A Disputa || 𝑁𝑜𝑎𝑛𝑦 & 𝐵𝑒𝑎𝑢𝑎𝑛𝑦

Cap. 41

Sacramento- CA
Pov's Josh

Ser preso com certeza não estavam nos meus planos pós formatura. Mas quem eu era, de qualquer forma, para prever algo assim?

Fiquei em silêncio, não ousando uma palavra para me livrar das mãos dos policiais que me encontraram em um ponto de droga. As palavras do homem ainda ecoavam na minha cabeça quando entrei na viatura e fui levado até a delegacia.

Você está preso por porte ilegal de substâncias ilícitas...

Como eu podia adivinhar que era uma emboscada? Melhor, como eu não adivinhei isso?

Não importa, de qualquer maneira. Não mais. Porque eu não dou a mínima de quantas vezes o jogo deles mude, sempre vou achar uma maneira de mudar as regras de acordo com meu interesse.

Então se essa era o plano deles, me jogar na cadeia para que eu não atrapalhasse suas vendas, eu tinha um plano melhor, porque contava com um elemento surpresa que os desgraçados mal faziam ideia.

Joseph Urrea. O nome da minha salvação.

É claro que envolvimento com drogas tem um risco enorme de perseguição. Os caras descobrem onde você mora, com quem, o nome de seus familiares, onde você trabalha ou estuda. Amigos também correm risco, e foi principalmente por esse motivo que me afastei de Noah. Foi uma tremenda sorte que meus pais estivessem dia e noite na segurança de um hospital, e mais sorte ainda que Noah tivesse demorado o tempo ideal para vir me procurar. Porque foi graças a isso que nenhum dos caras tinha ideia de que eu tinha alguém para me livrar dessa situação.

E foi pensando nisso, que eu me aconcheguei no colchão frio e duro da minha cela-felizmente vazia, exceto por mim-, ouvindo homens murmurando sobre o mais novo prisioneiro encontrado por porte de drogas, e adormeci.

[...]

Acordei algumas horas depois escutando sussurros de uma história que não era contada no país há mais de 17 anos. Deixei um olho aberto enquanto escutava a conversa. Parecia interessante.

[...]

Já era de manhã bem cedo quando um oficial abriu a porta da minha cela, me sacudiu para que eu acordasse e me mandou segui-lo. Segundo ele, tinha uma pessoa muito importante para o departamento querendo dar uma palavrinha comigo. Sorri comigo mesmo imaginando quem seria.

O sujeito me liderou até uma sala de interrogatório e ao abrir a porta, encontrei um homem com pouco mais de 40 anos me encarando com uma cara de reprovação. Eu levantei a mão- ou as duas, já que eu estava algemado- e acenei hesitantemente para ele.

O tio de Noah resmungou algo sobre eu não precisar de algemas para o oficial, o qual foi relutante buscar as chaves. Joseph Urrea me convidou a sentar.

Joseph- Oi, garoto. Você não tem ideia do que eu fiz a noite inteira para liberarem você.

- Obrigado. Mas ouvi dizer que o senhor é uma das pessoas mais importantes da delegacia. Não entendo porque passou a noite inteira.

Joseph- Até para uma pessoa de poder como eu é difícil burlar o protocolo, sabe. A delegacia ficou dividida em quem ficava do meu lado ou achava que você realmente era proprietário daquelas drogas.

- Desculpe.

Joseph- Para sua sorte, consegui permissão para interrogar você. Aposto que sabe de muita coisa útil, Josh. É melhor não economizar saliva. 

- Claro.

Joseph- Mas antes... tem algumas pessoas querendo falar com você.

O senhor Urrea saiu da sala sem dizer mais nada. Fiquei tentado a achar que seriam meus pais depois que um homem entrou e colocou mais uma cadeira ao lado da que o tio de Noah ocupava anteriormente. Depois de poucos segundos, duas figuras extremamente conhecidas por mim entravam na sala. Dei um sorriso que não chegava aos meus olhos à suas expressões de indignação e espanto.