A change is coming

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Enquanto fazia o café da manhã, Adora escorregava de um lado para o outro para alcançar o que queria, ainda matutava em sua cabeça o que poderia ter acontecido com Catra para a ter deixado naquele estado, mas por algum motivo tinha acordado de muito bom humor naquela manhã. Assim que amanheceu sentiu o peso do corpo esguio e macio da gata sobre o seu, a primeira coisa que fez foi lembrar que de madrugada a gata se mudou para o sofá e deitou perto de si, queria ter levado para cama, mas o sono falou mais alto e dormiu logo em seguida que seu corpo reconheceu o da outra, sorriu encantada por isso. Levantou tomando cuidado ao se desvencilhar dela, pois não queria que a gata acordasse, e rumou para suas tarefas matinais.
Precisava conversar com Catra, colocar todas as cartas na mesa e expor o que sentia e o que pensava sobre o distanciamento delas, e também queria saber o que Catra sentia e achava, era hora de esclarecer algumas coisas mas da melhor forma possível.

Catra acordou quase uma hora depois, seus ouvidos captaram a música baixa que ecoava pelo cômodo compartilhado com a cozinha, logo depois veio a claridade que entrava pelas janelas e portas de vidro do local, a fazendo afirmar que não estava no quarto escuro como de costume.

Ah é!

Lembrou mentalmente que se moveu para o sofá no meio da noite, por que? Não sabia a resposta, mas sabia que havia dormido melhor após isso. Espreguiçou-se no sofá e abriu os olhos lentamente, o cheiro vindo da cozinha alertou seu estômago o fazendo roncar, não era muito de tomar café da manhã ou se alimentar direito, geralmente comia pouco, mas ultimamente seu estômago a fazia beliscar alguma coisa de hora em hora.

Se levantou indo em direção a cozinha, avistando uma loira deslizando sobre as meias, acompanhando o ritmo da música que tocava no rádio enquanto virava a panqueca na frigideira, sorriu de canto ao notar o quão doméstica era aquela cena. Antes de alcançar o balcão, a loira se virou cruzando seu olhar e abrindo um sorriso que era capaz de ofuscar o sol, teve que ter muito controle mental para não derreter ali mesmo.

– Adora, o que tá fazendo? Você viu que horas são? – falou bocejando e sentando na banqueta do balcão, observando que já passava da hora da loira sair para o trabalho.

– Bom dia pra você também! – sorriu vendo a outra revirar os olhos.
Colocou a panqueca no prato se virando para pegar a calda de mel na porta da geladeira se voltando para gata novamente e deixando o calda no balcão, vendo que ela já beliscava algumas frutas, virou para pegar os pratos e talheres. Não estava com pressa.

– Com fome? – a outra assentiu, então começou a servi-la começando com as panquecas – As crianças terão um passeio para Salineas hoje... Ovos? – Catra assentiu novamente – Então eu resolvi ir só mais tarde... Calda? – ofereceu a calda de mel mesmo sabendo que gata não era fã de doce, e como esperado ela negou, terminou de servir o suco e se juntou a ela.

Catra permaneceu em silêncio, mantendo-se ocupada na refeição e agradecia internamente por isso. Não sabia o que dizer, como proceder, já faziam quase 3 meses sem se comunicar direito com a loira, sem uma conversa decente que não envolviam discussões ou chororôs ocasionados pelos hormônios da gravidez, era raro ter a loira ali nas refeições matinais, geralmente ela saia muito cedo para o trabalho.

– Catra? – Adora a chamou tirando o seu foco da refeição, a fazendo encarar aquele oceano azul em seus olhos, sem aviso nenhum, sem nem sequer pegar fôlego o suficiente para mergulhar neles – Eu queria... queria conversar com você sobre – passou no pescoço virando o rosto, sentindo o rosto queimar com o olhar da gata sobre si, também não era fácil para ela encarar aquela galáxia nos olhos da outra sem se perder naquele infinito – Sabe, sobre...

– Sobre ontem? – a outra se precipitou. Afinal estava de favor na casa dela, devia explicações não devia?

Mas por que devia? Não era nada dela, certo, sim, esperava um filho dela e estava vivendo na casa dela com a desculpa que ela a tinha a engravidado, portanto era Adora que era responsável e de certa forma se convenceu disso, todavia sabia que não precisava estar ali, podia se manter sozinha, porém não tinha forças o suficiente para sair, toda vez que pensava em ir embora seu estômago revirava e seu coração entrava num ritmo tão lento que parecia que ia parar de bater, era angustiante, por isso sempre decidia tentar sair no dia seguinte, porém os dias foram passando e passando e simplesmente ficou por isso mesmo, até que resolveu por fim buscar o resto de suas coisa em Fright Zone.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Onde histórias criam vida. Descubra agora