Adaptação

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Adora acordou no meio da noite, com sons baixos que invadiam seus ouvidos, ao virar-se focou na luz baixa do abajur na mesinha ao lado da cama, identificou Catra em pé, aparentemente aninhando sua bolinha nos braços enquanto cantarolava algo bem baixinho. Dois dias, apenas dois dias que tinham voltado para casa, e Catra havia entrado num estado de superproteção, a felina não descansava, não dormia, e comia apenas para manter-se forte para amamentar May, e não queria de forma alguma ficar longe de sua filha, os olhos ávidos sempre acompanhado tudo sobre a bebê, tanto que fez Adora mudar o berço para o quarto delas para que pudessem dormir vigiando sua filha. May acordava a cada 2 ou 3 horas durante a noite para mamar e qualquer sinal de chorinho da pequena, Catra saltava da cama para pegá-la, estavam se adaptando à nova rotina.

Adora se sentou coçando os olhos e bocejando, foi ao banheiro e lavou o rosto, ainda estava de madrugada, o céu escuro do lado de fora e o silêncio da calada da noite se fazia presente. Se aproximou de Catra com a bebê no colo e percebendo que ela não estava amamentando, apenas aninhando a criança em seus braços, May dormia tranquilamente ressonando baixinho.

– Hey... – sussurrou para não acordar a filha, Catra não falou nada, apenas olhava para a filha no seu colo, sabia o que estava acontecendo – Catra...

– Tem algo errado! – a felina murmurou prontamente, engoliu seco e franziu o cenho incomodada – Eu consigo sentir.

– Catra... – tentou novamente.

– Eles estão planejando algo Adora – sibilou tentando controlar o tom de voz. A loira suspirou lhe dando seu maior semblante de compreensão, pois também se preocupava, afagou os braços da híbrida para tentar acalmá-la.

– Você precisa dormir um pouco – respondeu, vendo a gata instantaneamente arregalar os olhos brilhantes no escuro e já preparando a língua para retrucar, mas antes que a gata pudesse fazer isso a cortou – Eu fico com ela... – falou se referindo a bebê e estendeu as mãos para pegá-la, Catra recuou, morrendo ali qualquer argumento, Adora era a única a quem confiava inteiramente sua filha – Você precisa descansar! – a loira afirmou novamente, sabendo que Catra só descansaria se tivesse a certeza que alguém estaria de olho em May durante a noite, a felina suspirou se dando por vencida diante o olhar da loira.

Adora a pegou e beijou sua testinha sentindo o cheiro de neném inundar suas narinas e sorriu encantada ao ver o biquinho adorável que a pequena fez, para logo relaxar de novo. Catra se deitou observando as duas, via o tamanho carinho e devoção que a loira tinha pela sua filha. Em seu coração com um aperto no peito e a sensação de que algo de ruim poderia acontecer a qualquer instante, ou não, não pagaria para ver, mas talvez Adora estivesse certa, talvez precisava descansar um pouco, em seus pensamentos repetia um mantra que não deixaria nada de ruim acontecer com sua bebê. Não deixaria, repetiu mentalmente, seus olhos foram pesando e em poucos minutos se deixou levar pelo sono, May estava segura, estava com Adora.

***

Dizer que estava sendo fácil, era eufemismo, nunca na vida Catra achou que algo fosse tão difícil na qual ela não pudesse aprender, mas lidar com a maternidade era bem mais cansativo e apavorante do que jamais aprendeu em suas aulas, que nessas horas agradecia internamente por Adora matricular as duas naquela vez, pois não saberia metade das coisas básicas para se cuidar de um bebê. Adora a ajudava sempre, aprendendo juntas, caminhando juntas. Mas depois de 3 meses a loira tinha voltado gradualmente para o trabalho já que sua licença tinha acabado, Catra apavorou-se alegando que não conseguiria sozinha, e tinha medo de algo acontecer com a loira estando fora, foram dias após dias de choro e crises, o esgotamento mental e físico alçando ambas. Adora sempre tentava amenizar a situação e foi voltando ao trabalho aos poucos, conciliando entre ajudar Catra em casa e com a bebê. Com o passar do tempo foi se acalmando mais em relação a horda e dedicou o seu tempo inteiramente a sua filha, aprendeu a dar banho, alimentar, cuidar, e mimar muito sua bolinha.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Onde histórias criam vida. Descubra agora