Puerto Rico/Lavínia

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- Vamos Tee-tee, não seja chata. - Cheryl pediu pela milésima vez, só em cinco minutos.

- Eu disse que não Cheryl, ainda não estou cem por cento bem, e tenho medo. - pontuei novamente tentando fazer a mulher desistir de me levar a praia naquele dia.

- Mas estamos completando dois meses e meio de casadas, e viemos para a praia na lua de mel, temos que aproveitar a ilha. - fez um bico que me derreteu toda, ela estava deitada em cima de mim, no sofá turquesa que enfeitava a sala.

- Se eu disser que aceito ir, você vai ficar enchendo meu saco para ter que entrar na água? - ela negou. - Ótimo, então eu vou.

- Eba! - comemorou dando um sorriso, sorri por ve-la feliz, durante dois meses e meio que estive em sua presença, ela não era a mesma garota que me contaram por aí.

- Mas depois, agora tenho que terminar de assistir a minha novela. - comentei voltando a deixar o som do aparelho ecoar pelo cômodo.

- Contanto que você não mude de idéia, por mim tudo bem. - ela deu ombros selando nossos lábios.

No mês passado, desde que sofri aquele mini incidente no mar, Cheryl está mais grudada comigo, mais atenciosa e carinhosa. Ela não pensa mais em fazer sexo todos os dias, o dia inteiro, confesso que isso vem me deixando um pouco chateada, ela só me procura quando se anima pensando ou involuntariamente, isso é frustrante por que eu adquiri gosto pela coisa, gosto por ela.

Eu assumo metade da culpa, pois no começo eu cheguei a reclamar que ela só pensava nisso, e como agora estavamos sendo mais parceiras, ela decidiu superar seu lado animal e me respeitar, mas não era isso que eu queria.

Meus olhos não saiam da TV, meus dedos estavam infiltrados em toda cabeleira ruiva de Cheryl, fazendo um carinho preciso no couro cabeludo, seu rosto repousava sobre meu peito, e sua cabeça subia conforme eu respirava.

Ouvi um suspiro pesado vindo dela, olhei para baixo como pude e percebi que ela havia caido no sono, sorri acariciando seu rosto com as pontas dos dedos, meu Deus, Cheryl me fazia sentir algo que nunca pensei que fosse possível, ela era tão linda, nem parece o monstro cujo meu pai havia me dito quando me contou do contrato.

Ela estava cansada, assim como eu, em motivo da noite anterior que ficamos acordadas até tarde jogando um jogo de tabuleiro muito viciante, só paramos quando minha temperatura começou a esquentar e meu estômago embrulhou, joguei tudo oque tínhamos jantado para fora, e não consegui dormir a noite inteira me revirando na cama em puro desconforto.

Ela obviamente ficou acordada ao meu lado, me dando carinho e conversando comigo, mas o sono a pegou primeiro, Cheryl desmaiou sentada na poltrona que fica no canto do quarto.

Tudo o que ela havia me dito aquele outro dia, me fez querer ajuda-la de maneira melhor, eu realmente queria Cheryl Blossom sendo essa pessoa que é comigo, com todas as outras, e eu iria fazer o possível para melhorar esse ser humano que vive em defesa da própria dor que a vida pode nos causar.

Me permiti dormir junto de minha esposa naquele sofá enorme, acordamos faz pouco mais de meia hora, e já estamos nos arrumando para poder finalmente ir a praia.

Três horas da tarde, o sol estaria quente, e eu precisava passar protetor na minha flor.

- Amor? - chamei-a.

- Diga meu bem. - Cheryl respondeu entrando no quarto sorrindo, sorri por lembrar que quando ela dizia isto, estava imitando os pais que só se comunicavam dessa maneira.

- Já passou protetor? - Cheryl negou. - Vem aqui então, olhe o sol que está lá fora, você precisa estar bem protegida. - a hispânica veio em minha direção, sorrindo feito uma criança que acabou de ganhar doces. - Por que ries desta maneira? - perguntei enquanto colocava o creme branco em minhas mãos, esfreguei mão com mão, e comecei a passar por suas costas, ela usava apenas um top branco e uma sunga da mesma cor.

Reconquistar - Choni G!POnde histórias criam vida. Descubra agora