sofia está chorando. Preciso dar comida a ela. - ouvi um suspiro da loira. - Se cuida Billie.

Antes mesmo que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Billie desligou. Eu não sabia o que dizer, não sabia como explicar o que eu tava sentindo. Não sabia como dizer que tinha abandonado a psicóloga uma semana depois do acidente. Não sabia como dizer que tinha voltado a fumar, e que não queria que Billie formasse uma família com uma pessoa fudida como eu. Ela merece mais.

Preparei a comida da Sofia chorando, em silêncio, para que a menininha não ficasse assustada. Já que toda essa tristeza era culpa minha, por ser uma grande idiota e perder alguém como ela.

[...]

Seis dias desde a ligação com Billie tinham se passado, e até agora não tive coragem de ligar de novo, ou de falar com ela.

Claudia, Isabela e até mesmo o Finneas tinham me ligado diversas vezes. Já que não dei notícias alguma desde que viajei.

Não consegui ligar de volta, mas hoje tinha decidido voltar para casa. Porque hoje fazia um ano do meu terrível acidente, que tinha destruído meu relacionamento e minha vida. E eu não consegui ficar longe de casa, por isso adiantei minha volta.

Agora estava no avião de volta a Los Angeles.

Aproveitei então que Sofia tinha dormido e fui ao instagram, atualizar as milhões de pessoas que me seguiam com algumas fotos da minha irmã.

Assim que cheguei em Los Angeles fui diretamente a casa da minha mãe, onde deixei Sofia com o Marcos, meu novo padrasto.

E sim, ele é uma boa pessoa.

- Tive que comprar uma mala para trazer as roupas que comprei pra ela, então avise a minha mãe por favor. - ele assentiu. - Agora tenho que ir, beijos.

Me despedi, e voltei ao táxi que me esperava e passei o endereço de casa. O caminho foi rápido, e assim que cheguei fui direto tomar um banho relaxante, me desligando de tudo por poucos minutos.

A única coisa que passava na minha cabeça era ela.