Songbirds

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O dia amanheceu frio, mas não por causa do estado climático já que o lado fora fazia sol, quando acordou viu o dia bonito que fazia, mas Catra por algum motivo não se sentia tão animada quanto, desconfiava qual o motivo por trás de tal indisposição, mas não queria pensar sobre. Fazia cinco dias que Adora, tinha ido para Mystacor, inexplicavelmente sentia falta dela a cada minuto que passava, ela trabalhava o dia todo, não era tão diferente da rotina que estava acostumada, entretanto a loira sempre voltava no final do dia, tagarelando como sempre e acordando animada para outro dia mais uma vez, era como se Adora fosse um raio de sol, e isso era como uma segurança de saber que ela sempre estaria ali. Então conforme os dias foram passando a vontade que a loira voltasse logo aumentava. Toda noite trocavam mensagens, coisas como "Você tá bem?" "Comeu hoje?" "Durma bem Catra" "Se cuida" ainda que pouco comunicativas, passou a ansiar mais pelas noites vindouras, esperando nem que fosse um emoji da loira.

Fez o café da manhã contragosto, pois estava com preguiça, mas seu estômago parecia bater nas costas de tanta fome, discutia internamente se seria sempre assim, em dias comuns costumava acordar e ficar na cama até bater a coragem de levantar, se desse fome optaria por continuar deitada, nunca foi de ter um apetite tão grande, mas agora tudo estava diferente, se sentia diferente, mais pesada, mais ansiosa, e mais faminta, seja de comida ou de tesão, malditos hormônios de gravidez. Claro, também sentia seu corpo se adaptando e se modificando de acordo com o crescimento do bebê que carregava.

Essa manhã Mara não estava ali, pois a morena ia com a esposa para o exame de ultrassom, na busca de novamente saber o sexo do bebê, já que nas outras tentativas não tinham conseguido pois o bebê sempre cruzava as pernas. Sua vizinha lhe acompanhava a maioria dos cafés da manhã, sempre indo até o apartamento para conversarem, e ela falar alguma curiosidade sobre gravidez, a lembrando que Adora fazia exatamente o mesmo, a empolgação das duas é invejável nesse quesito. A noite a morena sempre a chamava para jantar em seu apartamento e fazer o update de tudo que aconteceu no dia, a fazendo falar sempre como passou o dia, sabia que Mara fazia isso provavelmente a pedido de Adora, não era necessariamente incômodo, mas certamente ter alguém se preocupando e se esforçando para manter uma amizade com ela, era novo.

– Catra? – de repente a porta se abriu, a tirando de sua paz e pensamentos, pulou da cadeira e gritou assustada.

– Puta que pariu, qual é o seu problema? – falou se segurando no balcão da cozinha com uma mão no peito, demonstrando o quão forte foi o susto, seu peito subia e descia e a pelagem de sua cauda eriçou – Não tem educação?

– Que exagero! Você que é toda assustada – Glimmer falou deixando a bolsa no sofá, ouvindo Catra rosnar entre os dentes.

– O que você quer? – lançou brava.

– Vim te buscar – Catra arqueou a sobrancelha, e Glimmer respirou fundo, seria uma longa manhã – Pra sua aula e depois para seu ultrassom. – indicou.

Foi então que Catra entendeu o porque ela estava ali, sem saber explicar o motivo, mas de repente seu coração se encher de uma nuvem escura de tristeza, e sentiu uma vontade enorme de chorar, sorveu um gole do suco que estava tomando e engoliu o choro tentando o afastar bem longe dali, agora não é hora de ser sentimental Catra se recomponha, falou para si mesma internamente. Glimmer cruzou os braços em sua frente e esperava uma resposta. Não que não queria fazer a aula, mas sinceramente não precisa de ninguém, poderia fazer sozinha. No fundo no fundo, se perguntou quanto Adora demoraria a voltar, a loira tinha prometido tentar voltar antes, não que estivesse na expectativa, mas um ultrassom sem a única pessoa que se interessava em saber de tudo, não estaria junto dela. Respirou fundo.

– Eu posso ir sozinha, não precisa me vigiar – respondeu séria – Não fugir com seu sobrinho – provocou.

– Sonha que eu tô te vigiando, não sou sua babá, sei que é mais que capaz de se virar sozinha. Você tá grávida, não doente – Glimmer respondeu à altura – Enquanto a criança, não precisa reforçar que não vai fugir com ele, você já deixou bem claro que não o quer – viu o momento exato quem que os punhos de Catra se fecharam, mas se ela sabia provocar, ela que aguentasse.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Onde histórias criam vida. Descubra agora