ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)

Canção

Catra segurou o fôlego por um segundo que pareceu durar uma eternidade, soltando somente quando sentiu o toque suave de Adora em seu rosto, parecia estar tão rarefeito em cima daquela colina, o sol já estava indo embora mas o brilho dos olhos da mulher que estava ao seu lado não diminuiu, foi quando se tocou que aquele brilho não vinha do sol, mas acontecia toda vez que Adora a olhava, seu coração começou a acelerar em milhões de batimentos após ouvir o que a loira tinha dito, e mais uma vez lhe faltou o ar, e uma ideia se fez em sua mente, já que faltava ar em seus pulmões, talvez pudesse ter em outros, e foi o que fez, colou os lábios aos de Adora e buscou por respiro, se é que isso fazia algum sentido já que Adora tinha o dom de fazê-la perder o fôlego só pelo jeito que a olhava, mas sua vontade passou a ser uma necessidade que não pode deixar de suprir.

Adora se levantou com um sorriso no rosto, estendendo a mão para a gata e a puxou para sair dali, a noite já havia caído e tinha planos para levar a gata para jantar, fez reserva em um dos melhores restaurantes da cidade, não que ligasse para essas coisas, mas o lugar era realmente bonito e a comida era boa, e queria levar Catra em um lugar ao menos apresentável sem ter que cozinhar em casa e correr o risco de a enjoar novamente. Entraram no carro e não disseram nada, Adora apenas dirigia calada com um sorriso singelo no rosto, sentia seu estômago revirar, mas não era de fome, talvez fosse isso que chamavam de borboletas no estômago, Catra também não disse nada, mas dessa vez ela que escolheu a música, lenta e calma, do jeito que ela gostava, pela primeira vez Adora achou o silêncio confortável e não ousou quebrá-lo.

Parou o carro na frente de um arranha-céu, e saiu para abrir a porta do carro para Catra novamente, jogou a chave para o valet e entrou no prédio. Já dentro subiram de elevador até o último andar, Catra já conhecia o lugar mas não ousou em falar com Adora, ela estava animada demais conduzindo o que tinha chamado de encontro no apartamento, não queria cortar o barato dela, na verdade estava gostando de ver como a loira estava se empenhando em fazer com que tudo desse certo.

Na recepção do estabelecimento o hostess estava tendo dificuldades de achar a reserva de Adora, um rapaz magro e loiro, aparentando ter pouca idade, vestia collant e blazer, com as cores preto e vermelho do uniforme da recepção do restaurante, todo atrapalhado buscando a reserva em seu tablet.

– Procura de novo, Adora... Grayskull. – Adora falou pausadamente já perdendo a paciência com a lerdeza do rapaz.

Catra logo atrás só tentava lembrar de onde tinha ouvido aquele nome antes, parecia familiar para ela, até que lembrou, e começou a juntar os pontos, será que era isso mesmo? Mas seus pensamentos foram cortados assim que ouviu a loira resmungar de novo e o rapaz a frente gaguejar, talvez a loira não tivesse tanta paciência assim com ele, tanto quanto ela, resolveu dar um passo à frente saindo de trás da loira, avistando o garoto e não falou nada.

– C-Ca... – o rapaz engoliu seco, e deu um passo para trás, sacudiu a cabeça e se corrigiu. – S-Senhorita Prime? – disse ainda um pouco nervoso. – Por favor me acompanhem, vou levá-las até a mesa de vocês.

Adora olhou para Catra confusa, a gata apenas deu de ombros e seguiu o rapaz, contrariada Adora os seguiu também. Dentro, o espaço aparentava ser menor do que parecia, mas mesmo assim era grande, mesas luxuosas de marfim escuro, cadeiras estofadas de preto e vermelho, sofás e poltronas de canto com as mesmas colorações, janelas e portas de vidro ao redor do cômodo, dando uma vista privilegiada da cidade, lustres que pendiam do teto, iluminando levemente o ambiente calmo, e um piano de cauda enorme no meio, em cima do carpete do chão amadeirado, era um lugar perfeitamente romântico.

– Irei pedir para que o Maître traga seu vinho favorito Senhorita Prime, enquanto isso podem acessar o menu em seus tablet, aproveitem o jantar e bom apetite! – o rapaz se reverenciou e saiu.