Rise up

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Não teve tempo de nada, Catra saiu de casa apenas com a roupa do corpo e as chaves da moto. Sentia por deixar May novamente, mas agradecia internamente por ter Mara ali sempre tão paciente e pronta a ajudar, teve que deixar May com ela no meio da madrugada, detestava incomodar porém não tinha muita opção. Sua cabeça estava a mil, coração acelerado e sentia os pelos se eriçarem a cada segundo atrás da nuca, a sensação era horrível, mal soube como chegou até o hospital.

– O que aconteceu? – a gata perguntou afobada, a preocupação estampada no rosto, aquele pesadelo parecia nunca ter fim.

– E-eu... eu não sei, e-ela, ela não... – Glimmer balançou a cabeça atordoada e engoliu seco, encarou Catra e via seu olhar perdido esperando por respostas, respirou fundo – Não sei, os aparelhos começaram a apitar e ela começou... não sei, se debater – foi sincera, e fechou os olhos não quero reviver aquela imagem novamente – Os médicos entraram rápido e me tiraram de lá, eles já estão lá há alguns minutos, não sei o que está acontecendo.

Catra segurou-se para não chorar novamente, Glimmer mal estava aguentando, era ótimo Adora ter uma amiga como ela na vida, uma irmã, mas sendo sincera, nenhuma das duas queria estar ali para escutar o que os médicos tinham a dizer ao saírem daquele quarto, que a partida, por mais que dolorosa, às vezes era precisa. Com cabeça doendo pelo esforço e as pálpebras querendo se fechar, estava cansada e abatida, seja lá o que fosse acontecer a partir dali, em momento algum deixou de amar sua Adora com tudo o que era e com toda a força que tinha.

O tempo passou e o silêncio dentro daquela sala era ensurdecedor, Glimmer tremia ficando cada vez mais nervosa, e teve que contê-la para que a morena não passasse mal, a fez sentar um pouco, e buscou um pouco de água para ela, sua garganta também seca, não passava nem saliva, céus também estava prestes a ter um ataque cardíaco, tomou três copos de água seguidos a fim dela mesma se acalmar, e para ser bem sincera, estava foda pra caralho. Sentou-se ao lado de Glimmer enquanto esperavam, silêncio total, ambas não tendo coragem nem forças para comentar nada. O frio tomava conta dos corredores ocos do hospital e sentia sua cauda arrepiar de minuto em minuto. De repente a porta se abriu num rompante e as duas se levantaram prontamente.

– Doutor, o que aconteceu? – Glimmer foi a primeira a disparar.

– Como ela tá, ela tá bem? – Catra em seguida.

– Se acalmem por favor – o médico pediu paciente – Ainda estamos avaliando o quadro dela, mas não sabemos ao certo o que aconteceu, isso não era esperado agora mas... – olhou para a outra médica, sua colega plantonista – O corpo dela rejeitou os aparelhos.

– E o que isso significa? Como afeta o estado dela? – Catra sentia o coração saltar no peito.

– Achávamos que ela estava tendo uma convulsão, mas na verdade ela começou a respirar sozinha – a outra médica assumiu a fala – A Adora está melhorando.

Aquilo foi como se tivessem tirado um peso enorme de cima delas, Adora estava melhorando, o alívio, a pressão aos poucos se dissipando, aquela sensação de incerteza indo embora. Glimmer chorou aliviada, e não escondeu nenhuma lágrima, no calor do momento abraçou Catra que ainda estava atônita com a notícia, sua Adora estava melhorando.

– P-podemos ver ela? – conseguiu perguntar com o pouco de voz que ainda a sobrou.

– Ela ainda está dormindo, tivemos que sedá-la, ela está sentindo muita dor – a médica falou e viu o olhar de desespero de Catra – Teremos que repetir alguns exames amanhã e esperar para ver como ela reage quando acordar, recomendo que vão para casa, descansem – ambas ia retrucar mas a médica não deu vez – Agora não é o momento de estarem com ela, avisaremos os familiares se qualquer coisa acontecer, tenham paciência, estamos fazendo o possível para ajudar.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Onde histórias criam vida. Descubra agora