ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)

Heartbeats

Adora acordou com o som que vinha do banheiro, Catra havia passado mal o restante da noite, quando voltaram para o apartamento, Adora teve que parar o carro duas vezes durante o caminho de volta, pois Catra teve que vomitar. A gata sentiu náuseas a madrugada inteira, o que a fazia levantar a cada uma ou duas horas para vomitar, Adora começou a se preocupar, não entendia nada de gravidez, e nunca viu Catra vomitar tanto desde que chegou e agora parecia que ela simplesmente não parava de passar mal, controlou a ansiedade para não deixar a gata mais nervosa ainda, perguntando com cautela se Catra queria ir ao hospital, mas ela negou, alegando que estava tudo bem e que logo o mal estar iria passar, a loira só aceitou a teimosia dela porque lembrou que de manhã teria consulta com a Dra Razz e falaria com a médica sobre isso. Se levantou cambaleando de sono, olhou no relógio digital no criado mudo ao lado da cama, e já batia 6:00hrs da manhã, se dirigiu para o banheiro do quarto para checar Catra.

– Hey... – entrou sem pedir permissão, avistando Catra sentada no chão do banheiro de frente para o vaso sanitário, se abaixou ao lado dela com cuidado percebendo o semblante abatido da felina por ter passado a noite em claro e vomitando – Tá tudo bem? – perguntou preocupada, ignorando o olhar mortal da outra, claro que não estava nada bem, ela estava passando mal, que pergunta idiota, pensou consigo mesma, mas não desanimou – O que acha de um banho enquanto preparo algo pra comer?

Catra apenas assentiu não estava em condições de discordar, não estava com fome mas não tinha forças para travar essa discussão com a loira uma hora dessas, só queria deitar e dormir, Adora se dispôs a ajudá-la no banho, mas recusou pois não precisava, quando a loira saiu, se despiu inteira, entrou no box, deixando a água quente relaxar seus músculos, sentia uma dor de cabeça imensa, apesar da fraqueza agradeceu internamente por não estar mais enjoada.

Se secou com calma, pegou o secador de cabelo da loira para auxiliar, querendo que acabasse logo, voltou ao quarto e vestiu a primeira roupa de dormir que achou, sentia o corpo pesado e claro que notava as mudanças que aos poucos estavam acontecendo, mas não queria pensar nisso, se deitou na cama e bufou exausta, suas orelhas moveram-se em indicação ao som que se fez na porta, logo entrando um loira com um sorriso sem graça e uma bandeja na mão.

– Eu não tô com fome, Adora! – falou se cobrindo e virando de costas para a loira.

– São só umas frutas e água, vai te ajudar a se sentir melhor... – sentou na beira da cama ao lado dela, não recebeu nenhuma resposta da gata, suspirou fundo – Por favor!

Maldição, por que ela tinha que ser tão atenciosa? Por que era sempre tão gentil? A vida inteira as pessoas a chutaram, não servia para ser o amor de alguém, não servia para ser família, era isso que uma gravidez fazia? Não, tinha certeza que não, pois sabia que se não fosse com Adora, do jeito que tudo aconteceu, outra pessoa não aceitaria como ela aceitou, por isso não conseguia negar quando ela pedia algo tão carinhosamente. Se levantou, recostando na cabeceira da cama, percebendo o sorriso se formando no rosto da outra, ridiculamente irritante de tão lindo que era.

– Okay. – desistiu pegando a tigela sobre a bandeja onde havia um bocado de salada de frutas cortada em cubinhos pequenos, tomou a água primeiro e começou a comer torcendo para aquilo não a enjoar de novo.

– Assim que terminar descanse um pouco, quando der o horário de sairmos, eu te acordo. – Adora se levantou deixando a bandeja no criado mudo ao lado, não deixou de reparar como Catra estava linda com aquela carinha de brava e seu pijama despojado, a encarou por um tempo, sempre fazia isso sem sequer notar. Catra franziu o cenho para ela.

– Onde vamos? – perguntou de boca cheia.

– Vamos ver a Razz hoje... – arqueou a sobrancelha para ela – Esqueceu?