ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)

Coming back

Shadow Weaver ficou parada na porta, não era como se não soubesse que encontraria uma de suas ex crianças ali, afinal tinha o nome dela estampado na placa do prédio, e até onde sabia não sobraram muitos Grayskull's em Etheria. Mas vê-la no mesmo apartamento que Catra supostamente deveria estar morando, isso sim foi uma surpresa. Observou a outra atônita a sua frente, claramente surpresa também. Adora sempre teve potencial, uma das suas melhores crianças, a mais disciplinada e obediente também, vinha de boa família, não que a mesma sabia, pois a loirinha não sabia de nada sobre suas origens, mas sempre acreditou no potencial dela, porém ao chegar à adolescência e Angella estragar tudo, enchendo a cabeça da garota de besteiras, Adora se tornou rebelde, e aquela a qual tentou destruir a Horda por tantos anos levou sua menina e nunca mais a viu, até o momento.

– Adora! – exclamou a voz grave, mansa e controlada. A loira não soube dizer se ela sorria atrás daquela máscara.

Antes que pudesse falar mais alguma, observou outro alguém atrás da loira... Catra, a fitou nos seus olhos e permaneceu por longos segundos até sua mente tentar assimilar tudo. Catra por outro lado, sentia o coração bater na boca e um calafrio subir sua espinha, o que ela estava fazendo ali? Como a achou? Segurou o ventre e deu um passo para trás, não queria estar na mesma presença de alguém que a fazia se sentir tão mal, não somente ela, pois sabia que de alguma forma Shadow Weaver afetava seu bebê, negativamente. Sentia o suco gástrico subir a garganta e seus dedos suarem só por ela estar perto.

– O que está fazendo aqui? – Catra perguntou, tentando não soar tão amedrontada.

– A pergunta é, o que você está fazendo aqui? – Shadow Weaver retrucou.

– Vocês se conhecem? – Adora perguntou ainda sem se ligar no que estava acontecendo.

– Isso não passa de uma inconveniência – respondeu seca, olhando para Catra que engoliu o nó na garganta – Não vai me convidar para entrar, Adora? Não foi assim que eu te criei – foi invasiva, dando um passo para frente e entrando no apartamento. A loira a deixou passar mesmo não sabendo direito se aquilo era certo ou não, conhecia muito bem a peça de Shadow Weaver.

– Não me disse como se conhecem! – A loira exclamou olhando de relance para Catra que estava um pouco acuada atrás dela e segurava o ventre com força. Se focando a mulher em sua frente depois.

– Oh, simples! Catra é uma das minhas crianças também – respondeu indiferente, foi em direção a sala passando os olhos ávidos nas coisas de bebês espalhadas pelo sofá e carpete, não foi difícil deduzir – Parece que as filhas da Horda, estão brincando de casinha.

Adora e Catra se entreolharam, ambas sabiam que eram crianças de orfanato e da vida que tiveram na infância, mas até então nenhuma tinha citado que tal lugar era a Horda, o que foi uma completa surpresa para Catra, pois jamais poderia imaginar alguém como Adora num lugar como aquele. Adora percebeu a inquietude em Catra, em como sua cauda balançava nervosamente, e a pelagem de seus ombros eriçada, Catra estava nervosa, protegendo a barriga com as mãos e evitava olhar para a mais velha na sala. Sabia como era, e compreendia aquele sentimento, cresceu ao redor de Shadow Weaver e também sabia como aquela mulher poderia ser psicologicamente manipuladora.

– O que quer aqui Shadow Weaver? – se virou para mais velha cruzando os braços e perguntando com firmeza.

– Shadow Weaver? – sorriu de lado por trás da máscara – O que aconteceu com o Senhorita S.? A convivência com essa aí – apontou para Catra com desdém – Te deixou assim, tão malcriada quanto ela? Você não era assim – debochou – Vim em busca de algo que é meu, e isso... – se aproximou de Adora e apontou novamente do mesmo jeito para Catra, que rosnou atrás da loira – Está com o que é meu por direito.