Domingo

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Catra adormeceu no sofá, Adora a abraçava por trás, o sofá era grande o que possibilitou as duas se aconchegarem juntas viradas para tv, mal iníciou o outro filme e a gata já tinha pego no sono, claro que Adora percebeu, mas decidiu tirar proveito da posição e ficar ali por mais um tempo, só não contava que depois de alguns minutos no breu da sala, com luzes fracas que saiam da tv e a mornidão que emitia do corpo da outra fazendo seu corpo relaxar, iria dormir também, dedilhava sutilmente a barriga macia da gata, enxergou meio embaçado uma cena do filme em qual o exterminador perseguia um caminhão com a aquela moto velha igual a de Catra, velha não, vintage, segundo a gata, sorriu fraco ao lembrar disso e acabou se deixando levar pelo sono.

Acordou por cerca das 2hrs da madrugada, abriu os olhos lentamente percebendo que pegou no sono, ainda estava na mesma posição que dormiu, levantou com cautela, não queria acordar a gata ali dormindo, mas não poderia deixá-la dormir no sofá poderia acordar dolorida ao amanhecer e o que menos queria era isso, Catra já estava sentindo alguns desconfortos por conta da gestação, como os enjôos e seios sensíveis, não queria uma gata arisca reclamando da coluna, apenas por descuido.

Posicionou uma mão embaixo do pescoço e a outra segurou suas pernas, atrás dos joelhos, a levantou do sofá devagar, ouvindo-a resmungar pela repentina mudança, sorriu pelo canto da boca, adorava ver como a gata se comportava manhosa, se direcionou ao quarto, se separou dela a depositando na cama com cuidado.

– Hey Adora... – Catra a segurou quando ela ia sair, sua voz era baixa e rouca, mas Adora pode escutá-la muito bem e pelo aperto em sua mão soube o que ela queira.

– Hey... – disse baixinho abaixando próximo ao rosto dela. – Eu já volto, só vou pegar nossas coisas. – se referia aos travesseiros e cobertor, alisava a mão da felina com o polegar só soltando quando o aperto em sua mão não se fez mais presente.

Foi para a sala e desligou a televisão pegando os travesseiros e cobertor, e voltou para o quarto andando em passos largos para chegar rápido, colocou mais um travesseiro debaixo da cabeça da gata e a cobriu, assim que se deitou sentiu Catra se aninhar em seu corpo e novamente o calor dela aqueceu seu corpo, Catra depositou a cabeça em seu peito e uma perna em cima das suas, ela a abraçava pela cintura, quando a gata começou a ronronar baixinho sentiu seu coração se aquecer mais uma vez, fechou os olhos depositando um beijo nos cabelos curtos dela e sorriu, talvez aquilo fosse o começo de algo.

{...}

O dia amanheceu e as orelhas de Catra se moviam captando os sons ao redor, sentiu seu corpo pesado, em seguida um cheiro cítrico amadeirado familiar invadiam suas narinas, abriu os olhos bocejando, piscando por alguns segundos até recobrar a consciência, quando se deu por si estava deitada sobre o peito de Adora e a loira a segurava pela cintura enquanto ainda dormia, ergueu a cabeça para olhá-la melhor, ela dormia com seu semblante pronta para ir para guerra Catra sempre achou aquilo engraçado, a encarando de perto podia ver as sutis ruguinhas no meio das sobrancelhas e seus lábios rosados perfeitamente desenhados, por mais cara brava que tinha enquanto dormia Adora não deixa ser bonita aos seus olhos, teve vontade de beijá-la ali mesmo naquele momento, mas sua razão não a permitiu o que pensava que estava fazendo? E por que pensaria em fazer tal coisa? O que tinha com Adora era puramente carnal, não podia se deixar levar desse jeito, era perigoso, não iria permitir isso, nunca se permitiu se envolver com alguém tão profundamente antes e ninguém nunca teve coragem ou era bom o suficiente para ultrapassar suas barreiras, agora não seria o caso. Mas todos seus pensamentos se dissiparam quando viu a loira se mexer e abrir os olhos tão azuis quanto o céu de um dia ensolarado de verão, e o sorriso que ela deu ao encontrar seus olhos bicolores fez algo em seu estômago revirar e seu coração errar uma batida, "pelos deuses o que está acontecendo comigo?"  foi o que pensou.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Onde histórias criam vida. Descubra agora