Capítulo 2-Sommerschield

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Lura

— Lura.— sussurrou no meu ouvido enquanto segurava a minha cintura para estocar com mais força.— Olha para o espelho.— ordenou num tom rude. Olhei para a minha imagem embaciada no espelho enfrente á cama, sorri extasiada vendo nossos corpos colados num só, sua mão segurava as tranças longas cor de caju como se fosse de uma coleira se tratasse, de pé com a postura implacável, meu corpo pequeno fazendo vénia para o meu rei, oferecendo para ele todas as entradas que eu possuía para o paraíso.

Ver a minha própria nudez aumentava o prazer, Nwando estocava com força e eu não ia aguentar por mais tempo, as pernas começaram a tremer anunciando o orgasmo, soltei um gemido alto e agarrei os lençóis como se me pudessem salvar daquela explosão, como se me pudesse salvar dele. Mas era tarde demais, ele já tinha arrancado de mim o que nenhum outro havia conseguido antes, e eu nem sequer sabia disso.

— Isso, goza para mim Lura.— contorci-me e arqueei mais as costas para trás, meus lábios baixos se contraíram tentando agarra-lo dentro de mim e uma lágrima escapou de meus olhos de tanto prazer. Nwando estremeceu, por um segundo a postura implacável se abateu, tentou abrandar o ritmo, controlar a respiração mas eu sabia que ele não conseguiria suportar por mais tempo por isso afastei-me bruscamente dele.

Seu olhar era confuso mas não reclamou, deixando-se a mercê das minhas vontades, coloquei-o sentado e sentei-me em seu colo enterrando seu membro duro e pulsátil completamente dentro de mim. Estava preso, entregue a mim, nossos olhos se consumiam enquanto gemiamos em uníssono como lobos uivando á luz da luz cheia, levei-lhe ao apogeu e naquele momento nada no mundo importava senão nós dois, perdidos loucamente na luxúria.

Despertei! Meu corpo suado e totalmente excitada, a respiração estava descontrolada, ainda embriagada daquelas memórias, faziam dois dias que não conseguia pensar em outra coisa, durante o dia eu via o seu rosto em todo lado, e a noite, eu só sonhava com ele, aquela espera maldita para voltar a vê-lo não fazia mais sentido, eu sabia disso! Mas continuava naquela angústia, ansiosa para vê-lo abrir a porta do carro como se o mundo o pertencesse, ouvir aquela voz rude e grave que me levava aos céus e deixava as minhas pernas bambas.

Meu Deus! Eu era tão parva. Olhei para o despertador em forma de coruja na mesinha de cabeceira, ainda eram cinco da manhã, respirei fundo tentando tirá-lo da minha cabeça.— Ele é só um cliente Lura, só um cliente! — repetia o mantra mas todo o meu corpo clamava por um toque seu, eu literalmente mataria para voltar a tê-lo entre as minhas pernas.

Aos poucos a mão desceu até ao meio delas, meu vale encharcado precisava de atenção, fechei os olhos e toquei-o devagar lembrando dos olhos de fogo, seus lábios carnudos beijando meu monte mais sensível, sugando com delicadeza como nunca ninguém me tinha tocado antes, minha boca entreaberta deixava escapar gemidos baixinhos, atrevi-me a dizer o seu nome como se tentasse invoca-lo para o meu quarto. Aos poucos me deixei levar por aquela brincadeira marota, meus dedos imitando os dele foram mergulhando no túnel quente, minha mente voava para as lembranças daquela noite, seu cabelo carapinha enegrecido, sua pele suave, seu cheiro madeirado e forte, sua bravura de guerreiro moçambicano, estava quase a atingir o ápice do prazer quando ouvi alguém esmurrar a porta.

Abri os olhos assustada vestindo rapidamente o roupão de cetim vermelho, o estranho continuava a tentar arrombar a minha porta com as batidas brutas.

— Sr. Zé eu disse que passaria às 10 para dar-lhe o dinheiro da renda.— gritei procurando o envelope que já tinha preparado para ele, mas voltou a insistir.— Já vai caramba!— gritei irritada, tudo bem que eu tinha três meses de atraso da renda mas mais algumas horinhas de espera não iriam mata-lo.

As sacudidelas na porta continuavam e não me cansava de gritar que já ia atender a porta em um instante, saí correndo para atender e surpreendi-me ao perceber que não era o Sr. Zé:

LuraOnde histórias criam vida. Descubra agora