Puerto Rico II

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Pov Cheryl.

Acordei pela manhã ao lado de Toni, uma sensação estranha tomou meu peito, jamais havia sentido qualquer coisa parecida, era engraçado.

Sai da cama sem fazer muitos movimentos, para não assustar a mulher ao meu lado, e caminhei até o banheiro do quarto. Retirei minhas roupas e deixei no cesto, soltei meus cabelos e tomei um bom banho.

Haviam se passado um mês e meio desde o meu casamento, e eu ainda não havia me acostumado com essa rotina toda. Quer dizer, era bom ter alguém do seu lado pra cuidar de você quando precisar, era bom ter "sexo fácil" sem precisar pagar ou perder algumas horas tentando conquistar a pessoa, mas isso não era pra mim, com certeza não mais.

Heather pisou em mim que hoje eu morro de medo de me apaixonar novamente, e era por isso que eu queria que essa droga de contrato acabasse logo, para poder me livrar do perigo que era ter Toni por perto.

Ela só tinha dezenove anos, logo que romper comigo, vão ter várias pessoas querendo-a, ela não vai sofrer.

Embora meu sangue ferva todas as vezes que pego algum desgraçado olhando para ela, não sei explicar todo esse sentimento, é confuso, estranho e diferente.

Sai dos meus pensamentos quando ouvi um barulho de panelas no outro cômodo, desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha.

Decidi colocar algo mais casual para aquela manhã, afinal eu acho que não iriamos para canto nenhum.

Optei por uma blusa amarela bem clarinha, e um short jeans preto rasgado na coxa, os famosos chinelos Havaianas que recentemente eu tinha roubado de Toni, prendi meus cabelos em um coque no alto de minha cabeça e fui até a cozinha.

Ao chegar no ambiente Yolanda conversava com a neta enquanto ambas preparavam o café da manhã.

-Não estou passando dos limites, a senhora deve estar vendo coisas. - a voz da menina fez com que eu ficasse um pouco quieta atrás de algum pilar.

-No estoy ni un poco loca Gabriela, no sé lo que su padre y yo vamos a hacer con usted si la próxima vez ocurre. - A mais velha pronunciou na língua em que eu deveria saber muito bem, mas não tinha nem um pingo de vontade de terminar de aprende-la.

- No te preocupes, abuela, te aseguro que no te pasa nada. - a mais nova sorriu abraçando a mais velha, senti que nada mais aconteceria, então decidi intervir na reunião familiar.

- Bom dia! - saudei entrando no campo de visão das mulheres, Gabriela sorriu para mim e Yolanda também.

- Buenos días señora. - cumprimentou-me Yolanda primeiro.

- Bom dia patroa. - Gabriela sorriu animada e logo levou um belisco da mais velha, abafei a vontade de rir e me sentei na ilha daquela cozinha.

- Com fome? - Yolanda perguntou voltando a falar no meu inglês natal.

- Com muita fome, o trabalho que tive durante a madrugada tirou-me todas as energias. - comentei vendo a fartura de coisas maravilhosas em minha frente.

- Que tipo de trabalho a senhora fez? - Gabriela me perguntou sobre o olhar reprovador da avó. - Me desculpe, só queria puxar um pouco de assunto. - deu os ombros e eu sorri demonstrando que estava tudo bem.

-Bom, o trabalho que fiz ontem Toni me ajudou exclusivamente, digamos que é algo que ela entende muito bem. - eu sorri me lembrando de toda arte que fizemos. - Quer dizer, eu ensinei a ela depois que chegamos aqui e a canadense aprendeu muito rápido. - suspirei em lembranças e quando percebi, Gabriela me olhava ingenua sem entender muita coisa, agradeci pois odiaria ficar constrangida. - Mas por favor Dona Yolanda, não precisa chamar a mim e Toni de senhora, por favor. - pedi pra mulher que sorriu.

Reconquistar - Choni G!POnde histórias criam vida. Descubra agora