43 Futuro incerto

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- Olá, Poncho, eu queria te convidar para tomar um sorvete... Vai estar de serviço e precisa descansar? Ah, tá, tudo bem então, e sábado? ... Vai para o motocross? Então tá então... Tchau. - Core desligou chateada.

- Deixa eu adivinhar, mais um fora para a coleção? - O senhor Rondel perguntou, já sabendo a resposta.

- Exatamente. Papa, o que eu posso fazer para que Poncho possa voltar a gostar de mim?

- Sei lá, eu acho que no momento ele só precisa de um tempo. - O senhor Rondel respondeu, dando uma bocada no seu croissant.

- Papa, eu não estou mais disposta a dar mais tempo ao Poncho, se eu ficar muito tempo longe, ele vai ver que não precisa de mim. - Core sentou à mesa junto com o pai.

- Se você tivesse perguntado à sua mãe, tenho certeza que ela iria falar: "seja você mesma", mas eu irei responder diferente: O que Samantha tinha que Poncho gostava?

- Ah, sei lá, são tantas coisas: Samantha é valente, sabe atirar, gostava de surpreender o Poncho, gostava de moto...

- Você pode tentar ser mais parecida com a Samantha para ver se consegue chamar a atenção de Poncho.

- O que Samantha faria se quisesse sair com Poncho, mas ele viesse inventando desculpa? - perguntou o senhor Rondel.

- Ela iria até o serviço dele ou na casa dele e o sequestraria. - Core respondeu.

- Querida, estou começando a pensar que essa ideia não foi boa, seja você mesma é melhor.

- Papa, me empresta o carro?

- Core querida, não é porque você tirou a carteira de motorista há uma semana que tenho que te emprestar o carro.

- Pode deixar, eu pago a gasolina. - Core falou pegando a chave que estava em cima da mesa da cozinha e saindo.

- E o carro, quem é que vai pagar?

...

Assim que saiu da delegacia, Poncho, pois havia terminado seu turno, avistou Core sentada no capô da Toyota Hilux ano 2012 do seu pai.

- Você vai tomar um sorvete comigo sim, não precisa ser longe nem demorar muito.

Poncho sorriu.

- Não estou para sorvete a essa hora da manhã, estou com sono, eu tomo um café e você um sorvete, ok? - Poncho falou entrando no carro e sendo levado a uma lanchonete em Paris.

Core estava vestida com uma saia rosa, camiseta e tênis da mesma cor, e uma peruca loira ondulada até a cintura.

- Como você está? - perguntou Poncho, lembrando que já havia quase um ano que toda aquela loucura começou.

- Estou bem, pensando em entrar na aula de tiro e defesa pessoal, quem sabe ser polícia... - Core falou enquanto comia uma boa colherada de seu sorvete de flocos.

- Core, você não precisa imitar a Samantha para ter minha atenção, eu só preciso de um tempo. - Poncho falou, ainda vestido de farda e olhando para o nada.

- Já te dei meses, acho que agora é a hora de voltarmos com nossa amizade, sinto sua falta. - A última frase saiu parecendo uma súplica.

Poncho lembrou que tudo que aconteceu com Core foi culpa dele, por causa da maldita peruca. Então pegou a mão de Core e segurou com carinho.

...

Samantha, acho bom você aparecer antes que eu siga a minha vida. Eu ainda te amo, mas tá difícil não ter mais notícias suas, parece que você só existiu na minha cabeça. A saudade está rasgando meu peito e não sei no que seguir minha vida possa ajudar... Por favor me responda.

Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora