Escola e Trabalho

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- No mamá não vale, a senhora está me deixando ganhar. - pude ouvir a voz brava e ralha de Max ao fundo.

- Não estou. - por meio de uma gargalhada Cheryl respondeu.

- Que te ries?! - fiz o minimo de barulho possível enquanto cortava os tomates, para poder ouvir a conversa entre mãe e filha.

- É que é engraçado como você fica bravinha igual a sua mãe. - mordi o lábio evitando um sorriso. Não sabia se ouvir Cheryl falando de mim em nossa filha, me deixava feliz ou com vergonha. - Eu realmente não estou te deixando ganhar Max, sou ótima em Xadrez, você é a primeira pessoa que ganha de mim. - elas jogavam o tabuleiro desde a hora em que vim para a cozinha fazer os sanduíches.

Não fazia muito tempo que estávamos aqui, apenas chegamos e Max correu para os braços da mãe, enquanto a menina andava pelo quarto em que foi feito para ela, atrás de melhorias, Cheryl e eu conversamos um pouco.

Logo as duas reclamaram por fome, e como desde que casamos Cheryl é péssima em culinária, eu me prontifiquei a fazer algo.

- Bom, melhor as senhoritas virem comer. - anunciei ao entrar na sala de jogos aonde ambas estavam.

- Por que não trás aqui pra gente Tee-tee? - Cheryl sorriu de um jeito fofo ao olhar diretamente para os meus olhos, aquilo me desconcentrava.

- Por que eu não sei quais são as regras desse apartamento Cheryl, mas na minha casa, nós comemos na mesa, ou não existiria sala de jantar ou cozinha..- ela sorriu como se gostasse da repreensão que dei, Maxine fez o mesmo sorrindo sapeca para a mãe.

- Mamãe mandou, temos que obedecer. - Max levantou rindo, a pequena veio correndo em minha direção, peguei ela no colo com um pouco de esforço.

- Isso, boa menina..- beijei sua bochecha, ela deitou a cabeça em meu ombro e olhou para Cheryl que estava a centímetros de nós.

- Então vamos, faz tempo que não vejo Toni brava. Embora seja uma tentação rever, não vou arriscar. - dei um tapinha em seu braço.

- Não seja audaciosa Marjorie. - ralhei.

- Que mala eres. - sorriu com a língua entre os dentes, Maxine nos olhava com um brilho nos olhos e um sorrisinho no canto dos lábios, queria realmente saber o que a pequena estava pensando.

- Amo vocês. - ela soltou ao colocar a mão na bochecha de Cheryl. Para ficar mais próxima, a ruiva passou um braço sobre minha cintura, e beijou a mão da pequena.

- Eu também amo vocês. - Cheryl soltou sem mais nem menos, olhando por ligeiros segundos em meus olhos. Meu estômago embrulhou com uns formigamentos na mesma hora.

Sentadas na mesa as duas se deliciavam com o sanduíche, eu poderia me gabar, afinal a culinária está presente em meu sangue por diversas gerações.

- Fiquei feliz por você ter lembrado do meu sabor preferido. - Cheryl comentou comigo, que estava alheia em meus pensamentos por sinal.

- Ah.. Não foi tão difícil lembrar Cheryl, você era bem nojentinha para comer certas coisas. - eu ri simples, olhando para minha filha que estava entretida demais em fazer pequenas carinhas com os legumes em seu pão de forma.

- Okay..- ela riu comigo. - Eu concordo, mas nada mudou muito, eu ainda sou assim. - concordei. - Max sempre gostou de comer legumes assim? - virei o copo de água em minha boca de uma só vez.

- Não. - Max desviou os olhos do prato e olhou para mãe sorrindo, voltando em seguida para o que estava fazendo, mas desta vez os comendo. - Ela detestava, assim como você, e eu clamava por socorro a Deus todos os dias, perguntava qual pecado tinha cometido para que ela fosse exatamente como você. - Cheryl riu. - Desde que introduzi a papinha ela repugnava, eu já não sabia mais o que fazer.

Reconquistar - Choni G!POnde histórias criam vida. Descubra agora