Segunda vez

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Catra olhava a loira comer descontraída como se nada tivesse acontecido, Adora parecia ficar mais feliz quando se alimentava, concluiu que a comida melhorava significativamente o humor dela, analisando melhor Adora com certeza não era uma pessoa ruim, acolheu uma desconhecida em sua casa que alegava estar grávida dela e ainda a apoiava nisso, reconheceu isso, mas não poderia mais tirar proveito disso tinha que resolver sua vida, por mais que ali fosse confortável que garantia tinha de que loira falava a verdade, não que Adora parecesse mentir, mas tinha medo de ser abandonada, a vida inteira as pessoas a abandoram por motivos menores e ter um filho é algo muito mais além, quem garantiria que quando a emoção de Adora findasse ela não sumiria também a deixando para trás com uma criança nos braços, depois que terminou de comer por insistência da loira, se levantou e foi até quarto, enquanto se aprontava pensava em tudo que a outra disse, cuspiu a espuma da boca guardou a escova de dentes, olhou para o espelho do banheiro e se perdeu em lembranças de minutos atrás dela se atracando com a loira no sofá, dos beijos, dos toques, sentiu sua cauda se arrepiar, passou a mão da base até a ponta fazendo os pelos se abaixarem, não entendia como e porquê toda vez que pensava na loira se pegava nesse estado, confusa, excitada e frustada, que raios de sentimentos eram esses que sentia de uma vez só? Rosnou de raiva e saiu do banheiro, Adora entrou no quarto em seguida viu Catra mexendo em algumas roupas provavelmente ela estaria escolhendo um pijama, entrou no banheiro para se aprontar para dormir, assim que saiu viu Catra estava fechando a mala colocando no chão e subindo sua haste.

– O quê é isso? – a loira perguntou franzindo as sobrancelhas.

– Eu disse que só precisava de uma noite, agradeço a hospitalidade mas tenho que ir agora. – a gata respondeu e andou passando por Adora.

– O quê... espera! – Adora a segurou pelo braço. – Pra onde você vai? – Catra não olhou para trás e nem respondeu, quando lançou a pergunta Catra somente abaixou as orelhas, isso não passou despercebido por Adora. – Catra... você tem para onde ir?

– Eu me viro. – respondeu falho sem se virar, sentiu Adora soltar seu braço, claro que Adora a deixaria ir, pensou, não que ela quisesse que a loira insistisse que ela ficasse, mas sabia que na primeira oportunidade que tivesse ela iria desistir, mas foi surpreendida quando a loira parou a sua frente, com olhos confusos e acanhados.

– Catra...

– Não se preocupe com o bebê, vou pensar no que me falou e te ligo assim que tiver uma resposta. – deu um passo paro o lado pra se esquivar da maior, mas Adora deu o mesmo passo ficando no caminho de novo, a impedindo.

– Não estou preocupada com o bebê, ele tem uma casa. – disse olhando em direção a barriga da gata, Catra olhou para mesma direção entendendo o que ela estava querendo dizer. – Me preocupo com você! – se aproximou mais do corpo da menor e ergueu seu queixo com os dedos delicadamente, encarando aqueles olhos bicolores. – Catra, você tem pra onde ir? – perguntou novamente, a gata desviou o olhar, não foi nescessário uma resposta verbal, Adora entendeu que não e que provavelmente a felina tinha vergonha de dizer. – Já está tarde pode ser perigoso sair agora...

Catra não entendia o porquê daquela mulher estar insistindo nela, talvez fosse desconfiança e não acreditar que ela ligaria ou coisa do tipo, sempre via as coisas pelo lado ruim, nunca acreditava 100% nas pessoas, mas Adora parecia ser tão verdadeira em suas palavras e o seu rosto perto do dela não ajudava muito, ergueu as orelhas surpresa quando sentiu os lábios da outra contra os seus novamente, só que dessa vez era diferente, era delicado, gentil, mas firme ao mesmo tempo, quase como se a loira quisesse transmitir alguma coisa com aquele gesto.

– Fica! – Adora disse baixinho ao se separar contra sua vontade, e acariciou gentilmente o rosto da menor.

Por mais que estivesse falando calmamente e baixo, Catra via como Adora estava tensa, o tórax movendo inquieto para cima e para baixo apontando ansiedade, não que estivesse diferente pois seu coração resolveu bater descontroladamente dentro de seu peito, colocou a mão sobre a mão da outra e fechou os olhos permitindo-se sentir o toque, sua cauda movia de um lado para o outro e se voltou na cintura da outra.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Onde histórias criam vida. Descubra agora