2. Lazy.

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Existe uma linha tênue entre a preguiça e o sono

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Existe uma linha tênue entre a preguiça e o sono. E os dois brincam de cabo de guerra dentro de mim, até que a linha se parte e unem forças, me transformando em um desastre ambulante.

Nem o banho gelado que tomei foi o suficiente para afastar o peso das minhas costas. Tudo culpa daquele fotógrafo, me fazendo levantar dez minutos antes da minha hora de acordar. Bocejo pela milésima vez sentindo as lágrimas descerem por minhas bochechas. E eu havia saído de pijama de novo, esquecido meu bucket, e para piorar o meu cabelo ridículo pior que a palha seca do coqueiro fazia exibições estranhas para quem quisesse ver. Eu lembrei de colocar os óculos de grau, pelo menos não iria sair batendo de cara no poste.

Me arrasto para dentro da lanchonete sendo abraçado pelo cheiro de massa novamente. Avisto o fotógrafo sentado em uma mesa perto da janela, com uma xícara de café fumegante sobre a madeira, ele já havia me notado e me olhava como se tentasse descobrir o que eu estava pensando. Puxo o capuz do meu pijama para cobrir minha cabeça e bocejo de novo, novas lágrimas caem por minhas bochechas.

Eu sento na cadeira de frente para ele, removo o óculos pousando-o sobre a mesa e encolho minha mão na manga para secar minhas lágrimas. Coloco os óculos de novo e pouso o rosto sobre as mãos cobertas pelas mangas longas, apoiando os cotovelos na mesa. Encaro-o, sua expressão é impassível enquanto me olha.

Sorte dele eu estar indisposto hoje. Já teria perguntado o que ele está olhando, no entanto, não tenho nenhuma coragem de soltar uma palavra que seja. Ele tira um caderno da mochila, uma caneta e volta a me olhar.

— Podemos fazer o orçamento? — Ele pergunta, erguendo a xícara de café. Dou de ombros, por mim eu estaria dormindo agora. Bocejo novamente e mais lágrimas caem. Ele me assiste fazer o mesmo procedimento: tirar os óculos, limpar os olhos e colocar os óculos — Está tudo bem?

Me surpreende um estranho que provavelmente quer ganhar uma grana se preocupar comigo, mesmo assim balanço a cabeça exageradamente em confirmação.

— Certo… — Ele murmura — Quantas fotos vai querer? — Perguntou tirando a tampa da caneta para anotar. Livro minhas mãos nas mangas e exibo cinco dedos em uma, e nenhum na outra — Cinco? — Franze o cenho. Balanço a cabeça em negativa e chacoalho minha mão que não tem nenhum dedo levantado — Cinquenta? — Arqueia uma sobrancelha. Novamente eu balanço a cabeça confirmando.

Bocejo de novo e ele para de rascunhar para assistir com o cenho franzido todo o meu processo para limpar as lágrimas. Assim que acabo, ele morde o lábio apreensivo. Agora ele deve achar que eu não estou nem aí, mas eu estou ligando e como eu já mencionei, a preguiça e o sono estão presentes em cada molécula do meu organismo.

— Local? — E coça a cabeça com o topo da caneta

Não penso muito sobre isso, então só deixo sair: — Parque municipal… — Eu acho. Minha voz sai arrastada e arranhada como se a muito tempo não falasse, o que não é mentira.

MODEL ✓ {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora