7-cabelo na sopa

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Era uma tranquila tarde de primavera em que as árvores de Juvisy-sur-Orge estavam repletas de lindas flores rosas. Quando um vento soprava mais forte, presenteava a todos com uma pequena chuva de pétalas. As buscas pelo assassino de Lara haviam diminuído.

Poncho havia convidado Core para um passeio no Parc des Grottes, e a moça, que não saía de casa há muito tempo, acabou aceitando.

Core usava um vestido floral em tons de rosa bebê e branco, que ia até dez dedos acima dos joelhos, com um short curto de algodão por baixo e botas pretas de cano curto. A jovem sorria e dançava no meio da chuva de pétalas cor-de-rosa, enquanto Poncho, vestido com calça e jaqueta jeans, com uma camisa branca, segurava a jaqueta de couro preta da garota que tanto almejava.

Core pegou Poncho pela mão, e os dois dançaram juntos; a jovem passava por debaixo do braço do rapaz, rodando, e em seguida, o mesmo a pegou pela cintura, jogando-a para o alto e a pegando de volta. Foi então que o vento parou, e com ele a dança de Core e Poncho. Os dois pararam de sorrir e ainda abraçados, um de frente para o outro, a jovem, na ponta dos dedos para ficar mais alta, mordeu o lábio inferior de Poncho com carinho e o beijou, o rapaz retribuiu o beijo, e abraçou-a com muita força, girando a jovem.

- Nossa, que lindo, eu quase chorei - Falou Rita, filmando o casal com o celular. - Milena vai amar saber do novo casal.

Poncho soltou Core, pegou o celular da mão de Rita e apagou o vídeo, enquanto falava:

- Eu não tenho nada com Milena, e você não pode sair filmando a intimidade das pessoas dessa forma. - O rapaz apagou o vídeo e devolveu o celular a Rita, que deu um chilique.

- Você não pode fazer isso.

- "Me processa" - Poncho gritou nervoso.

- Casalzinho sem graça, não combina em nada: um espanhol cabeludo e uma asiática falsificada e careca - Rita falou, se afastando devagar, enquanto Poncho segurava Core, que xingava a morena que andava bem devagar.

- Sua imbecil, a gente não é roupa para combinar, sua preconceituosa, ridícula, imbecil, estúpida, néscia, obtusa, rude, xucra. Sorte sua que o Poncho está me segurando, senão eu ia te pegar pelos cabelos, e você ia ver quem era careca.

- Pelo menos eu tenho cabelo para ser puxado - Rita gritou.

- Calma, Core, estão todos nos olhando - O rapaz quase sussurrou.

- Elas sempre estragam meu dia, é incrível - A moça falou chateada, mas Poncho a pegou pela mão e a levou até a gruta, de onde podiam ver parte do bairro em tons de laranja, rosa, dourado e azul com o pôr do sol.

- Nossa, que lindo, eu nunca vim aqui - Core falou maravilhada.

- Não tão maravilhosa quanto você.

Os dois riram da frase clichê que Poncho falou, e em seguida o rapaz, encarando Core, falou.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Já está fazendo - Core disse.

- Outra? - Poncho perguntou, e a garota falou:

- Já fez.

- É sério, eu preciso saber: estamos namorando ou foi só mais um beijo? É que eu não tenho nada contra você me beijar, mas eu preciso saber para não me sentir traído se te ver beijando outro - O rapaz falou em tom sério, enquanto decorava detalhes do rosto de sua musa.

- Podemos ver se dará certo isso de a gente namorar, mas só te peço que não deixe de ser meu amigo caso dê errado - Core falou, passando o dedo indicador pelos vestígios de barba que cresciam no rosto de Poncho.

O rapaz pegou a moça em seus braços, girou-a e a colocou no chão, começando a procurar algo em seus bolsos.

- Achei - Poncho abriu a carteira, enfiou os dedos na parte dos cartões de crédito e tirou um solitário com uma pedra em forma de coração.

- Mas que coisa linda - A moça falou enquanto Poncho, agora seu namorado, enfiava o anel em seu dedo. - Espera, você já tinha tudo planejado? Tipo, me pedir em namoro e me dar um anel?

- Na verdade não, eu te trouxe aqui porque queria conversar com você, pois seu pai me falou que você voltou a ter crises de sonambulismo, o anel já estava comprado desde a primeira vez que te pedi em namoro. Era para eu te pedir em namoro naquele restaurante português que você adora, o bacalhau à Brás, mas você não foi, fiquei preocupado e fui até sua casa e te encontrei chorando, me falando que estava com leucemia. Quando você parou de chorar, até te pedi em namoro achando que ficaria mais feliz em saber que tem alguém que te ama, mas você nem considerou o pedido. Então, eu guardei o anel para quando tivesse uma nova oportunidade. Com o tempo, a caixa do anel pegou mofo ou algo parecido, então eu o guardei dentro da carteira - Poncho falou feliz por finalmente ter conseguido colocar o anel no dedo de Core.

- Mas sobre o sonambulismo, minha mãe falou que foram só duas vezes - A garota explicou.

Core você  estava  no quintal  comendo  maçãs e você  nem gosta de maçãs . Alguma coisa te aflige? - O rapaz  perguntou  brincando com uma mecha do" cabelo"  da garota .

-Não , não é nada,  não  quero ficar reclamando  para você, deixa para lá  .-A garota  falou sem encarar o agora  namorado .

-Você  sempre teve um gatilho  para começar  essas crises, eu só   quero te ajudar, lembra daquele dia que a galera  estava  dormindo  na sua casa e você  começou  bater na Isabel do nada?  Em um momento você estava na sala dormindo com a gente e 2 segundos depois você levantou e começou bater na garota. -O rapaz falou  rindo.

-É claro que  não me lembro, eu estava dormindo. - Core  sorria 

.-Vamos embora  no caminho  comemos   Kebabi.- O rapaz  falou olhando para o relógio pois por ser primavera não  parecia está  tão  tarde .

-Ah legal  a nova  peruca. Você  está  doido? É aquela que você  me deu .-A garota  falou  olhando para o chão  enquanto  tentava sair   de cima da gruta e chegar na  escada que subiriam  para chegar  onde estava o carro.

-Eu tenho certeza  que ela batia de baixo do seu queixo e agora está na altura do seu ombro. - Poncho  falou enquanto  ajudava a namorada  passar  por algumas pedras.

-Você  bebeu? -A garota  fez uma pergunta retórica.

-Claro  que não,  irei trabalhar  em 2 horas.  -Poncho falou sorrindo.

 -Homens nunca  reparam em nada. - A jovem  falou sorrindo. 

...Algumas horas  depois...Core acorda com  telefone  tocando olha  o relógio do celular  e vê  que ainda são 4:30 da madrugada.

-Core onde você  está? - Poncho perguntou  preocupado.

- Como assim? São 4:30 estou na minha cama .- A jovem respondeu  bocejando. 

-Core não fica nervosa  por favor . -Poncho fez uma pausa longa  por causa das sirenes.

-Você  falando assim é claro que vou ficar nervosa fala logo você  foi baleado? Fala logo o que aconteceu?  - Core falou  sentando-se em sua   cama.

-  Eu estou bem mas a Rita nem tanto . Core a Rita foi assassinada, o mais estranho  é que   cortaram o cabelo dela fizeram uma sopa e a obrigaram a comer pois encontraram-na com a boca cheia de cabelo;  corre o risco de sermos chamados para averiguação já que algumas pessoas nos viram discutindo com ela horas antes de sua morte  .

Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora